Capítulo 39

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John

Descia as escadas sujas do prédio quase que correndo, com os passos de Julie me acompanhando com um pouco de dificuldade.

— Por favor, John, se acalma. — Julie me seguia. — Não faça nada, deixa isso pra lá. — Alcançou o meu braço, me virei bruscamente para ela.

— Como você pode me esconder isso, deixá-lo brincar com você desse jeito, com esse jogo sujo. — Ela não respondeu. — Você poderia confiar em mim, não teria passado por nada disso, eu não ia deixar. — Mesmo com raiva, toquei no seu rosto e acariciei. — Eu pedi para que ele não tocasse em você, mas é claro que ele não ia deixar de arranjar um jeito para te atingir. — Tirei a mão de sua pele macia. — Só queria que tivesse confiado em mim.

— Desculpa. — Sussurrou.

— Vou resolver isso. — Me aproximei beijando sua testa.

Voltei a descer os degraus, desta vez só.

O carro do meu pai estava em frente à casa, a minha irmã estudava, falaria com ela depois, fui direto para o escritório dele e abri a porta, ele me repreendeu com os olhos.

— Da próxima vez bata antes de entrar.

— Poupe-me, como pode ter sido tão covarde. — Cuspi as palavras.

— Do que está falando? — Ajeitou os papeis sobre a mesa.

— Do que você estava fazendo com Julie. — Ele me olhou e riu.

— Pelo visto aquela oportunista foi capaz de te colocar contra mim. — Ergui as sobrancelhas. — Capaz de destruir a relação de um pai com um filho. — Gargalhei.

— Que relação? Por acaso tem outro filho que não seja eu? — Ele se levantou.

— Acredita nela?

— Claro que sim. — Ele rodeou a mesa se aproximando de mim com uma revista na mão.

— Você viu isso? — Era a foto de Hanna com um cara.

"Novo casal do momento, a modelo Hanna Lawrence, foi rápida no gatilho e não perdeu tempo já exibiu seu novo amante [...] "

— Porque acredita que eu ligo para isso? — Ele jogou a revista na poltrona.

— Deveria se importar, Hanna era a mulher certa. A sua altura, era o melhor para você.

— Quem dita o que é melhor ou não para mim sou eu. — Rebati. — Deixe Julie em paz.

— Não vou deixar que essa garçonete suje o nome da nossa família. — Ergui as sobrancelhas.

— Ah sim, como ficaria o nome da nossa família se soubesse o verme que você é, a forma que tratava a minha mãe. — Ele cerrou os punhos. — Não ouse chegar perto, falar ou até mesmo respirar o mesmo ar que ela, a deixe em paz. — Abriu um sorriso vitorioso.

— Você está proibido de ver Melanie, se livre dessa nojenta e reate com Hanna, e então deixarei vê-la outra vez. — Soltei um riso nervoso, ele não poderia fazer isso.

— Não pode me controlar e a Melanie precisa de mim. — Ele caminhou para mais perto de mim.

— Ela é minha filha, precisa de mim. — Colocou as mãos no bolso e ajeitou ainda mais a postura. — Faça o que estou pedindo e não terá que ficar tanto tempo longe da sua irmã. — Se aquele não fosse o meu pai, teria voado em seu pescoço ali mesmo. — Mas se não fizer, John, vai ficar claro que você não se importa com ela. — Grunhir dando um passo em sua direção.

Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora