Capítulo 13

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- M-m-mas, c-como!? - minhas pernas bambearam, porém, firmes o suficiente para me manter paralisada no lugar.

Eu via o corpo com o pescoço virado e pensava: CACETE!

- O que você está fazendo? Corre! - ouço uma voz vinda da minha frente, no entanto, eu não via absolutamente nada, a não ser o corpo caído no chão. 

- Q-quê!? - minha voz falhou, me impedindo de formular uma frase sem gaguejar.

- Ela vai acordar logo, logo - novamente a voz.

- Ela está morta! - a última palavra saiu com dificuldade. Eu não podia acreditar.

- Você precisa confiar em mim – e, do nada, um garoto branco e de cabelo loiro quase branco também aparece na minha frente.

- N-nem te c-conheço!

- Prometo que vou te explicar tudo. Mas, agora, só vem! - ele agarra meu braço e me arrasta para longe da cena do crime, me tirando de meu estado catatônico.

Ele me puxava pelo cotovelo, entretanto, eu não conseguia tirar os olhos do corpo que em breve estaria se decompondo. No entanto, o corpo começou a se mexer. Os ossos se contorcendo em ângulos nada normais. Até que ela fica completamente ereta e começa a seguir a gente. 

A MULHER ESTAVA SEGUINDO A GENTE!

- Ela está vindo!!! - volto meu foco para a minha frente.

- Eu avisei! - ele me joga para dentro de um beco, atrás de algumas lixeiras, e praticamente fica em cima de mim, tampando a minha boca e com as nossas testas quase encostando uma na outra.

Ouço a respiração da senhora. Ela passa muito perto do local de onde estávamos, me fazendo prender todo o ar em meus pulmões para não fazer barulho. Todavia, ela desistiu e voltou, se afastando gradativamente de nós. Me fazendo soltar o ar aliviadamente.

- Me desculpa... han... em relação a isso - o garoto sai de cima de mim e fica de pé com os olhos brancos voltados para o chão.

Para falar a verdade, eu nem havia percebido que um garoto estava me prendendo entre o seu corpo e a parede de um beco onde ninguém poderia me socorrer caso seu caráter fosse de um estuprador!

Meu foco estava todo concentrado naquela senhorinha que mais parecia ser parente do Superman. Uma pessoa que é capaz de DRIBLAR A MORTE!

- Quem era ela? - finalmente consigo dizer sem gaguejar.

- Eu sinto muito, muito mesmo - o garoto ainda não me olhava nos olhos, me deixando mais aflita - Mas você não vai se lembrar de nada disso, então... - antes d'eu poder dizer qualquer coisa, sou rodeada por uma forte luz vermelha.

No entanto, algo dá muito errado, porque eu continuo no mesmo beco com o mesmo garoto à minha frente me encarando. Porém, antes, sua expressão estava desnorteada, agora, é de assustado.

- Eu ainda me lembro de tudo - cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha, com expressão de vitória.

- Você deve ter danificado o meu aparelho! - o garoto agora está bravo comigo!?

- Como é que é? - quem está indignada agora sou eu!

- Não foi o que eu quis dizer - o branquelo dos olhos sem cor se arrepende de sua fala.

- Ou você me diz o que está acontecendo aqui ou me diz o que está acontecendo aqui! - digo me levantando e ficando na altura de seus ombros. A minha paciência se esgotou!

- Eu sem querer... posso ter... te... trazido... até aqui? - mais soou como uma pergunta, do que como uma afirmação.

- E onde exatamente é o aqui?

Além Dos Limites De Sua DimensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora