Além Dos Limites De Sua Dimensão

Capítulo 19

- Amora! Que bom! Nossa. Foi cansativo. Mas consegui. Menina, você é difícil demais de chamar a atenção. Por favor, fala que lembrou de tudo. Amora! - o garoto dispara a falar. Me deixando desorientada.

Por causa do impacto, caí no chão. E, ao me levantar, me vejo dentro de um beco. Apenas eu e o branquelo dentro de uma espécie de bolha.

Então compreendo que eu acabei de atravessar uma parede e esse garoto sabe o meu nome.

Cara! Quem é ele? Como sabe o meu nome? Como fiz aquilo? Onde estou!?

- Por favor! Diz que se lembra - o garoto suplica.

- Ahhhh!! - dano a gritar.

- Xiu! - ele tampa a minha boca. Seu olhar estava bastante assustado.

- Como sabe o meu nome? - consigo perguntar quando ele afasta sua mão da minha boca.

- Tentei recolocar suas memórias de volta. E com o meu nome, para facilitar mais as coisas. Aí, acabou que fiquei sabendo do seu também. Porém, é aí que está um dos problemas. Não era para eu saber nada seu.

- Quê!? - é lógico que ele não devia saber nada meu!

- E se eu fiquei sabendo o seu nome, é porque você também tem.

- Tenho o quê!? - eu sabia que o seu coração estava acelerado pelo seu modo de falar. E acabou sendo contagiante, porque a cada palavra que saía de sua boca, mais rápido o meu coração também batia.

- Eu pensei que era o único com o relógio - ele sorri esperançoso. E então, ele me... beija!?

- Qual o seu problema!? - dou um tapa na sua cara.

- Desculpa. É que eu... Você não sabe o quão bom isso seria. Quer dizer que você também foi uma escolhida. Eu não vou estar mais sozinho - meu queixo cai, me deixando de boca aberta.

Eu não estou entendo nada!!!

- Mas...

- Por favor. Diz que você se lembra.

- Me lembro do que!?

- Droga! Olha, não surta - ele respira fundo - Talvez... posso... ter danificado seu...

- Meu o quê!? - fico em alerta rapidamente.

- Seu subconsciente! - ele solta de uma vez.

- Você o quê!!? - começo a bater nele. Tanto para lhe dar uma lição quanto para extravasar a minha raiva - Seu idiota!!! - paro com os tapas quando percebo que não sei o que é o subconsciente - Espera. O que isso significa? - o encaro, ainda furiosa, mas com um grande ponto de interrogação na cabeça. 

- Para encurtar. Você vai se esquecer aos poucos de quem é você - volto com os tapas, mas agora, eram murros, socos de fúria.

- Se idiota!!! A culpa é sua!! Queria apagar a minha memória, agora...

- Espera - ele segura meus braços - Você tem uma chance - ele volta a sorri.

- Do que está falando? - eu podia jurar que fumaça saía de meus ouvidos, de tão irada que eu estava.

- Eu nunca disse o que aconteceu, inclusive, nunca disse que queria apagar sua memória - enrugo a testa, tentando acompanhar a linha de raciocínio dele - Uma prova de que você tem salvação - ele faz alguma coisa no objeto do braço dele.

- O que é isso?

- Eu preciso que você abra sua mente - ele segura meus ombros e olha no fundo dos meus olhos, como se enxergasse a minha alma - Tem uma grande porcentagem de ser por isso que seu subconsciente foi prejudicado. Por eu ter forçado ele, por eu ter te forçado a voltar.