- Quê!? - Lorenzo pergunta de olhos arregalados.
- Não dá pra explicar. Eu só sei que preciso sair daqui. Agora!
- Quem vai sair pra onde? - a professora pergunta olhando diretamente pra mim.
- Err... Estou com cólica - faço a melhor cara de dor que consigo - Preciso ir pra casa. Está me matando! - dramatizo.
- Bom... Vá até à enfermaria.
- Eu a acompanho - Enzo se levanta, ficando de pé ao meu lado.
- Ok - Adriana diz preocupada.
- Obrigada - saio depressa da sala, acompanhada por Lorenzo.
- Temos uma atriz aqui? - Enzo pergunta ao constar que estávamos longe o suficiente.
- Tenho planos de A até Z. Topa? - sorrio malignamente.
- Eu não faço a menor ideia do que está acontecendo, nem o que você está tramando. Porém, estou dentro – ele sorri e eu me perco nos seus olhos azulados.
- Vai ficar parada aí ou...? - sou despertada pela sua voz.
- Han..., claro, claro - me viro, para não o encarar, e vou em direção à sala da diretora.
- Pode entrar - ouço Carmen dizer logo após eu bater na porta.
- Licença - volto com a minha face de dor.
- Nossa... O que aconteceu? Você está bem? - bom, talvez eu tenha exagerado passando pó branco na cara também. Ou não...
- Não sei se eu aguento continuar aqui. Eu estou com muita dor. Pode ligar para a minha tia pra ela vir me buscar?
- Claro! Sente-se querida. Quer uma água?
- Não, não. Eu só quero que minha tia venha me buscar mesmo.
- Claro. Só um minutinho - Carmen pega, julgo ser minha ficha e começa a digitar o número em seu telefone:
"- Bom dia. Cláudia Lima? (...) Oi (...) Eu queria saber se tem como a senhorita vir buscar sua sobrinha (...) É que ela está passando muito mal."
Ela se vira pra mim e pergunta:
- O que sente, querida?
- Cólica e parece que minha cabeça vai explodir - ela repete para minha tia e continua:
"- Ok, então. Muito obrigada"
- Então? - ela desliga o telefone e se direciona pra mim e eu pergunto, um pouco apressada.
- Ela disse que você pode tomar o remédio. Caso não melhore, aí sim. Ela vem te buscar.
- Não! - me levanto abruptamente, assustando-a - Quer dizer... não - digo mais fraca.
- Por que não?
- Porque... Meu corpo está doendo. Não vai melhorar com remédio. E se for uma doença contagiosa? - ela ri sem humor.
- Amora, minha querida. Eu te conheço. Quantos anos tem que você estuda aqui?
- Está duvidando de mim? - pergunto chocada - Eu nunca brincaria com uma coisa séria como essa - cruzo os braços.
- Já está muito melhor né? - reparo que dispensei o meu tom rouco.
- Não...
- Já pra sala - ela me corta - Mas, caso esteja realmente falando a verdade, o que espero que esteja. Vá para a enfermaria e tome um remédio.
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Além Dos Limites De Sua Dimensão
FantasiJá perdeu algum ente querido? Ou já quis muito voltar no tempo? Amora Lima é uma garota do 1° do Ensino Médio que perdeu a mãe com apenas 6 anos de idade. E, por causa disso, foi morar com a tia, Cláudia Lima. A garota é bem rebelde, ama uma boa tra...