- Quê!? - começo a rir de histeria - Eu só posso estar ficando louca - seguro a minha barriga por causa do ataque que estou tendo - Já sei! - levanto o dedo, como se uma lâmpada estivesse se acendido em cima da minha cabeça - Eu estou sonhando. Só pode ser isso. Estou tendo um pesadelo. Simples - paro de rir de repente - Anda, me belisca.
- Tá bem.
- Aiiii! - empurro-o - Por que fez isso!? - volto a seriedade.
- Foi você quem pediu - ele diz indignado.
- Onde já se viu beliscar uma dama!? - digo enfurecida.
- Onde já se viu pedir para ser beliscada?
- E onde já se viu você me beliscar? - cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha.
- Que tal voltarmos para o assunto, Fim do Mundo?
- Que tal não ter o fim do mundo?
- Foi você quem escolheu isso.
- Eu!? - explodo de raiva.
- Ele precisava que você escolhesse, por causa do livre arbítrio. E você escolheu.
- Mas eu nunca escolheria uma coisa dessas!
- Mas escolheu.
- Eu disse NUNCA! - com essa insistência, meu deu uma absurda vontade de chorar.
- E sua mãe? - arregalo os olhos - Você não precisava dizer: "Eu escolho o fim do mundo". Apenas dizer: "Sim".
- Mas... - e, como um gatilho, começo a derramar as lágrimas descontroladamente - Eu juro que não queria - ele me olha, de início assustado. Mas, depois, ele apenas me abraça e acaricia o meu cabelo, me consolando.
- Calma. Não adianta chorar pelo passado. Não pode ser mudado. Apenas mudar de atitude, mudar o futuro – ele diz compreensível.
- Se eu tivesse te escutado, se eu tivesse te seguido...
- Eles teriam continuado até você dizer que sim. E... nós vamos concertar tudo. Vou te ajudar. E, dessa vez, eu falo a verdade – ele me encara e sorri.
- Mas antes, preciso saber de uma coisa – me recomponho - Aquilo que você disse que detonou o meu cérebro, era mentira? - enrugo a testa.
- Foi? - ele fica nervoso e responde soando mais como uma pergunta, do que uma afirmação. O que me fez aprisionar o meu lado emocional e libertar apenas a ira.
- Eu nem deveria estar confiando em você agora! - o estapeio de novo.
- Será que dá pra parar de me bater?
- Você merece isso e muito mais pelo que me fez! - o empurro pra longe e me viro de costas pra ele.
- Tá. Depois resolvemos o que eu mereço ou não. Agora, mereço uma oportunidade de te ajudar a ficar forte o suficiente para impedir o fim do mundo - eu reviro os olhos.
- Afinal - o encaro novamente - Onde estamos especificamente? - meu olhar ainda com as chamas em força total.
- No seu canto de conforto – solto uma gargalhada sem emoção.
- Como assim? Então como você está aqui? Como vim parar aqui? Por que está tudo vazio? O meu canto de conforto é um lugar que tem tudo o que gosto, não um que não tem nada. Devíamos estar impedindo o fim do mundo! - disparo a falar.
- Presta atenção! - ele diz firme.
- Tô prestando! - fecho os olhos e respiro fundo - Continue - faço sinal para ele prosseguir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além Dos Limites De Sua Dimensão
FantasyJá perdeu algum ente querido? Ou já quis muito voltar no tempo? Amora Lima é uma garota do 1° do Ensino Médio que perdeu a mãe com apenas 6 anos de idade. E, por causa disso, foi morar com a tia, Cláudia Lima. A garota é bem rebelde, ama uma boa tra...