Capítulo 14

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- Amora! Ai meu deus... Amora! - ouço uma voz masculina bastante conhecida.

- Han... - com certa dificuldade, eu abro os meus olhos, me deparando com um Enzo bastante preocupado.

- Amora!

- O que... aconteceu...? - percebo que estou deitada no chão, em cima de algo muito macio, com a cabeça no colo de Lorenzo. Olho ao redor e compreendo que estou dentro de um... quarto? Como vim parar em um quarto!?

- Eu não sei. Você apareceu do nada. Eu fui pegar um copo d'água e quando voltei, você estava caída no chão. Eu que te pergunto, como chegou aqui!?

- E onde é o aqui...? - me levanto, com a ajuda de Enzo, e, sentada sobre os meus joelhos, olho ao meu redor. Vejo um quarto... bastante... diferente.

O quarto é muito espaçoso e único. Na cabeceira da cama, há um enorme Mapa-Múndi. Sério, quem tem um Mapa-Múndi como papel de parede?

Há uma janela Bay Window com um sofá azul claro abaixo, um armário embutido com as portas como espelho e um grande tapete felpudo cinza, que é onde estou sentada agora.

Resumindo, só consigo deduzir que o dono desse quarto é rico.

- Bem vinda ao meu quarto - ele sorri um pouco sem graça. 

- Esse quarto é seu!? - me viro abruptamente para encará-lo, batendo minha cabeça em seu queixo - Ops...

- Está bem melhor pelo visto... - ele faz uma careta de dor.

- Desculpa... - dou uma pausa - Você cobriu sua parede com um mapa-múndi? - prefiro mudar o rumo da conversa.

- Queria decorar o meu quarto com o que eu mais gosto. Geografia. E nada melhor do que um mapa para representar a geografia - ele diz ainda com a expressão de dor - Sério, você tem cabeça de pedra?

- O que posso dizer? - sorrio tímida - Sou cabeça dura - acabo arrancando um riso seu - Mas, então - abro o meu sorriso - Parabéns - aperto sua mão exageradamente - Conseguiu ocupar um lugar significativo no meu coração de mais esquisito.

- Pelo menos consegui um lugar no seu coração - acabo ruborescendo - Agora... Posso saber como conseguiu o meu endereço? - ele fica sério.

- Não - ele arqueia as sobrancelhas - Porque nem eu sei. Só lembro de estar na porta da minha casa, aí acordei aqui - mexo os ombros de forma desconfortável.

- Isso é bem suspeito... - faz uma expressão pensativa.

- Juro que é a verdade. Eu não sou uma daquelas stalkers que fica perseguindo o menino gato até descobrir tudo sobre ele - reviro os olhos.

- Então você me acha um gato? - ele sorri de modo travesso.

- Só não fica se achando - desvio meu olhar.

- Tá. Mas... Não faz sentido alguém te trazer até aqui.

- Você pode ter me sedado e me trazido pra cá, para me fazer de sua prisioneira. Como eu sou a mais bela de todas, você me quer só pra você - sorrio brincalhona e ele solta uma gargalhada gostosa de se ouvir.

- Como não pensei nisso antes? - ele tenta ficar sério.

- Porque você entende só de localidades - aponto o mapa - E eu entendo de planos geniais. Ou seja, você não teria competência para bolar um plano como esse - pauso e apoio meu queixo de forma pensativa - Tem razão. Não foi isso o que aconteceu.

- Para a sua informação..., sou fera em raciocínio lógico.

- Um "fera" de tão ruim - minha vez de gargalhar.

Além Dos Limites De Sua DimensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora