Capítulo 9

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- O que está fazendo aqui? - Lorenzo pergunta logo após se sentar à minha frente na mesa.

- Estou sem comer o dia todo.

- Como não desmaiou ainda, menina? - ele segura o riso.

- O que eu posso fazer se sou resistente?

- Queria ver você num deserto.

- Meu querido - pego na mão dele de forma dramática - Aí é outro nível. Mas, aposto que aguentaria mais que você - gargalho.

- Está apostado então - ele me acompanha nas gargalhadas.

- E você? O que veio fazer aqui?

- Eu te segui.

- Por acaso você é um traficante e quer me levar para o mundo das drogas? A resposta é não.

- Que pena. Você tem talento para tal coisa - Enzo finge se chatear.

- Eu sou boa em tudo o que faço - empino o nariz.

- Qual foi a sua nota em matemática?

- Pera - finjo contar algo nos dedos - Pelas minhas contas... Total.

- Acredito, viu?

- Está me chamando de burra?

- Não ponha palavras na minha boca - Enzo levanta as mãos em sentido de paz.

- Para a sua informação. Eu sou muito inteligente. E teve uma vez que eu realmente consegui fechar a prova de matemática - falo orgulhosa de mim mesma.

- Acredito... - ele sorri de ladino.

- Estou falando sério!

- Eu disse que acredito.

- Mas eu não acredito - cruzo os braços.

- Aí é você que está dizendo - Enzo cai na gargalhada, me fazendo ficar perdida.

- Quê? Ahn... - repasso as minhas falas na cabeça - NÃO! Não. Não é isso. Não foi isso o que eu quis dizer! Eu não acredito em você! - praticamente subo em cima da mesa para dar mais ênfase, porém, só consigo o fazer rir mais - Isso não é justo - me sento na cadeira, que mais parecia um sofá, de bico e braços cruzados.

- Você fica muito fofa de bico - ele interrompe sua crise de riso e diz.

- Eu não sou fofa.

- Ah, você é sim - ele morde o lábio inferior, tentando conter o riso.

- Aff... Conversar com você é impossível!

- Você também não é muito fácil. Só o modo de como nos conhecemos, já me diz muito sobre você - posso jurar que fiquei vermelha. Se ele soubesse...

- Com licença - o garçom entrega o meu pedido, me salvando de um constrangimento maior.

- Valeu - esfrego as mãos e passo a minha língua em meus lábios, demonstrando o quanto eu estava com fome.

- Vai comer tudo isso sozinha? - Enzo arregala os olhos.

- Sim - digo de forma óbvia - Eu disse que eu vou comer. E vou comer sozinha - bato na mão dele, impedindo que pegasse uma batatinha minha.

- Que egoísmo... - ele levanta a mão, fazendo sinal para o garçom.

- Eu vou querer uma vitamina de frutas vermelhas e um hambúrguer vegetariano. Obrigado - o olho de forma intrigada - O quê?

- Vitamina de frutas vermelhas e um hambúrguer vegetariano - imito sua forma de falar.

- Eu não falo assim. E o que tem eu gostar de frutas vermelhas e hambúrguer vegetariano?

Além Dos Limites De Sua DimensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora