- O que está fazendo aqui? - Lorenzo pergunta logo após se sentar à minha frente na mesa.
- Estou sem comer o dia todo.
- Como não desmaiou ainda, menina? - ele segura o riso.
- O que eu posso fazer se sou resistente?
- Queria ver você num deserto.
- Meu querido - pego na mão dele de forma dramática - Aí é outro nível. Mas, aposto que aguentaria mais que você - gargalho.
- Está apostado então - ele me acompanha nas gargalhadas.
- E você? O que veio fazer aqui?
- Eu te segui.
- Por acaso você é um traficante e quer me levar para o mundo das drogas? A resposta é não.
- Que pena. Você tem talento para tal coisa - Enzo finge se chatear.
- Eu sou boa em tudo o que faço - empino o nariz.
- Qual foi a sua nota em matemática?
- Pera - finjo contar algo nos dedos - Pelas minhas contas... Total.
- Acredito, viu?
- Está me chamando de burra?
- Não ponha palavras na minha boca - Enzo levanta as mãos em sentido de paz.
- Para a sua informação. Eu sou muito inteligente. E teve uma vez que eu realmente consegui fechar a prova de matemática - falo orgulhosa de mim mesma.
- Acredito... - ele sorri de ladino.
- Estou falando sério!
- Eu disse que acredito.
- Mas eu não acredito - cruzo os braços.
- Aí é você que está dizendo - Enzo cai na gargalhada, me fazendo ficar perdida.
- Quê? Ahn... - repasso as minhas falas na cabeça - NÃO! Não. Não é isso. Não foi isso o que eu quis dizer! Eu não acredito em você! - praticamente subo em cima da mesa para dar mais ênfase, porém, só consigo o fazer rir mais - Isso não é justo - me sento na cadeira, que mais parecia um sofá, de bico e braços cruzados.
- Você fica muito fofa de bico - ele interrompe sua crise de riso e diz.
- Eu não sou fofa.
- Ah, você é sim - ele morde o lábio inferior, tentando conter o riso.
- Aff... Conversar com você é impossível!
- Você também não é muito fácil. Só o modo de como nos conhecemos, já me diz muito sobre você - posso jurar que fiquei vermelha. Se ele soubesse...
- Com licença - o garçom entrega o meu pedido, me salvando de um constrangimento maior.
- Valeu - esfrego as mãos e passo a minha língua em meus lábios, demonstrando o quanto eu estava com fome.
- Vai comer tudo isso sozinha? - Enzo arregala os olhos.
- Sim - digo de forma óbvia - Eu disse que eu vou comer. E vou comer sozinha - bato na mão dele, impedindo que pegasse uma batatinha minha.
- Que egoísmo... - ele levanta a mão, fazendo sinal para o garçom.
- Eu vou querer uma vitamina de frutas vermelhas e um hambúrguer vegetariano. Obrigado - o olho de forma intrigada - O quê?
- Vitamina de frutas vermelhas e um hambúrguer vegetariano - imito sua forma de falar.
- Eu não falo assim. E o que tem eu gostar de frutas vermelhas e hambúrguer vegetariano?
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Além Dos Limites De Sua Dimensão
FantasiJá perdeu algum ente querido? Ou já quis muito voltar no tempo? Amora Lima é uma garota do 1° do Ensino Médio que perdeu a mãe com apenas 6 anos de idade. E, por causa disso, foi morar com a tia, Cláudia Lima. A garota é bem rebelde, ama uma boa tra...