*ANDREW ON*
Quando ela terminou de falar já quase sem ar por ter soltado tudo de uma vez, ajeitou a postura na cama olhando para mim e falou:
- Sua vez, o que houve de bom ou ruim no seu dia?
- Nada de mais, fui no Psicológo como falei, e tô normal pelo que consideramos, sai com uns amigos e visitei meus pais e vim para cá. Só isso!
- Hum... Você nunca me falou sobre seus pais, ou sua família.
- Sim, isso é verdade assim como você também não me falou nada. - Dei um sorriso irônico e a vi revirar os olhos.
- Primeiro as damas. - Disse ela. Dei um sorriso sarcástico
- Ok. - Me dei por vencido, o tempo com Scarlett me fez aprender que ela sempre com segue o que quer, então nem vou entrar em uma batalha, sendo que tenho a provável chance de perder. - Minha mãe se chama Evelyn ela é dona de uns dois restaurantes mais famosos daqui, meu pai Benjamin é o melhor advogado da região de acordo com muitas revistas, matérias de jornais e o mundo é o meu irmão Kevin ele é mais velho que eu 5 anos, seguiu os passos do meu pai e é muito bom no que faz. Só isso.
- Como foi sua infância?
- Normal eu acho.
- Você gosta dessa palavra "normal". O que seria normal para você?
Nossa, essa me pegou desprevenido, acho que não tenho nenhuma resposta para isso.
Olhei para ela que tinha o olhar de curiosidade e confusão como eu.
Depois de uns 5 minutos em silêncio eu finalmente me pronunciei.
- Eu não sei o que é Normal.
A vi balançar a cabeça concordando.
- Nem eu - Sorriu - Me considero normal mais sou diferente do que os outros consideram. E considero os outros anormais. Acho que normal não existe, passar a noite em claro para mim e normal para outros é estranho e até preocupante. Acredito que cada um cria o seu normal, onde criam uma rotina para tudo, logo se adaptando a mesma e tornando tudo repetitivo e enjoativo. Então para o mundo se isso é normal prefiro ser anormal. - Disse tudo isso com convicção na voz.
Ela tem razão, criamos nossos padrões de "Normais" e julgamos a todos que não os seguem, por isso criamos grupinhos onde falamos a mesma coisa.
- Acredito que tenha razão no que diz.
- Eu sei, sempre tenho.
- Nem um pouco convencida - Me levantei - Tango que ir. Passe amanhã bem, e qualquer coisa mandem me chamar, não importa o que, certo?
- Ok, qualquer coisa mando chama-lo, como sempre você diz. Agora vai, vai, tenho que fazer meu tratamento de beleza.
Sorri, dei eu tchau e foi embora.
Todo sábado no fim de tarde sempre saio com o coração na mão. A mente é algo perigoso para qualquer um, alguém forte pode se tornar fraco em.questao de segundos. E alguém que já tinha problemas pode se levar a fazer coisas horríveis, consigo e com outros.
Scarlett é forte fisicamente e mentalmente, mais todos tem dias que não aguentam e acabam colocando para fora de dias diferentes. Alguns choram por dias, outros param de comer ou comem muito, já alguns passam para agressão verbal e/ou física, e, alguns se culpam, se machucam fisicamente tendo a sensação de alívio por um tempo. E também há os que não aguentam e acabam se matando.
Situações diferentes, pessoas diferentes, mas a mesma esperança, que tudo tenha um fim, do melhor modo ou do pior. Sempre esperamos que seja do melhor, mais ninguém sabe o motivo ao certo, só sabem que aconteceu e como mais não o porquê.
Aliais não quero perder meu novo brinquedo...
Só estamos no começo da diversão...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Psicoterapeuta
Mistério / SuspenseScarlett vive em um hospital psiquiátrico a três anos. Durante esse tempo nenhum médico ou enfermeiro se deu bem com ela. Andrew o seu mais novo psicoterapeuta vai lentamente vencendo barreiras com ela Para Scarlett aos poucos Andrew vira um livro d...