capítulo 7

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Dois anos atrás.

Acho que vou demorar lá no riacho. — encaro minha mãe assim que saio de casa, carregando o cesto de roupas sujas.

Ela me observa de volta, na entrada da casa.

— Tome cuidado. Vai nadar?

— Não. Só lavar algumas roupas mesmo. — o tempo está ameno e ensolarado, então acho que não vai chover tão cedo. Assim espero ou minhas roupas vão demorar pra secar depois de lavadas. — E Pedro?

— Seu irmão está por aí com o Fumaça. Decidiu dar uma volta na outra vila.

— Entendi. Eu vou indo então. — sigo pelo caminho de terra, sentindo o cheiro do campo e cantarolando uma canção qualquer.

Desvio de um galho solto e me infiltro dentro da mata, já ouvindo o barulho da água contra as pedras. É um som familiar e agradável, assim como o barulho dos pássaros que sobrevoavam a área verde.

Sorrio assim que avisto o riacho e me apresso em separar as roupas e o sabão para um lado, enquanto esvazio o cesto. Coloco a mão na massa e logo estou lavando as roupas, sem me importar com mais nada a minha volta.

Minutos depois, um barulho contra a água chama minha atenção.

Ergo o rosto, ampliando os olhos em seguida assim que identifico a silhueta de um homem dentro do riacho. O corpo seminu corta a água com longas braçadas e ainda estou surpresa por não tê-lo notado quando ele chegou.

Ele sequer se importa com minha presença enquanto continua a nadar, e eu o observo disfarçadamente. Eu devia temer o fato de estarmos sozinhos nessa parte da floresta, mas ele não me parece ameaçador. Até porque, se quisesse me atacar, já teria feito quando chegou, mas ele simplesmente parece inclinado somente a nadar.

Volto minha atenção para minhas roupas, mas ergo o rosto assim que o barulho contra a água cessa.

O homem sai da água e minha boca se abre levemente quando finalmente tenho um vislumbre do seu rosto.

Minha nossa!

O cara tem cabelo loiro, rosto belíssimo e lindos olhos azuis. Eu o descreveria como um anjo sedutor e tenho que admitir que nunca vi um homem tão lindo como esse. Parece ser bem jovem e meu rosto pega fogo quando desço o olhar para seu peito nu e molhado. Encaro sua bermuda escura rapidamente antes de voltar os olhos para seu rosto... divertido?

Engulo em seco e seu sorriso se amplia, deixando-me ter um vislumbre dos seus dentes brancos e perfeitos. Ele coça a nuca preguiçosamente, e eu desvio o olhar para as minhas roupas ainda não lavadas.

Meu coração está muito acelerado e tento ignorar minha reação boba. Eu tento, porque parece impossível ignorar.

Parte do meu cabelo escuro esconde meu rosto corado e ouço uma risadinha.

Ele deve ter notado com certeza.

— Oi. Tudo bem com você? Eu me chamo Eduardo. — para meu maior constrangimento, ele se aproxima mais e fica parado a poucos centímetros de mim.

Acho que levo um século antes de encará-lo de volta.

Minhas bochechas voltam a esquentar e me xingo mentalmente quando ele volta a sorrir.

— Eu... hm.. eu... — engulo em seco, então balanço a cabeça como para afastar meu comportamento estúpido. — Margarida.

Ele franze o cenho.

— É seu nome?

— Como? — levo um tempo para processar o que ele disse quando é quase impossível não admirar seu rosto.

Me Abrace Bem ForteOnde histórias criam vida. Descubra agora