capítulo 26

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Eduardo

Aproveito o feriado para visitar minha namorada.

Percorro minha rota e dirijo até o bairro simples de Margarida.

Animado para vê-la, eu me aproximo da construção de tijolos e estaciono o carro do outro lado da rua.

Antes que eu possa descer, volto minha atenção para as duas pessoas correndo em frente à casa.

Estão aparentemente molhadas e gritam conforme se perseguem.

Observo a garota em cena e sou tomado pela surpresa ao reconhecer Margarida.

O que ela está fazendo?

Um jovem, que não parece muito mais velho que ela, a persegue com uma mangueira enquanto ela grita e ri alto. Parecem está se divertindo muito, e eu engulo em seco quando reconheço os traços do rapaz.

Meus punhos apertam o volante, conforme sou bombaerdeado pelas lembranças.

***

Alguns anos atrás...

Não restam mais dúvidas.

Eu realmente estou decidido quanto a oficializar meu relacionamento com Margarida. Tenho que falar com a mãe dela antes e, se puder, levarei Margarida comigo pra capital. Sim, até caso com ela se puder.

Preciso da minha flor.

Sigo pelo caminho de terra até onde sei que fica a casa dela e no meio da rota me deparo com uma cena intrigante.

Estanco.

Margarida está conversando com um rapaz.

Não consigo entender o que é, mas não parece um confronto.

Ela sorri de algo que ele diz e não percebe minha presença a alguns metros.

Enquanto estamos rodeados pela natureza, ela está com sua atenção toda focada nele.

De um segundo para outro, Margarida diz algo que a faz persegui-la.

— Eu te odeio, garoto. — ela grita por sobre o ombro.

— Odeia nada. Sei que me ama.

— Isso é verdade, mas não seja um convencido.

Ela o ama?

Eu os sigo de longe e aperto os punhos quando o pirralho idiota a coloca por sobre os ombros, e saem dali, divertindo-se. Eu os observo até sumirem e, sem dar espaço para mais nada, saio dali.

Foi o suficiente e não precisei de muito para perceber que Margarida já tem alguém.

Alguém que a faz sorrir e parece deixá-la extremamente satisfeita.

Eu não quero ser apenas um maldito observador, ou um cara que recebe as migalhas. Não, isso não!

Mesmo que doa pra caralho, tenho que me afastar dela e voltar para minha vida monótona em Belo Horizonte.

Me Abrace Bem ForteOnde histórias criam vida. Descubra agora