capítulo 27

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Margarida

Pedro realmente é maluco.

Ele conseguiu me deixar completamente encharcada, e agora vou ter que trocar minha roupa novamente. Mesmo assim, ele não está muito diferente, afinal consegui me vingar.

Ainda estamos rindo quando ouço o barulho de uma porta de carro batendo e passos pesados seguindo em nossa direção.

Meus olhos divertidos reconhecem Eduardo quando ele se aproxima e meu sorriso murcha quando ele passa direto por mim...

Em direção a Pedro.

Só tenho tempo de ver meu irmão cair com o soco que recebe antes de ter alguma reação coerente.

— Eduardo! — alarmada, eu me aproximo dos dois, vendo que Eduardo volta a esmurrar Pedro, que se defende como pode. — O que você pensa que está fazendo? Pare!

Caramba, tenho que fazer alguma coisa!

— Pare com isso. — volto a gritar e minha mãe sai da casa ao lado de Noemi, igualmente assustada.

Bato no ombro de Eduardo.

— Solte-o. Solte o meu irmão!

E então quase que instantaneamente ele para.

Eduardo se afasta de Pedro como se tivesse levado um choque, e seus olhos surpresos encontram os meus.

Nossa, o que acabou de acontecer?


***

— Belo jeito de se conhecerem. — resmungo, ainda assustada pelo acontecimento recente.

Nesse momento Eduardo está sentado no sofá, e Pedro está ao meu lado, no outro sofá.

Mamãe e Noemi nos deixam conversando a sós após um instante.

— Meu Deus... me perdoa, cara. Eu... — Eduardo lamenta, encarando Pedro, que acena com a cabeça.

Nem ele entendeu direito o que aconteceu.

— Tudo bem. Foi só um murro. — ele toca o maxilar provavelmente dolorido. — Por que me bateu mesmo?

— Eu não sabia que eram irmãos.

Pedro bufa.

— Pensou que eu fosse o quê? O amante?

Eduardo nem nega, e eu o encaro chocada.

— Como pôde, Eduardo?! — exclamo, e ele me encara com o semblante culpado.

— Desculpa, flor. Eu realmente fui um idiota estúpido. Vi vocês tão próximos, além dos mais nunca conheci seu irmão.

— Até hoje. Até quase matá-lo.

— Não exagera. Eu me defendi. — Pedro tenta bancar o macho alfa, o que me faz revirar os olhos.

— Mas isso não lhe dá motivos para bater em Pedro. E se ele fosse apenas um amigo?

Eduardo suspira, frustrado com a situação.

— Eu sei. Não sou um cara neurótico. — bufo e ele se corrige. — Tá bom, talvez um pouco, mas reconheci os traços do Pedro de outra época.

— Outra época? Mas vocês não se conheceram antes.

— Na verdade, eu já tinha o visto sim, mas não sabia que era seu irmão.

— Eu te fiz algum mal? — Pedro fica confuso.

— Não... Nem sei como digo isso. — Eduardo fica sem jeito. — Eu te vi no interior depois que conheci Margarida. No mesmo dia que eu ia oficializar as coisas com ela, vi vocês no campo, rindo e brincando. E depois Margarida confirmou que te amava, então...

— Por isso pensou que Pedro era meu amante. — tiro minhas próprias conclusões. Isso explica muita coisa. — Por esse motivo você voltou para BH e não voltamos a nos ver até eu ir trabalhar na mansão.

— Isso. — ele parece muito culpado, e eu solto um suspiro.

Pedro parece entender o clima e se ergue do sofá.

— Eu não quero atrapalhar os pombinhos. Tchau. — ele entra em um cômodo antes que eu possa chamá-lo.

— Você pensou que eu tinha um caso com Pedro mesmo estando com você?

— Não tínhamos nada muito concreto. Eu nem tinha te pedido em namoro, então pensei que você tinha encontrado alguém melhor, alguém que realmente amava. — respira fundo. — Me perdoa.

— Você me deixou por causa de um mal entendido.

— Sou realmente uma merda de pessoa.

Antes que eu possa me deter, sento ao seu lado no sofá.

— Não exagera. Você apenas entendeu tudo errado. Pedro é meu irmão mais velho. Ele sempre cuidou de mim. Por isso as brincadeiras e todo o resto.

— Agora consigo ver. — ele leva sua mão até minha bochecha. — Fiquei cego pelos ciúmes e nem tive a ousadia de confrontar vocês e saber da verdade. Apenas dei as costas como um tolo.

Suspiro, balançando a cabeça. De todo forma, uma risadinha deixa minha boca quando me lembro da confusão recente.

Eduardo estranha.

— Do que está rindo?

— De tudo. Da sua briga com Pedro. Dos mal-entendidos. — nego com a cabeça e ele franze o cenho. — Homens!

— Então estou perdoado pelo falso julgamento? — ele se aproxima mais de mim, encarando-me atentamente. — Realmente, flor?

— Sim, loirinho. — brinco. — Você foi um pouco bobo, mas agora tudo está esclarecido. E como foi a um bom tempo, não vejo porque guardar mágoa. Somos adultos, então não vejo porque ficarmos presos a isso.

— Tem toda razão. — aproxima nossos rostos, então sorri. — Será que seu irmão me odeia pelo soco?

— Sim, mas só até você colocar 100 mil reais na conta dele. — Eduardo amplia os olhos, e tenho vontade de rir. — Estou brincando. Pedro já entendeu tudo e perdoa fácil. Ele vai adorar te ter como cunhado.

— Que bom. — gruda nossas testas, e depois me dá um selinho. — Estou feliz que tudo foi esclarecido. Ainda bem que o destino deu um jeito de unir a gente de novo.

— Sim, ainda bem. — eu o abraço.

Me Abrace Bem ForteOnde histórias criam vida. Descubra agora