Duas semanas depois...
Posso declarar com toda certeza que as coisas só melhoraram nesse tempo, tanto no que diz respeito à aceitação do meu namoro com Eduardo quanto com a vida emocional de Agnes.
Sobre meu namoro, minha família já sabe e provavelmente a mansão inteira. Minha mãe levou bem essa história, afinal Eduardo é um amor com ela. Acerca de Agnes, ela está bem melhor desde que as meninas que a machucavam foram punidas. Gostei das reviravoltas, sobretudo com Luíza, que agora me trata bem melhor, e a volta de Eduardo à mansão.
— O que você tanto escreve aí? — questiono divertida, sentada próxima à janela do quarto de Agnes.
Ela me encara com divertimento antes de dizer:
— Estou conversando com Guilherme.
— Seu namorado?
Ela fica vermelha.
— Não, não tenho namorado. — sorrio da sua cara. — Na verdade, conheci Guilherme recentemente desde que ele foi transferido para a minha escola. Ele é legal.
— E bonito, posso supor.
Ela não hesita ao assentir com um sorriso.
— Muito bonito.
— Quem é bonito? — Eduardo questiona da porta, aparentemente enciumado.
Eu o encaro com animação.
— O novo amigo de Agnes?
— Amigo, é?
— Deixe de ser ciumento. — esmurro seu braço de brincadeira, e ele sorri.
— Quero te levar pra sair, flor. — me encara atentamente.
— Pra onde?
— Niterói.
Amplio levemente os olhos.
— No Rio.
Ele assente.
— Mas por quê?
— Há uma praia lá. E porque quero ficar mais tempo a sós com você. Além do mais, são apenas dois dias.
— Não sei. Sou uma moça de família. Não posso ficar viajando com um cara, sozinha assim. — brinco.
Ele revira os olhos.
— Posso convencer sua mãe.
— Tente. Se conseguir, eu aceito ir com você.
— Certo então. — ele sorri, nem imaginando a dificuldade que vai ser.
***
É claro que minha mãe não resiste ao pedido sofrível de Eduardo assim que ele fala sobre Niterói. Ela inclusive cita que sou maior de idade e dona do meu próprio nariz.
E é assim que acabo em Niterói, aproveitando cada passeio ao lado de Eduardo e tendo a chance de dormir com ele durante esse período.
É magico e na terça-feira volto para casa. Não vou ao trabalho, devido ao feriado, então fico em casa.
— Quando vai me apresentar seu namorado? — Pedro pergunta durante a tarde. Ele está sentado ao meu lado no sofá.
— Quando você parar quieto em casa terá a chance de conhecê-lo.
— Meio difícil. Quase sempre estou trabalhando ou ocupado com outra coisa.
— Sei do que se trata a outra coisa. — estreio os olhos e ele sorri sem graça.
Pedro se afeiçoou a uma jovem do seu trabalho e quase sempre está falando com ela no celular. Se estão namorando não sei, mas tenho certeza que estão a um passo disso.
— Tenho que lavar a moto. — ele se ergue do sofá.
Pedro deu entrada na moto e está pagando aos poucos, depois que começou a ganhar bem no trabalho. Fiquei feliz por ele. Apesar de preferir cavalos, vi Pedro pilotando as motos de seus amigos algumas vezes no interior, então ele sabe até certo ponto.
— Credo, você cuida mais dessa moto do que de si mesmo.
— Você só esta com ciúmes. — bufa divertido, saindo da casa.
Mamãe e Noemi estão preparando algumas delícias na cozinha, então, para não atrapalhá-las, decido seguir Pedro.
Recosto-me ao umbral da porta, observando a rua pouco movimentada enquanto Pedro pega a mangueira e demais utensílios de limpeza. Logo vejo o seu empenho em limpar a moto e apenas aproveito a brisa vespertina que me envolve. Observo as nuvens carregadas, tendo uma ideia de que vai chover.
— Se apresse. Vai chover.
— Estou vendo. — Pedro encara o céu, e depois volta a atenção para sua tarefa.
Depois de alguns segundos, minha tranquilidade é jogada no lixo quando Pedro decide usar a mangueira para me molhar.
— Seu idiota! — grito, e ele cai na risada.
Sem que ele espere, pego um balde cheio de água e despejo na cabeça dele, que estava parcialmente abaixado.
Pedro se ergue e avança em mim, com a mangueira em mãos e um sorriso maldoso nos lábios. Amplio os olhos quando ele me molha novamente e choramingo, fazendo-o rir ainda mais. Antes que ele possa reagir, arranco a mangueira de sua mão e o molho, deixando-o possesso de raiva.
É minha vez de rir.
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Me Abrace Bem Forte
RomanceMargarida Bellini é tão peculiar quanto seu nome. Bonita como a flor do campo, consegue capturar a atenção de Eduardo Bittencourt assim que se veem pela primeira vez na pequena região onde vive com a mãe e o irmão. Depois do primeiro encontro, não v...