capítulo 12

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Aproveitando minha folga no final de semana, deixo a mansão no sábado rumo à casa da tia Noemi. Passo esses dias com ela, minha mãe e meu irmão, aproveitando alguns passeios que surgem e a companhia deles, enquanto fico longe de tudo o que envolve Eduardo Bittencourt.

Prefiro assim, afinal não há qualquer esperança para nós, considerando seu noivado e sua mãe super protetora. Não daria certo mesmo, então é melhor eu me manter quieta em meu papel de funcionária da mansão e esquecer esse assunto que tem se tornado complexo demais para mim.

— Seu pai ficaria orgulhoso de você. — mamãe diz depois do almoço de domingo. Estamos em meu quarto agora, enquanto dou uma ajeitada na pequena bagunça. — Você é tão esforçada.

— Será mesmo?

Minha mãe conheceu meu pai depois que se mudou da Itália para uma fazenda em Minas com seus pais e avós ainda criança. Eles se encontraram anos depois no campo e minha mãe se apaixonou por ele de imediato, contrariando a vontade de sua família. Ela aprendeu a língua brasileira e decidiu morar com meu pai, só depois se casaram. Seus parentes a desprezaram por escolher alguém de classe inferior, e ao invés de se sujeitar a vontade deles, ela simplesmente ficou com o meu pai e ambos viveram uns bons tempos felizes. No entanto, meu pai faleceu por problemas de saúde quando eu tinha 14 anos.

Foi difícil na época e Pedro, como era muito apegado a ele, ficou extremamente ferido. A dor foi difícil para todos nós, mas foi um baque ainda maior para ele, afinal nosso pai era sua maior inspiração de homem do campo. Mamãe também o amava demais e eu tive que animá-la através dos anos para que ela não se afundasse na depressão.

— Claro que sim. De você e do seu irmão. Meus dois tesouros. — diz com emoção na voz, e sorrio para ela.

— Você também é meu tesouro, mãe. — pego sua mão. — Eu vou conseguir uma boa casa para nós. Vou me esforçar para ganhar muito dinheiro no meu trabalho e com a ajuda de Pedro nós podemos até conseguir uma casa mais perto da mansão. O que acha?

— Acho ótimo, mas não sei se quero me mudar tão cedo. — franzo o cenho e ela responde. — Coitada da Noemi. Ela é tão solitária e gosta tanto da minha presença, e ficando aqui também não me sinto sozinha, já que você e Pedro trabalham. Mas você pode conseguir uma casa para você e seu irmão. Não fique presa a essa velha aqui.

— A senhora não é velha. Está na flor da idade. — aperto suas bochechas, e ela ri. — Mas se a senhora quer ficar aqui, quem sou pra negar, né? Só quero sua felicidade.

— Sei que sim.

— Mesmo assim, tia Noemi também pode se mudar conosco. Caso seja muito apegada a esta casa e não queira ir, podemos reformá-la.

— Oh, que boa ideia filha. Obrigada.

Encaro meu relógio. — Ah, lembrei agora!

— O quê?

— Tenho que visitar a Aninha. Ela está me esperando. — eu me ergo da cama, alisando o meu vestido simples. — Não irei demorar por lá. Beijos.

— Beijos. Diga que mandei um abraço para ela e sua família. — murmura, enquanto saio do quarto.

— Vou dizer.


***


Na segunda de manhã, já estou dentro do ônibus rumo à mansão. Minha viagem é rápida dessa vez, considerando o trânsito ameno, e sigo calmamente em direção à entrada principal do condomínio luxuoso. O porteiro libera minha entrada e cumprimento alguns funcionários no caminho.

Me Abrace Bem ForteOnde histórias criam vida. Descubra agora