Storme

Capítulo Onze

Melissa Fleck

Dereck estava encostado em uma BMW série 3 branca quando Melissa passou pelos portões de Harvard. E então soube que estava completamente ferrada quando seus lábios se abriram em um sorriso ao vê-lo estacionado no acostamento. O gesto havia sido tão no automático que Melissa ficou surpresa quando se deu conta de que estava sorrindo. Havia passado-se uma semana desde a última vez em que o viu e para falar a verdade, nem imaginou que fosse vê-lo novamente tão cedo. De Londres a Boston era umas boas horas dentro de um avião. E Melissa imaginava que como qualquer outro empresário, o tempo dele poderia ser bem precioso. Entretanto, ali estava ele. No final de sua aula de terça-feira. E parecia um milagre de Deus que parecesse ainda mais lindo que nas outras vezes, com uma jaqueta de couro preta, calça jeans escura e suéter chumbo. Seus cabelos estavam em uma desordem de fios escuros para todos os lados. Não retribuiu o sorriso, mas seus olhos a queimaram por todo caminho enquanto Melissa aproximava-se.

Não queria e não poderia ter gostado tanto do simples fato de estar vendo-o tão de perto, mas como poderia evitar seu coração de se aquecer quando ele já estava ali na sua frente. Maravilhoso como sempre. Intimidador. Sexy pra caralho.

— Oi.

— Eu falei que ainda ia ver você, não falei? — Piscou um olho, seus lábios se puxando para um sorriso torto super discreto.

— É, você falou. — Respondeu, baixinho.

Dereck a analisou por demorados segundos, a intensidade quase explodindo ao redor. Algumas miseras palavras e seu coração não parava de disparar. Chegava a ser ridículo. Entretanto, depois do que pareceu uma eternidade, Dereck finalmente afastou seu olhar do dela, desencostando-se do carro.

— Vamos?

Melissa ergueu a sobrancelha, cruzando os braços no peito e fincando os pés no chão quando entendeu o que o simples gesto e a única palavra queriam realmente dizer. Havia se dedicado ao máximo em ficar longe dele, não era um palavra de cinco letras que a fariam retroceder de uma hora a outra, embora, toda a sua vontade era de entrar no carro e esperar para ver o que poderia acontecer.

— Você precisa fazer melhor. Não resisti até agora para simplesmente cair nessa de empresário dominador.

Dereck acenou compreensivamente com a cabeça, seus olhos prendendo-a tão intensamente que Melissa sentiu-se corar instantaneamente. Entretanto, manteve-se firme, empinando seu rosto e o desafiando a dar o seu melhor, embora, estivesse bem ciente das novas sensações que estavam atingindo seu peito. Recomponha-se, Melissa, e aguente firme.

— Não sou bom nisso, mas eu vou tentar. — Aproximou-se, cortando o pequeno espaço que os separava, de modo que somente os dois poderiam escutar, embora não tivesse ninguém próximo. — Ontem cancelei três reuniões, hoje cancelei uma bem importante, e voei até Nova York para resolver um problema em uma obra. Um problema que eu resolvi dentro do avião, em menos de dez minutos.

Melissa esperou-o continuar, entretanto, nos próximos segundos que o encarava nada saiu de seus lábios deliciosos. Dereck era maravilhosamente bonito, e certeza que muitas garotas caiam em qualquer conversinha fiada de sua parte, loucas para terem um minuto ao seu lado, mas Melissa tentava sempre se valorizar ao máximo para simplesmente aceitar sair, assim, tão fácil, com um cara que quase nem havia trocado muitas palavras durante os poucos encontros que tiveram. A última vez que o viu - e que simplesmente havia aceitado entrar em seu carro - havia sido uma grande exceção. E que, infelizmente, estava louca para repetir novamente.

— Isso é seu máximo?

— De Nova York a Boston leva cinquenta minutos. E eu estou aqui somente porque eu quero muito passar um dia com você.