Capítulo Dezoito

248 30 102
                                        

Dereck Storme

— Então, Enzo estava certo. — A voz de Noah parecia um zumbido irritante, sem parecer ter medo nenhum, ou nenhuma consciência de que Derek estava preste a enforca-lo até a morte. — Você está tendo algo com Melissa mesmo.

Puxando uma calma que nem sabia que existia, Dereck contou até cinquenta mentalmente. A coisa toda já estava tão feia, e havia piorado consideravelmente quando Melissa saiu por aquela porta com o babaca do playboy. Não existia uma conta certa de quantas vezes seu ego foi esmagado por seus pequenos pés delicados. E então, agora, a situação de Noah parecia minoria perto do ciúmes que estava rasgando seu peito. Entretanto, não poderia fazer nada quanto ao fato de Melissa ter escolhido passar a noite com um outro cara. Contudo, sobre a situação com Noah ainda tinha um pouco de controle.

— O que você está fazendo em Boston?

— Não te interessa.

— Noah!

— Eu não vou voltar para Londres, don. — Debochou, virando o liquido da garrafa de cerveja em sua boca.

Levou um segundo para a garrafa espatifar do outro lado da sala, chocando-se na parede e caindo em pedaços no chão, derrubando todo o líquido no chão. Droga de temperamento. O rosto de Noah virou-se para o lado com o impacto e somente com o barulho de sua mão indo de encontro com seu rosto foi que Dereck percebeu que havia lhe acertado um soco. O suficiente para que o machucado em sua sobrancelha pudesse se abrir e um hematoma em seu maxilar começasse a se formar.

— Que merda, Dereck! — seu grito de resposta não ajudou em nada a controlar o temperamento de Dereck. — Qual é o seu problema? Não é minha culpa se Melissa escolheu um cara da idade dela.

Outro soco talvez pudesse fazer com que sua raiva amenizasse, mas de nada adiantaria. Noah não tomaria jeito. Melissa não ia voltar. E Dereck precisava ir para Londres. E infelizmente, seria com a raiva transbordando em seu peito. Bem, ruim para quem cruzasse seu caminho.

Não estava mesmo acreditando que estava preste a voltar para Londres sem seu relacionamento com Melissa tranquilizado. Onde estava seu poder de chefe da máfia quando estava deixando-a escolher ficar com um cara que não era ele. Da mesma forma que o pensamento apareceu, Dereck quis apaga-lo de sua mente. Melissa era uma garota, crescida fora do mundo sujo em que o cercava, e mesmo que suas atitudes parecessem serem maduras, não passava de uma universitária de vinte anos. Sempre iria ter uma opção de escolhas.

Suspirou, deixando o sentimento agoniante invadir seu peito. Aquele era um dos motivos para que antigamente, só fosse aceitados relacionamentos dentro do mundo da máfia.

— Certo. — Fechou os olhos, acalmando sua voz para que não espancasse seu irmão mais novo. — Vamos ver quanto tempo você vai durar, sem dinheiro, sem carro e sem seguranças.

— Você não pode fazer isso. — Apesar da firmeza, havia um tremor em seu tom de voz. — Eu tenho a minha parte dos bens da família.

— Você não vai ter mais depois que for deserdado. — Blefou, mas Noah não precisava saber disso.

— Você não pode fazer isso.

— Claro que eu posso. Eu sou o don daquela merda.

Dereck escolheu não ficar se torturando em Boston mais. Noah poderia fazer o que quisesse com a sua própria vida, já que já havia tomado a decisão de não participar de nada que estivesse ligado a máfia, mesmo que Dereck tivesse tomado todo o cuidado de nunca o envolver diretamente, mesmo sem nem ao menos tentar, Noah havia decidido odiar com todas as forças a máfia. Então, mesmo sobre os protestos de sua mãe, Dereck estava desistindo. Noah era seu irmão preferido, talvez porque de todos os três, era o mais humano, mas, naquele momento, não valia mais a pena as dores de cabeça.

StormeOnde histórias criam vida. Descubra agora