Storme

Capítulo Trinta e Três

Melissa Fleck

— Quantas horas preciso ficar para fazer meu papel de boa amiga? — Melissa perguntou.

Trenton sorriu, atirando seu corpo musculoso ao seu lado no sofá de sua sala. O apartamento de Trenton estava lotado com seus quase trinta jogadores de futebol americanos, algumas líderes de torcida e pessoas aleatórias – como ela, Noah e Nate. Parecia desconfortável e minúsculo. O pior lugar para reunir uma galera e fazer uma comemoração. E Melissa não conseguia acreditar em como havia se deixado convencer tão facilmente.

— Você estaria se divertindo se estivesse com uma garrafa na mão.

Melissa revirou os olhos.

— Alguém precisa se manter sã para poder levar Noah para casa.

Naquele momento, como que para comprovar sua teoria de que ele estava super bêbado, Noah subiu na mesa da cozinha para dançar enquanto algumas garotas parecia salivar ao seu redor. Nate – que não estava em seu melhor juízo – entornou a metade de uma garrafa de vodca em um único gole e subiu ao seu lado. Se antes Melissa já estava preocupada que Dereck fosse matar Noah por estar levando Nate para um caminho errado, naquele momento ela teve certeza.

— Vocês podem ficar por aqui esta noite. — O hálito de Trenton soprou em seu rosto quando ele respondeu. Seu rosto a alguns centímetros de distância. — Mi casa, su casa.

Melissa mordeu a carne fina de dentro de sua bochecha, não querendo lidar com a sensação que perpassou seu estomago e apertou seu peito. Trenton mexia com ela, mesmo que seus sentimentos estivessem totalmente ligados a Dereck. Entretanto, a questão toda era carnal e sexual. E Melissa nunca havia se deixado levar pelo sexual de seus sentimentos, não ia ser agora que ia começar a fazer, certo?!

— Sabe, foi um ótimo jogo hoje. — Mudou de assunto, esperando que pudesse cortar o clima.

— Apesar de você não ter disfarçado o tédio, foi bom ver você lá. — Ele sussurrou a resposta perto de seu rosto. — Principalmente por causa disso. — Seus dedos encontraram a bainha da sua camiseta do jogo, seus dedos meramente encostando-se a pele de sua barriga.

— Hum, foi ok.

A boca de Trenton se curvou um pouco, mas o suficiente para deixar claro que ele estava ciente de todas as sensações que conseguia lhe transmitir e que, principalmente, estava gostando daquilo. Melissa estava esperando que ele não estivesse lotando sua mente de expectativas porque, no fim, não ia rolar nada.

Melissa limpou a garganta.

— Então, o que vem agora? Você arrasou no jogo hoje e então?

Se era daquele impulso que Trenton precisava para recuar, parecia ter sido o momento perfeito. Ele suspirou e jogou seu corpo no encosto do sofá, afastando-se.

— Você sabe como cortar um clima.

— Não estava rolando um clima, Trent.

— Então, por que os pelinhos do seu braço estavam arrepiados? — ele levantou uma sobrancelha, desafiando-a a rebater, entretanto, aquela expressão não durou muito. — Agora vou esperar para ver se algum olheiro vai me chamar.

— Você sabe que eles vão te chamar, certo?

— Eu não sei. — Ele mordeu o lábio. Sua voz carregada de uma insegurança que Melissa nunca havia visto. — Eu fui bom, mas teve tantos caras bons também que realmente merecem. E talvez, se não me chamarem, vai facilitar tudo. Eu vou terminar meu curso de medicina como meus pais tanto querem e alguém que realmente esteja merecendo vai se tornar uma jogador famoso.