Capítulo Vinte e Nove

165 28 25
                                    

Dereck Storme

Sentir o cheiro familiar de estar em casa novamente era, definitivamente, a única coisa boa de estar em Londres. No momento. Entretanto, a sucessão de merdas que se intercederam depois de sua chegava estava começando a deixa-lo tão irritado, que desconfiava que nada pudesse melhorar seu humor. Melissa estar a seis mil quilômetros de distância era sem dúvida a pior parte de estar em Londres. Depois de passar dois dias atolado em uma merda infinita, com ameaças, mortes e carregamento de armas e drogas sendo interceptados, descobrir que Tucker estava em Boston e que, por algum motivo, com Melissa, havia sido a cereja do bolo.

Parecia que as coisas ao redor tinham que sempre piorar, e as pessoas gostavam de testar seu limite. E de todas as coisas do mundo, a pior era não saber o que viria em seguida, não ter o controle dos próximos passos o deixava com uma agonia absurda e um buraco em seu estomago.

A reunião com o conselho não havia sido em nada produtiva como imaginara. Além de o deixar irritado, os antigos associados começavam a lhe cobrar uma posição. E infelizmente, depois de descobrirem que Chloe não fazia mais parte de seus planos, eles estavam irritantemente insuportáveis. E Giuseppe não estava ajudando. Ao contrário, estava se esforçando ao máximo para levar um tiro na testa. Seu desgosto pelo rompimento do quase noivado estava tão evidente que somente estava servindo para ajudar a levantar os ânimos dos demais.

Se alguém lhe dissesse que ia acabar se apaixonando por alguém que estava longe de ter conhecimento da máfia, provavelmente, há um mês, teria rido da cara da pessoa. Durante toda a sua vida, havia se esforçado para andar nos trilhos entre as regras antigas e estúpidas da família. Entretanto, embora algumas delas houvessem flexionado, outras nem tanto. Um casamento arranjado com membros da máfia já não era algo que contava como uma obrigação, embora fosse algo que fosse de suma importância para alguns negócios. Um casamento com uma mulher que fazia parte de uma hierarquia fosse dentro da máfia ou não, era um bônus alto. E então, ela precisaria ser submissa, nova e bonita. Melissa não se encaixava nas duas primeiras categorias, mas nas outras duas, a garota tirava de letra. Chloe, por sua vez, se encaixava em todas as categorias, embora, em muitos casos, ela forçava demais. E em alguns casos, era como se tivesse outra mulher dentro dela, que fosse completamente diferente da Chloe que seu pai estava moldando. E ela não fazia a menor noção de como era feio não conseguir manter uma única personalidade.

Dereck estava se sentindo um babaca por estar pensando em Chloe quando a enxotou assim que seu interesse passou. Entretanto, não poderia negar que enquanto sua mente fervilhava com a raiva não contida por Tucker, imaginou como seria mais fácil se estivesse escolhido por Chloe. O ciúmes não era algo que estava conseguindo lidar no momento. E com toda a certeza, uma casamento entre eles ia o beneficiar em diversos momentos.

Era vergonhoso de acreditar como uma garota de vinte anos poderia virar toda sua vida de ponta cabeça. Entretanto, enquanto bebia o terceiro copo de whisky para abafar a aflição de seu peito, se perguntou em qual momento, toda aquela merda ia parar de acontecer. Como Melissa havia conseguido o poder de se instalar dentro de cada veia de seu corpo era de um fascínio irritante.

Realmente, Melissa era muito mais interessante e maravilhosa do que julgara de começo.

No momento em que Enzo passou pela porta de seu escritório alguns minutos depois de sua reunião com os fornecedores, Dereck sabia que não ia gostar nenhum pouco de suas próximas palavras, entretanto, nunca passou por sua cabeça que o sentimento que ia se alojar de seu peito fosse de aflição.

— O que? — bebeu todo o líquido do copo, levantando-se da poltrona. — Eu acho que bebi demais para entender a merda que você está dizendo.

StormeOnde histórias criam vida. Descubra agora