Capítulo Sete

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Dereck Storme

Dereck sentou-se na poltrona com uma xicara de café na mão e os olhos na figura feminina dormindo pesadamente na cama a sua frente. Chloe estava nua e seus cabelos loiros se espalhavam pelo travesseiro. Ao lado da cama king, em cima do criado mudo, um relógio digital brilhava quatro e cinquenta e sete da manhã. Um pouco mais de uma hora para sua reunião com os investidores. Ele poderia estar dormindo, descansando e se preparando para um dia terrível como chefe da máfia. Entretanto, quando seus olhos se fechavam para dormir, sua mente não se desligava.

Inferno.

Sua mente, por algum motivo, estava em Boston. Noah não havia aparecido como ordenado e isso acarretara uma série de inconsequências. Esperava que seu irmão estivesse disposto a arcar com as consequências. Dereck havia o subestimado porque realmente ninguém poderia ser tão burro para chegar ao ponto de não acatar uma ordem do Don. E como chefe da máfia, Dereck não ia deixar passar em branco.

Inferno, mil vezes inferno.

A quem queria enganar? Seu irmão não era o culpado por sua mente estar viajando a cinco mil quilômetros de distância de Londres. Soltou uma respiração pesada, tomou o restante do café em um gole e atraiu uma calma inexistente. Ridículo. Era a palavra certa para como estava sentindo-se quando sua mente não parava de pensar em uma garota que havia visto poucas vezes. Insano. Como uma adolescente com uma paixonite tola pela professora. Lançou um olhar para a cama quando a mulher se mexeu, o lençol puxando um pouco abaixo de sua cintura fina e mergulhando no colchão. Sua pele pálida parecendo um contraste contra os lençóis de seda preto. Seu corpo subia e descia com cada respiração, nenhum pouco afetada e nem mesmo ciente da confusão que circulava nos pensamentos de Dereck.

Ou em como sua mente viajara para o rosto de Melissa enquanto Chloe trabalhava com a boca em seu membro duro poucas horas atrás. Seu cabelo escuro macio e liso, a delicadeza de sua pele, sua boca rosada trabalhando com perfeição. Merda. Já havia passado cinco dias desde que havia a beijado no banheiro feminino da boate em Boston, e todas as vezes que havia transado com Chloe, na verdade, era com ela que estava transando. Como um adolescente virgem com uma paixonite impossível. Com um desejo por alguém que não poderia ter. Entretanto, não havia algo no mundo que Dereck não poderia ter. Ou alguém. E só precisava de uma única noite com Melissa em sua cama para saciar sua vontade e sua obsessão por ela. Tudo questão de tempo e tudo voltaria ao normal.

Não sabia o porquê de um garota petulante ter se tornado algo tão presente em sua cabeça e tão intenso pelo resto de seu corpo. Dereck se orgulhara de sempre conseguir manter o controle em relação as mulheres. De seus gostos exigentes e que, levavam seus desejos por algumas delas passarem em algumas poucas horas, tão poucas que nem valeria a pena levar para a cama. Apesar de ser só sexo. Dereck não tinha a paciência de manter uma relação ou construir uma base com qualquer outra mulher. E com toda a certeza, não era nenhum pouco adepto de prostitutas como seus irmãos. Não. Dereck sabia bem o que uma transa poderia levar caso algo saísse do controle. Não ia deixar-se cometer um erro quando já vira tão de perto as consequências.

Sabendo que não tinha nenhuma chance de voltar a dormir, levantou-se enquanto tentava afastar a memória do rosto da garota de sua mente – algo que estava tão vivo como o dia em que a beijou. No banheiro, apertou o interruptor de luz, virando a pleno vapor a torneira, jogando água fria no rosto. E em seguida, cuidando para não acordar a loira esbelta que dormia profundamente, vestiu a calça e camisa de seu terno, calçando o sapato e puxando a gravata e o terno para o braço, carregando consigo para fora do quarto.

Roman estava sentado na banqueta do balcão da cozinha da cobertura, com uma xicara de café preto enquanto folheava um jornal. Seu corpo estava preenchido pelo seu uniforme padrão, um terno todo preto. E levantou seus olhos escuros do jornal quando Dereck puxou uma xicara do suporte, servindo-se de sua segunda xicara do dia – e não eram nem seis horas da manhã.

StormeOnde histórias criam vida. Descubra agora