Capítulo Trinta e Cinco

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Melissa Fleck

Melissa podia sentir a tensão ao redor, entretanto, era difícil saber o que poderia fazer com ela. Tentou se prender aos seus sentimentos, mas, no momento, seu peito e seu cérebro transbordavam confusão. Mordeu o lábio inferior, focando sua atenção em Dereck, que alguns poucos metros de distancia, pela porta de vidro da varanda da suíte luxuosa de algum hotel de Nova York, parecia ser a pessoa menos paciente e feliz com toda aquela confusão. Não dava para escutar quase nada, além de alguns ruídos e vozes abafadas, entretanto, pela maneira que as veias do pescoço dele estavam aparecendo, dava para tirar uma rápida conclusão de que as coisas não estavam nada bonitas para Roman, Enzo e os dois seguranças ali presentes.

— Parece que ele vai enfartar a qualquer momento.

A voz calma de Alana parecia uma contradição gigantesca perto de toda a bolha de tensão. Ela sentou-se ao lado de Melissa no sofá com dois copos de um liquido âmbar que pelo cheiro parecia whisky, um empurrou para Melissa e o outro tomou um longo gole, engolindo sem nenhuma dificuldade.

Melissa levantou uma sobrancelha, cheirando o liquido e sentindo seu estomago embrulhar.

— Cada um precisa de um refugio na vida. Eu escolhi este. — Balançou o copo. — Por muitas vezes, achava que poderia beber para acalmar os sentimentos dentro do meu peito.

— E funcionava?

— Bem, eu ficava bêbada o suficiente para me importar, então, eu acho que funcionava. — ela sorriu lindamente.

Na verdade, a garota em si era a personalização da perfeição. Seus cabelos pretos estavam presos no alto da cabeça, em contraste com sua pele translucida e seus olhos verdes e que também destacavam o vermelho escuro de seu suéter simples em conjunto com a calça jeans e o tênis preto.

— Então, qual é a sua real historia? — Melissa quebrou o pequeno silencio, tomando um gole do liquido amargo, sentindo-o ardendo em sua garganta.

— Eu não sei se posso escandalizar a mulher do chefe. — provocou, com um sorriso. — Até onde você sabe?

Melissa deu de ombros.

— Que seu padrasto é um escroto que bate em mulheres e que Enzo foi seu anjo da guarda quando te sequestrou dele. Foi Dereck que comentou, então, acho que ele não está tão preocupado em escandalizar a própria mulher.

— Tenho certeza de que não contou nem metade do que realmente sabe.

Melissa odiava quando conversavam por códigos e a curiosidade não era algo que era fácil de lidar, entretanto, ela encarou aquela resposta como se Alana não quisesse responder. E ela tinha todo o direito de tentar manter todos seus segredos em uma caixinha somente para ela e que só abrisse com alguém de quem confiasse realmente.

— E você, qual é sua real historia?

— Sou uma universitária estrangeira que se apaixonou por um homem da máfia. E me coloquei no meio desta aventura perigosa sem nem ao menos ter conhecimento. Acontece.

Seu tom de voz foi divertido e esperou uma resposta da mesma forma, entretanto, Alana parecia perdida demais em seus pensamentos para achar graça de alguma piada. Ela olhava fixamente através da porta de vidro – onde Dereck parecia discutir furiosamente com Enzo e os outros homens que estavam presentes.

— Isso tudo é minha culpa. — ela virou o rosto para Melissa. — você se tornou um alvo por minha culpa.

— Eu estou com Dereck, Alana, você não tem culpa disso. Eu escolhi ficar com ele mesmo sabendo que coisas deste tipo iriam acontecer. Dereck faz parte de uma máfia e você não tem culpa disso.

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