Dereck Storme
Boston não era muito diferente de Londres. A diferença do fuso horário era pouca comparada aos outros países. A temperatura era parecida. O barulho e o movimento era estressantemente irritante. E Dereck estava em seu limite. Sua pouca paciência já havia se evaporado com a reunião do começo da manhã. O bosta do prefeito havia o deixado irritantemente irritado com toda sua bajulação forçada e piadas sem graças. Puxa-saco. Nem mesmo o rosto nada amigável e os olhares frios que Dereck havia o lançado durante as duas horas de reunião havia o parado. Ele era uma putinha interesseira que ficava fácil quando conhecia uma boa oportunidade. E Dereck sabia exatamente o que oferecer para que aquele tipo de escória colaborasse com a máfia.
Dereck esfregou a parte de trás do pescoço e tentou afastar a tensão que se agarrou. A ideia era três reuniões para conseguir alianças em Boston, selecionar alguns soldados novos, algumas prostitutas e uma reunião com os investidores da Primazia. E então, Dereck estaria de volta em Londres antes mesmo do meio dia do dia seguinte. Entretanto, Noah havia sido espancado, seu carro havia sido queimado e Enzo achava que poderia ser alguns inimigos que não estavam satisfeito com sua visita. Bem, ele não sabia quem havia sido, mas não era pessoas inteligentes. Ninguém em sã consciência mexeria com alguém da máfia de Londres.
Suspirou.
Ele tinha quase uma hora antes de o próximo compromisso. E ele não estava preparado para almoçar com dois ricaços babacas e ambiciosos que achavam-se o dono do mundo mas que se tremiam de medo somente com um olhar dele. E deveria tremer porque era uma merda ter uma arma ao seu alcance quando ele não tinha nenhum pouco de paciência e a sua vontade era de estourar a cabeça deles a cada palavra. Entretanto, aqueles babacas tinham um pouco da noção para saber a hora certa de parar de falar merda e escolher o tipo de palavras para não o irritar ainda mais. Não era a toa que eles eram sócios da maior empresa de engenharia de Boston. Eles trabalhavam bem juntos, apesar de sempre discordarem da maioria das questões. Entretanto - na maioria das vezes - Dereck nunca discutia. Ele somente fazia cara feia - quando não concordavam com ele - e nunca os deixava se esquecer de quem que mandava. Juntos, eles podiam ter quarenta por cento. Mas, sozinho, ele tinha os outros sessenta.
Saindo daquela linha de raciocínio, Dereck caminhou até a mesa e serviu uma xícara de café preto, sentando-se. De onde estava, ele podia apreciar - pela porta aberta de correr da varanda do hotel - como as folhas ficavam avermelhadas na primavera de Boston e o clima suave que deixava o movimento grande e cheio de expectativas.
Dereck repousou a xícara na mesa e puxou o tablet para perto. Desenhando perfeitamente os traços do rosto refletido na tela. Os cabelos eram longos e lisos, de um castanho escuro que contrastavam com a pele lisa e morena. O sorriso branco contornado pela carne grossa de seus lábios avermelhados e os grandes olhos castanho escuro penetrante e intimidadores. Ele não podia negar que Melissa Fleck tinha uma beleza surreal que a deixava fascinante. E era impressionante que, em menos de dez horas, a garota não havia saído de seu pensamento nem por um momento. Dereck estava sempre forçando seu cérebro a focar em suas responsabilidades, entretanto, o rosto da garota sempre aparecia.
A forma como ela havia ajudado seu irmão, e batido o pé de maneira petulante quando achava estar certa. Seus olhos intensos beiravam a rebeldia. E Dereck nunca iria confessar, no entanto, ele havia gostado daquele gesto dela. Porra. A garota era espetacular.
Ele deslizou o dedo para o lado, com toda a vida da garota que ele havia mandado pesquisar. Ela era brasileira - o que Dereck já havia desconfiado pelo sotaque. Filha única. Seu pai era dono de uma pequena empresa do ramo das comunicações e sua mãe era uma boa advogada. Bem, a garota não ocupava a lacuna da classe baixa, apesar de ter entrado em Harvard com uma boa bolsa de estudo e com o suficiente para se manter sozinha em Boston por pouco tempo, além disso ela posava como modelo para um fotografo iniciante como um jeito de ganhar um extra e conseguir um dinheiro para pagar o aluguel de um apartamento pequeno que dividia com uma garçonete. Por algum motivo, Dereck achou aquilo interessante, apesar de não ter se surpreendido. Além de seu português natural e o inglês fluente, ela também falava italiano. Havia estudado em uma escola particular, com diversas turmas avançadas no currículo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Storme
RomanceMelissa Fleck lutou para conseguir sua tão sonhada bolsa na maior e melhor universidade do mundo todo. Sabendo exatamente seu valor, nunca poderia aceitar menos do que realmente merecia. Entretanto, em uma inesperada e assustadora situação não esper...