Dream in a dream

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Harry pov.

Ao longo dos anos, eu fui percebendo algumas coisas sobre mim mesmo em pequenas analises que costumava fazer. Aquilo era algo que eu gostava. Eu gostava da ideia de ser a pessoa que me conhecia melhor do que qualquer um.

Claro, era só a ideia, porque a pessoa que me conhecia melhor do que qualquer um era minha mãe e logo em seguida vinha meu padrinho Remus, sendo seguido por um Ronald furioso. Se eu fosse realmente parar para pensar... na fila do 'quem conhece melhor Harry Potter' eu chutava que estivesse em sexto lugar.

Mas, uma das primeiras coisas que eu notei sobre mim mesmo, foi que definitivamente eu não era hetero. Na verdade, acho que nunca tentei ser, afinal, minha família nunca impôs que eu devia ter uma namorada, eles apenas diziam 'quando você achar alguém' ou 'a pessoa certa' sem nunca definir se esperavam de mim um namorado ou uma namorada. E quando digo "minha família", eu estou falando de Remus e dos meus pais, porque Sirius acredita fielmente que irei morrer sendo um lindo bebê de 6 anos que gosta de ver ele andar de moto.

Mas a percepção da minha não heterossexualidade veio com uma interrogação, porque eu sabia que não via as garotas da mesma forma que os rapazes da minha turma, mas eu as achava muito legais e bonitas. Eu só percebi que era, de fato, gay quando vi Cedrico, meu atual ex namorado, entrar no campo para jogar como goleiro no time que jogaria contra o meu no final do meu segundo ano.

Porque sim, ele era um colírio para os olhos.

Eu não me apaixonei à primeira vista, porque primeiro eu fiquei dias sem saber como reagir a algo que eu já sabia, mas que não tinha certeza. Foi só quando Rony berrou nos meus ouvidos pela sexta vez (ou sétima? Não me lembro) que estava tudo bem ser gay e achar mulheres legais e bonitas, que isso fazia parte de ser uma pessoa com olhos e com bom senso, que eu me permitir realmente aceitar aquilo e logo em seguida eu fui pedir conselhos sobre flerte para minha mãe, e seu primeiro ensinamento foi claro e objetivo.

'Nunca faça o que seu pai ou Padfoot fariam'

A voz da experiência somada a voz da razão, que era muito similar à de Remus, me convenceram, então meu primeiro relacionamento com outro cara foi baseado em uma conversa sincera após Cedrico se transferir para minha escola no mesmo ano e nos tornarmos bons amigos.

Não durou muito, tínhamos objetivos diferentes, mas ele foi o cara que fez eu me sentir confortável com minha sexualidade, então depois dele eu comecei a me analisar novamente para perceber se eu tinha um tipo favorito.

E eu tinha.

Gostava de caras mais altos que eu, mas que não fossem absurdamente grandes, que tivesse um estilo próprio e fosse o tipo de homem que combinasse com qualquer roupa, com um sorriso bonito e, há poucos meses, eu havia percebido uma pequena preferência por loiros.

Esse era meu tipo favorito de cara.

Eu nunca tinha encontrado alguém que eu olhasse e pudesse afirmar que era exatamente aquilo.

Até a noite da véspera do ano novo. Quando o filho da prima de Sirius entrou pela porta da minha casa.

Eu nunca tinha visto uma foto daquele cara na minha vida, mas acredito que mesmo que eu tivesse visto ela não teria sido o suficiente para me preparar pro tombo que meu coração deu.

Quero dizer, o que era aquilo tudo?

Ele era alguns centímetros maior do que eu, possuía os olhos azuis mais lindos do mundo, era uma cor parecida com a do mar em um dia de muito sol ou do céu em um verão sem nuvens. Estava usando uma calça preta que modelava de forma bonita as pernas e uma camisa social em um tom escuro de verde com os primeiros botões abertos, deixando a vista uma corrente prata que desaparecia por dentro da blusa. Os cabelos loiros platinados eram um pouco compridos, quase alcançando os ombros, jogados para trás de forma desleixada, como se estivessem caindo no rosto e ele apenas houvesse passado a mão para tirar.

New Year's Eve - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora