Harry pov.
— Não Rony, pela milionésima vez, eu não estou te trocando — disse em voz alta para o ruivo deitado em minha cama, vendo o mesmo bufar e dar uma risada debochada.
— Como se você fosse assumir isso na minha cara — ele falou enquanto cruzava os braços de forma indignada.
Encarei meu melhor amigo com uma expressão séria, vendo ele me encarar da mesma forma e erguer uma sobrancelha, revirei os olhos com o ato.
Ronald Weasley, 18 anos.
Nos conhecemos da forma mais inusitada do mundo todo. Desde muito novo eu usava óculos, porque apesar da minha mãe se gabar aos 4 ventos de que eu tinha seus olhos, minha miopia discordava, afinal, ela vinha diretamente de James Potter e se instalava em minha retina, me tornando uma minhoca quase completamente cega ao ver imensos borrões no lugar dos objetos e pessoas.
Acontece que quando se é criança, você só pode participar de um grupo, então ou você é um valentão, ou você é o que sofre algum tipo de bullying, ou você é alguém completamente neutro e ninguém mexe com você. O real problema é que existia alguns estereótipos que automaticamente te incluía em um desses grupos, e usar óculos me colocava de forma certeira no grupo dos que sofreriam bullying.
Na minha primeira semana de aula na escola primária, alguns garotos haviam pego meus óculos e escondido, e como naquela época enxergar era complicado, eu não pude fazer nada além de chorar para a professora. Quando meus pais chegaram na escola para me buscar após a professora ligar, um ruivo de olhos claros e várias sardas pelo rosto caminhava até mim com meus óculos em mãos e um sorriso expansivo, mostrando a janelinha de um dente que havia caído.
— Eu achei aonde eles esconderam, estava em baixo da mesa da professora — ele disse ao colocar meus óculos no meu rosto, bagunçando meus cabelos com afeto. — Eles não vão mais implicar com você, eu prometo.
Me lembro de ter sorrido de forma chorosa e abraçado o garoto com muita força, agradecendo por ele ter devolvido minha visão e dizendo que ele iria ser meu melhor amigo para o resto da vida.
É claro que eu não sabia o buraco que eu tava me enfiando.
Rony era o melhor amigo do mundo. Sempre que chegava em um lugar ele era facilmente notado, afinal, ele era um ruivo muito bonito e, com o passar dos anos, se tornou um homem muito charmoso. Apesar de ele nunca dar atenção para ninguém a sua volta, o desgraçado sabia que era bonito e fazia o possível para se sentir bem. Era algo que eu achava divertido de ver, afinal, nossa amizade era uma via de mão dupla e eu queria que ele se sentisse bem sendo quem ele era, da mesma forma que ele passou anos me incentivando a fazer.
Rony era o filho do meio dos 7 filhos de Arthur e Molly Weasley, e todos eram ruivos estonteantes, então ele nunca teve confiança de se permitir ser algo por medo de ser ofuscado, logo a primeira coisa que fiz quando nos tornamos melhores amigos foi apresentar ele para minha família.
Porque sim, Sirius e James eram coach de autoestima e confiança.
Além de que, minha mãe é uma ruiva tão estonteante quanto e enfiou na cabeça de Ronald que a beleza não estava no físico, e sim no empoderamento que você assume quando decide que não há ninguém no mundo que você ame mais do que a si mesmo. Isso entrou com força na cabeça dele, que com o passar do tempo foi adquirindo coragem para escolher as roupas que gostava e admirar seu reflexo no espelho, cuidando do corpo e mantendo uma imagem que considerava atraente.
Aquilo querendo ou não também refletia em mim, que já tinha o costume de trocar os óculos por lentes por me achar mais bonito com elas, e obvio por também não querer que o incidente do primário se repetisse. Eu não era modesto e me considerava alguém extremamente atraente e charmoso, e ter Rony seguindo o mesmo caminho era ótimo, até porque ele dizia que queria estar a minha altura e que deveríamos ser uma dupla irresistível.
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New Year's Eve - DRARRY
FanfictionDraco não era alguém tão otimista ao ponto de pensar que sua ida para Londres seria algo magnífico, mas após conhecer Harry Potter em uma pequena festa de ano novo, passou a ver que talvez ele devesse ser um pouco mais positivo.