Harry pov.
Tomar conhecimento dos meus sentimentos por Draco não havia sido uma coisa boa.
Uma semana havia se passado desde o almoço na casa dos Weasley e eu podia afirmar com certeza que não tinha sido uma coisa boa.
O único lado bom era que eu finalmente entendia o que era aquela enxurrada de sentimentos.
O lado ruim era que tinha vários lados ruins.
Primeiro, ele é primo do Sirius.
Segundo, Sirius iria mata-lo.
Terceiro, nós havíamos nos tornado amigos, ele podia ver isso como uma forma de querer tirar proveito dele.
Quarto, ele não era afim de mim.
Quinto, eu não sabia lidar com aquilo tudo.
Tudo bem, pode ser que alguma dessas não sejam fatos, mas o fato é que eu estava surtando.
Havia passado a semana inteira tentando ignorar esses sentimentos e agir com normalidade na frente do loiro, a questão era que Draco já me conhecia o bastante para saber quando eu estava agindo de forma anormal, e era o que ele havia feito naquele dia.
Era uma quinta-feira, dia de ficar o dia todo na faculdade, mas ao invés de pegar carona com Draco, naquela semana, eu havia ido de moto todos os dias.
Tinha usado a desculpa de que o tempo estava bom então iria usar minha moto.
A verdade era que eu estava evitando dar carona ou pegar carona com o loiro, porque isso iria implicar em ficarmos sozinhos em um dos automóveis, e eu não podia ficar sozinho com Draco.
Tinha feito questão de que todos nossos momentos juntos haveria alguém, fazendo Nott andar sempre comigo na faculdade e sempre arrumando algo para fazer com Rony.
Draco, obviamente sendo o loiro genial, havia notado, e como uma boa cobra, havia também me encurralado.
O loiro tinha dito que queria conhecer uma cafeteria nova próxima ao campus e que não iria aceitar não como resposta, então muito sabiamente eu disse que iria para a biblioteca da universidade para estudar alguns livros pois teria um seminário para entregar.
O seminário era apenas no próximo mês, mas como eu estava fugindo do que eu sentia, já tinha adiantado todas as minhas tarefas da faculdade, sendo um exemplo de aluno, mas um péssimo amigo.
Ele pareceu desapontado, mas apenas disse que podíamos marcar outro dia sem problemas.
Eu, tolo, acreditei.
Assim que me sentei na biblioteca, vejo Draco se sentar na mesa de frente para mim, sorrindo daquela forma que me deixava todo boiola e colocando um livro em sua frente.
— Vou precisar estudar também, bom que fazemos companhia um para o outro. — Ele diz de forma normal, mas eu percebo uma pitada de cinismo e reviro os olhos.
— Sei. Tudo bem. — Digo de forma calma, me batendo mentalmente por ter sentado em uma mesa afastada e por ter dito a Nott que ficaria bem sozinho para que ele fosse se encontrar com uma garota de Fisioterapia.
O clima entre eu e Draco não era um dos melhores, porque como eu estava fugindo e dando o meu melhor nessa tarefa, eu tinha esquecido alguns detalhes do loiro, como sua beleza estonteante em volta dos olhos azuis como o céu em um dia sem nuvens e os cabelos loiros claros que deixavam algumas mechas caindo sobre os olhos, vendo a bonita mão de longos dedos os afastando com gentileza.
Tudo em Draco parecia poético, como se ele fosse uma obra de arte, aquelas esculturas gregas com imagem de deuses ou anjos pareciam retratar com muita perfeição a imagem impecável de Draco.
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New Year's Eve - DRARRY
FanfictionDraco não era alguém tão otimista ao ponto de pensar que sua ida para Londres seria algo magnífico, mas após conhecer Harry Potter em uma pequena festa de ano novo, passou a ver que talvez ele devesse ser um pouco mais positivo.