New Year's Eve - DRARRY

Mad city

Draco pov.

Assustador.

Essa era a melhor palavra que minha mente em seu atual estado conseguia usar para definir o trote de hoje. Encarei Rony que tinha uma expressão furiosa no rosto, contendo a minha risada por sentir a garganta dolorida de tanto o fazer. Estávamos no quintal dos Black, onde uma mangueira era ligada por Harry, e um Ron muito nervoso seguia em sua direção com intuito de se livrar das marcas daquele dia, um dia que eu tinha certeza que o ruivo de longos cabelos jamais iria esquecer, muito menos perdoar aqueles que o causaram.

A realidade era que ninguém cogitou que a perversidade dos Weasley fosse de fato gritante, estávamos achando que era um exagero.

Não era.

Pelo menos eu não tinha me matriculado para cursar direito, porque se aquilo fosse dirigido a mim, eu não teria aguentado calado. Nosso atual grupo tinha seguido até o local do trote, vendo Harry e Nott ficarem afastados para que não fossem confundidos com os alunos destinados ao trote, e com a missão de cuidar das bolsas de todos.

Harry parecia seriamente aliviado, sorrindo de forma assustada e mantendo o telefone em mãos para filmar qualquer atrocidade que fosse dirigida a seu melhor amigo de infância, sorrindo de forma amedrontada ao ver o que os gêmeos haviam preparado.

Eu segui até os veteranos do meu curso, sendo seguido por um moreno muito curioso com o que acontecia com os calouros de direito, não disfarçando o interesse no ruivo ao manter os olhos grudados no rapaz, algo que me divertiu. Nosso trote consistia em conseguir certa quantia de dinheiro, pedindo nas ruas, o que era fácil, considerando que apenas quem estivesse de acordo em se sujar com tinta iria, então eu e Blaise estávamos dispensados, ambos não fazendo questão de participar de toda aquela alegria que te incentivasse a cometer loucuras.

Eu falo por mim, afinal, alguns jornais iam adorar o herdeiro das empresas Malfoy pedindo dinheiro no sinal. Sem ter o que fazer, segui até Harry, pegando as bolsas da mão do rapaz e as mantendo em minhas costas, sorrindo de forma gentil para o moreno e vendo ele sorrir de volta com aqueles brilhantes olhos verdes direcionados a mim. Eu não ia assumir, mas encarar os olhos bonitos de Harry só não era mais delicioso que encarar os lábios dele.

Não tinha conversado muito sobre o beijo com o moreno, nem tinha interesse em fazer isso, afinal, nossa amizade era algo que eu havia me apegado e pretendia não estragar, mas nosso acordo nos cercava de uma forma a traçar uma linha até onde podíamos ir. Não sabíamos ainda até onde, isso só iriamos descobrir quando o ex de Harry saísse de sua toca.

Agora que ele era bem-vindo, ele desaparecia. Maldito.

Rony seguiu relutante até os irmãos, parecendo murmurar algo antes de indicar Harry com a cabeça que no mesmo instante ligou a câmera para gravar todas as provas do crime. Acontece que o castigo de Rony não era algo doloroso fisicamente, e sim vergonhoso. Os gêmeos tinham em mãos uma camisa branca aonde tinha impresso várias fotos de um bebê Rony e de um adolescente ruivo cheio de espinhas em cenas constrangedoras de adolescentes. Os gêmeos tinham criado um circuito aonde Ronald teria que voltar em 1 hora com uma tinta de cada cor na camisa.

Funcionava assim:

Fred dava a dica inicial e manchava alguma parte do irmão com uma tinta na cor amarela, em seguida, Rony ia até o local da dica e outra pessoa iria lhe sujar em algum lugar com outra cor e assim por diante até que a última dica o levasse até Jorge. A grande questão era que Rony teria uma punição caso passasse de 1 hora, e Rony chegou após 1 hora e 12 minutos de circuito, porque além de cada dica levar a um setor, alguns dos 'jurados' estavam escondidos e Rony teve o trabalho duplo de os achar para receber a tinta.