We go up

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Draco pov.

Adorável.

O dicionário diz que adorável significa: 'que é merecedor de culto; que é digno de ser adorado; venerável. Que tende a encantar; que incita admiração; admirável. '

Eu não conseguia achar uma palavra que se encaixasse melhor em Harry Potter que essa. A criatura em questão estava dirigindo concentrado, murmurando a música que tocava em sua playlist de forma quase sussurrada, sorrindo em algumas frases, o que me indicava ser seus momentos favoritos da canção. Parecia genuinamente empolgado com nossa ida a um parque de diversões apenas pela ideia de me mostrar Londres de cima com as luzes da noite.

No caminho havíamos passado por uma universidade imensa, com uma bela construção em mármore branco e um campus que se estendia por mais de um quarteirão de acordo com o moreno, e ele afirmou de forma animada que era o local onde iria estudar medicina esse ano.

A faculdade carregava uma história, pois além de ser o local aonde Remus lecionava uma cadeira de História, era também o palco de parte da história dos marotos, nome que os pais e padrinhos de Harry usavam para se identificarem desde o ensino médio, então o moreno estava feliz por ter sido aceito na universidade. Para sua alegria, seu melhor amigo também havia passado, então ambos iriam ficar juntos apesar de não estudarem na mesma área. Harry dizia empolgado que havia feito um passeio com Fred e George, os irmãos gêmeos de Ronald, que eram alunos na instituição, que o mostraram todo o local com calma e indicaram qual lanchonete tinha o melhor café e onde o bolinho era mais caro.

O garoto parecia deslumbrado ao falar sobre as coisas que sabia da universidade, contando algumas histórias de seus pais que sabia e ficando encantando por perceber meu interesse no local. Confesso que 70% da minha empolgação era por ter sido contagiado pelo bonito sorriso acompanhado das esmeraldas brilhantes, mas não iria dizer isso em voz alta.

Quando minha mãe disse que queria voltar para Londres, uma semana após o velório do meu pai, eu fiquei indignado. Não por achar que seria falta de respeito com meu falecido pai, meu mais sincero foda-se ele, mas sim por achar uma falta de respeito diretamente a mim. Eu não tinha família nenhuma além dos meus pais, pois apesar de saber da existência dos Black, eu nunca tinha os visto na minha vida. Sabia que minha mãe tinha duas irmãs, Andrômeda e Belatrix, e dois primos, Sirius e Regulus, mas eu nunca os tinha conhecido, e tudo que eu tinha eram alguns colegas.

Demorei para entender que aquele olhar perdido que minha mãe dava para a cidade onde eu tinha nascido não vinha de uma simples implicância. Ao olhar para qualquer coisa em Paris, minha mãe via uma cidade na qual ela foi aprisionada e impedida de ter contato com quem amava, sofrendo em silencio para garantir uma boa educação para mim, e vivendo os desejos do marido que acreditava estar fazendo o melhor para esposa ao afasta-la da família.

Eu amava de mais a minha mãe para ficar feliz sabendo dessa informação. Quando contei para meus 'amigos' que iria embora para Londres, eles pareceram verdadeiramente decepcionados de início, mas em seguida os ouvi cochichar sobre estarem perdendo o responsável por bancar os passeios caros deles, então eu não me senti culpado em os abandonar.

Quero dizer, isso não é amizade.

Era interesse.

Em mim.

No meu nome.

No dinheiro da minha família.

Sabia que seria assim por todos os lugares que eu fosse, porque o meu sobrenome estava estampado em grandes empresas distribuídas por toda a Europa, então eu mantive em mente que não ia ligar de não ter amigos, porque se minha mãe ficasse feliz, eu daria o meu melhor para fingir que tudo estava bem. E não era querendo me gabar nem nada, mas se tinha alguém melhor do que eu em fingir emoções, eu não o conhecia.

New Year's Eve - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora