Day dream

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Harry pov.

Era muito estranho o que eu estava vivendo.

Assim, nada contra a casa cheia, mas o clima estava péssimo.

Vamos começar pelo mais fácil de descrever, que era Sirius e seu constante mal humor.

Ele odiava com todas as forças a irmã da minha mãe, não poderia contar quantas vezes ele disse que se tivesse o poder de amaldiçoar alguém ele iria gastar tudo em Petúnia.

Claro, esse ódio continuava lá, porque ele sabia que Valter não era a única razão para ela ter sido uma megera a vida toda, mas em algum lugar ele conseguia ver que ela estava realmente arrependida, e esse sentimento era confuso demais para ele, que apenas ficava em silêncio mortal ignorando tudo e todos e fazendo caretas a cada vez que Petúnia abria a boca.

E bom, meu pai apesar de ser um homem muito sábio e maduro, estava na mesma, porque quando Sirius fazia algo ele se sentia compelido a fazer o mesmo, os dois funcionando como almas gêmeas super ligadas, ou como Remus gostava de falar, ambos funcionando através do mesmo único e solitário neurônio.

Remus parecia muito desconfortável, sempre com um livro em uma mão e a outra buscando algum contato com o marido, seja brincar com os longos fios ou apenas entrelaçando seus dedos com o de Sirius.

Era um contato que o fazia se sentir mais calmo, sentir que não estava sozinho ali, que ambos estavam tão indignados juntos, mesmo Remus sendo maduro para participar de algumas conversas e dando apoio para minha mãe.

Minha mãe estava sendo a mais difícil de ler.

Eu sabia que ela não era o maior exemplo de benevolência e perdão do mundo porque até hoje ela briga com meu pai por ele ter quebrado um dos presentes de casamento que eles haviam recebido de um casal falecido que foi amigo deles, sempre muito triste por não ter aquela memória tão importante, mas ela estava agindo com tanto carinho para com a irmã que estava difícil entender.

Eu sei que eu amo minha mãe, mas eu conheço muito bem para saber o quão assustador ela consegue ser quando algo a incomoda.

E ali estava ela, servindo um chá de hortelã para Petúnia porque a mulher não estava em condição de tomar nada com cafeína e tirando um bolo do forno para agradar Duda, que desde o dia que chegou estava sem conseguir comer direito.

Eu entendia que eles haviam passado por coisas muito difíceis e agradecia a por Duda ter tido coragem de chamar ajuda para salvar sua mãe, mas eu não me sentia completamente bem com eles ali.

Acho que o rancoroso na grande realidade era eu.

— Pad, pode me passar o saco de pão? — Pergunto para o meu padrinho, que olhou para mim com a expressão suave e sorriu, me entregando o que eu havia pedido.

— Querido, quando Draco irá nos visitar novamente? — Remus pergunta com um sorriso, feliz por ver que eu não estava naquela greve de silêncio ridícula que meu pai e Sirius haviam se enfiado.

— Draco está desconfortável em vir... ele acha que estamos com problemas familiares sérios. — Digo revirando os olhos ao lembrar da conversa que tive com o loiro no dia anterior, ele dizendo que viria sempre que eu precisasse, mas que ele não estava confortável com a situação.

— Draco é seu namorado? — Escuto a voz de Duda soar pela cozinha, me fazendo o encarar com receio e vejo Sirius fazer uma careta.

— Sim, ele é meu namorado. — Digo de forma confiante, encarando o rapaz da minha idade com seriedade e vendo ele concordar com a cabeça, fazendo uma expressão desentendida.

New Year's Eve - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora