New Year's Eve - DRARRY

Touch

Harry pov.

Encarei Draco com oitocentos pontos de interrogação em cima da cabeça. Não fazia ideia do que o loiro tinha planejado, mas apenas me deixei levar pela situação, apertando os dedos do outro entre os meus e retribuindo o sorriso que recebia, sentindo seu corpo muito próximo do meu e um calor gostoso irradiando dele. Um frio de desgraçar meio mundo e Draco Malfoy estava quente. Se aquilo não era o destino esfregando na minha cara a perfeição daquele homem, não sabia o que era.

Vi pelo canto do olho Cedrico se aproximar com uma confusa Cho que, ao me ver, revirou os olhos e desmanchou o sorriso. É Chang, nem eu nem você aguentamos mais esse babaca.

Cedrico não era assim.

Quando nós conhecemos, não estávamos na mesma escola. Foi em um dos jogos do intercolegial, ele era o reserva do goleiro da escola dele que, após bater a cabeça na trave, teve que ser socorrido, então ele o substituiu. Parecia ser o primeiro jogo dele, afinal, ele estava pálido de mais e tremia levemente, então eu senti pena... por apenas alguns segundos, porque nada ficava entre as minhas mãos e a taça dos campeões, então não hesitei em fazer mais 4 gols só de brincadeira nele.

Competitivo? Sim, fui criado por James Potter e Sirius Black.

No final do jogo, após cumprimentar a torcida, senti alguém tocando meu ombro. Não era Ronald, porque ele estava do meu lado conversando com Simas sobre alguma jogada, e se não era o meu melhor amigo me tocando, essa pessoa corria sérios riscos de perder a mão. E nem ia ser eu a cortar.

Me virei para a pessoa que me tocou com uma expressão fechada, movendo minha própria mão por meu ombro para afastar o toque, vendo o bonito goleiro corar em constrangimento. Ele parecia não saber o que dizer, então ficou bons segundos apenas abrindo e fechando a boca enquanto eu trocava meu peso de uma perna para a outra. Quando ele finalmente disse algo, era um elogio, dizendo que tinha gostado da minha forma de jogar e me perguntando se podia salvar meu número para conversarmos. Dei de ombros minimamente, pegando o aparelho da mão dele e salvando meu contato, mantendo a expressão firme até o menino se afastar com um sorriso brilhante enquanto dizia que iria me mandar mensagem.

No instante em que ele se distanciou, puxei Rony para um lado afastado, respirando de forma pesada, como se estivesse me afogando e precisasse de ar. Ronald ficou minutos inteiros querendo matar o garoto por ter me feito sei lá o que até que eu conseguisse me pronunciar, rindo de forma mais calma ao entender meu surto.

Eu não gostava de garotas. Nunca tinha olhado para nenhum garoto com atenção, mas aquele lindo menino tinha me feito corar. Eu sentia meu pulso acelerado, jurava que era um infarto. Fiquei meia hora me recuperando do meu ataque por nada, de acordo com Ron, absorvendo as palavras dele com atenção. Ele havia dito de uma forma nada poética a frase 'você gosta de garotos e isso não é uma novidade para mim'.

Após alguns dias, recebi uma mensagem de um numero desconhecido que dizia ser de alguém chamado Cedrico.

Mas quem diabos era Cedrico?

Só associei o nome à pessoa quando ele me disse ser o goleiro que perdeu na final. E sério, como esquecer aqueles 4 gols? 'Tá bem que ele era o meu primeiro crush e o cara que terminou de me empurrar pra fora do armário, mas meus gols haviam sido lindos também.

Após uma conversa com minha mãe, decidi aceitar sair com o garoto nas férias.

Nós tivemos um passeio muito agradável, e eu havia sido sincero ao dizer que não tinha me envolvido com ninguém até aquele momento porque tinha acabado de descobrir que era gay, e ele sorriu de forma gentil ao dizer que tudo bem, que ele era bi mas que entendia como era complicado perceber que estava apaixonado por alguém do mesmo sexo.