Capítulo 51 Galopando

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Mal consegui perguntar para o Aspen se estava bem ou analisar cada centímetro de seu corpo para ter certeza de que estava bem, já tinha me colocado em cima de um cavalo do estábulo e reclamei de dor algumas vezes mesmo Aspen sendo cuidadoso.
Robert e Phill estavam no estábulo nos esperando já com seus cavalos à postos.

- Ela não parece bem. - falou Phill me analisando - Está muito pálida!

- Ela perdeu muito sangue, isso é normal. - agora foi o Robert - E quem a vê correr assim não acreditaria que a poucos minutos acabara de sair de uma cirurgia!

- Ela não vai ir sozinha. - Aspen subiu no mesmo cavalo que eu, não eram nossos cavalos, os nossos estavam em um estábulo mais distante, perto do lago.

Fiquei feliz em ver todos aparentemente bem. Porém sentia minha garganta secando de modo que me impedia de falar como se tivessem garras puxando minha voz para longe. Talvez tinha a ver a dor aguda se sentia no abdômen, uns antibióticos fariam bem, me condenei por não ter pensando nisso antes de sair da enfermaria.

Aspen se sentou logo atrás de mim, seu braços estavam a cada lado do meu corpo como uma barreira segura enquanto segurava as rédeas.

- Você está bem? - ouvi sua voz em meu ouvido, me arrepiei com a brisa fresca que veio consigo.

Realmente me sentia mais fraca do que quando saí da enfermaria sozinha pela escuridão. Ao mesmo tempo sentia tontura e vontade de vomitar, se ao menos tivesse algo no estômago.

Balancei a cabeça assentindo. Melhoraria logo.

Robert e Phill foram na frente, sendo seguidos por nosso cavalo e do Derrick.

Não conseguia enxergar muita coisa no caminho, apenas vultos, escuridão salpicando e as coisas se multiplicando, quadruplicando na minha visão. A vertigem subiu com força, meu corpo amoleceu como gelatina em cima da cela de couro. Meu corpo caiu sobre o cavalo.

Escutei a voz do Aspen distante, ela também se multiplicou como ecos. Com ele mais ecos, explosões vindo de fuzis.

O cheiro de ferrugem foi o último que senti antes de apagar completamente deitada no cavalo e sentir o corpo do Aspen encima do meu.

Robert

Sabiam onde estávamos. Nos viram e agora miravam em nossas cabeças.

- Árvores! - Phill gritou indo em direção as árvores, para além delas, elas seriam nossos escudos.

Não nos protegeriam completamente, porém é melhor do que correr em um campo aberto.

Aspen estava debruço sobre a Ana como um escuto que a protegeria de munições que vinham aos montes em nossa direção, o problema era que ele era um alvo fácil. Ousei olhar para além deles, e vi nas janelas quebradas do palácio soldados com fuzis posicionados e não movendo o dedo do gatilho, a nossa sorte eram que estavam longe o suficiente e claramente não eram fuzileiros profissionais. Apenas um bando de marionetes do meu falecido pai.

- Ela foi atingida? - gritei sobre o ombro para o Aspen.

Ele estava concentrado demais para responder. Compreensivo, estávamos fugindo da morte batendo em nossa porta, ela era muito insistente e batia com frequência a dias, senão meses.

Minha preocupação era a Ana no momento, na nossa fuga ela simplesmente caiu, só não foi ao chão, porque Aspen estava com ela.

Assim que alcançamos a proteção das árvores fartas, Aspen se levantou, seus olhos revezavam entre o campo a nossa frente para não bater em nenhuma árvore e na Ana caída sobre o cavalo.

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