Capítulo 43 Cidade Secreta

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Me debati na banheira respingando água para todos os lados assustada com uma mão me segurando, arregalei os olhos e olhei para a figura feminina ao meu lado.

- Perdão Alteza... - falou a zeladora que sempre cuidava de mim e agora de Ellara, assustada com a minha reação.

Não gostava de assutar minha Nanna.

- Me desculpa você, quase a matei do coração.

Ela sorriu.

Olhei para todos os lados. Aspen não estava aqui.

Passei as mãos nos meus olhos antes das lágrimas descerem.

Era apenas um sonho.

Olhei novamente para a moça ao meu lado.

- O Rei está aqui, te espera na antessala com os duques. Quer falar com a Alteza.

Concordei com a cabeça ainda atordoada. Olhei para a parede em que Aspen tivera surgido no sonho. Intacta. Nem passagem secreta devia ter nela.

Ela trouxe o roupão até mim onde entrei dentro me escondendo nele.

- Obrigada Nanna. - agradeci com um sorriso.

Mas estava mais tensa do que aparentava, o rei me provocava essas tensões, principalmente da nossa conversa terrível de hoje mais cedo.
Ele estava diferente. Mais destruído do que qualquer um aqui, talvez.

Passei pelo quarto onde minha caixa de lembranças onde Robert mexia estava em cima da cama um pouco desorganizada, claro que ele não iria arrumar no lugar, talvez nunca fez isso na vida, já que tem pessoas para fazer isso o tempo todo.

- Alteza, já posso guardar? - Nanna indagou apontando para a caixa.

Olhei para a caixa bagunçada, conseguia de longe ver alguns presentes que ganhei do Aspen.

- Não, eu faço isso mais tarde. - disse, porque o que eu queria de verdade era rever tudo que eu tinha dele, queria ao menos lembrar e imaginar seu calor, seu perfume, sua intensidade na voz, seus olhos cuidadosos. Eu não podia sentir, então eu apenas imaginava, sonhava acordada. Eu queria meu Aspen. Mais do que tudo. - Nanna, ainda acho estranho você me chamando de Alteza.

- É o correto senhorita... - ela quis dar de ombros - E já estou acostumada, vai ser um trabalhão para me fazer falhar em lhe tratar como deve ser tratada.

- Ok. A esperança é a única que morre mesmo... - brinquei - Ellara está bem? - indaguei pensando na minha pequena que já a veria.

Eu queria minha Ellara. Doía tanto pensar que talvez ela e ele nunca se conhecerão. Isso é imperdoável, lamentável, terrível! A filha não irá conhecer o pai. O pai não irá conhecer a filha.

Não. Isso não pode acontecer. Preciso sair daqui e correr atrás do meu Aspen.

Ele está em algum lugar por aí, vivo! Se tivesse morto, iriam fazer nós sabermos.

O que eles querem com todo esse suspense?
Ou com esse atentado?

Eu realmente não sei, ninguém sabe.
Porém, espero que continuem assim, vai nos dar mais tempo para encontrá-lo.

Fui até a antessala. Robert, Joseph e o Rei conversavam. Fui me aproximando em silêncio, com passos de plumas que aprendi.

- Vamos fazer uma cerimônia no palácio para quem perdemos - falava Phil olhando para Joseph - Depois você pode ir.

- Na verdade, eu prefiro ir antes, porque preciso ajudar a organizar o velório que vamos fazer lá, como o patriarca da casa é a minha responsabilidade, estão todos desolados em Luxemburgo. - falava Joseph com uma voz embargada pela perda da esposa - Robert vai ficar, vai ser bom Ana ter um bom amigo nesse momento.

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