Capítulo 32 Boca Suja!

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Se Romeu vier a falecer, corte-o em pequenos pedaços e o transforme em estrelas, pois assim todos se apaixonarão pelo anoitecer.

- Romeu e Julieta - William Shakespeare

   Olhando pela janela o lado de fora, estava frio, escuro com as nuvens negras e pesadas prontas para despencar sobre nós, mas nosso verdadeiro mal é outro, ele tem nome e endereço, anda pelos corredores do palácio e me dá bom dia todos os dias.

   Me vesti com um vestido longo creme a dourado e perolado na parte do busto, estava pronta para mais um dia. A dias não calçava sandálias de salto alto, minhas roupas estavam sempre prontas para uma fuga depois que descobrimos sobre o atentado. Que foi quando pisamos nesse palácio. Já havia meses depois da nossa curta lua de mel. E nada, não tínhamos nada, nenhum suspeito. Nenhuma esperança. Nossos dias eram diferentes, era como se fuzis estivessem apontados em nossas cabeças, e estavam. Bom, sobre o meu caso é incerto, mas a dos outros, bem certo, estavam esperando para apertar o gatilho e isso assustava a todos.

   Mas então a fagulha da esperança se acendeu, se inflamou, incediou tudo de dentro para fora, apenas com uma ligação.

   - O pegamos. - Matt falou ao telefone com Aspen.

   Aspen e eu fomos para dentro do carro em direção a delegacia na mesma hora. Estava bem cedo, todos sentiriam nossa falta no café da manhã e por enquanto decidimos não contar a mais ninguém sobre o atentado, para não os alarmar mais do que já estavam. Pelo menos por enquanto.

   Matt nos esperava em frente da delegacia com um mulher morena do lado. Eles nos observavam enquanto nos aproximavam. Matt foi ao nosso encontro.

   - Bom dia. - falou e o respondemos - Sabem quantos protocolos de segurança vocês estão quebrando estando os dois juntos fora dos muros do palácio?

   - Relaxa, o que sabemos é que o mal está lá dentro. - Aspen continuou andando parando em frente a mulher que nos aguarda em postura ereta.

   - Altezas. - fez uma breve reverência com a cabeça - Sou a perita Foster, trabalho junto do caso. Vamos entrando, é por aqui... - falou abrindo caminho e caminhando ao nosso lado, nos levando para dentro da delegacia - O DNA encontrado no cabelo bate com o nosso suspeito, assim como as outras pistas, cor do cabelo, altura e sexo, ele está agora na sala do interrogatório, ainda não começamos, esperávamos pelos senhores. Essa porta - disse abrindo uma porta cinza - essa é a sala das testemunhas, fiquem aqui e verão e escutarão todo o interrogatório, fiquem despreocupados porque ele não pode ver vocês.

   Olhei pelo vidro e enxerguei do outro lado onde ficava a sala do interrogatório. O suspeito estava sentado e algemado com as mãos encima da mesa de ferro.

   Matt entrou junto da perita Foster.

   - Deixa eu adivinhar, você é o policial mal e ela a policial boazinha? - falou a voz grave do suspeito.

   - Vai por mim, sou muito pior do que ele. - falou a Foster.

   - Muito engraçadinho para quem foi preso Dominic. - foi a vez do Matt.

   - Não me sinto preso, depende do ponto de vista. - deu de ombros.

   - Então aqui vai o seu ponto de vista, você vai ficar por muitos belos anos preso com assassinos sanguinários com nenhum pingo de arrependimento ou misericórdia e uma prisão nada de cinco estrelas. É, essa vai ser a sua vida. A vida que você escolheu. - devolveu Matt.

Vida Real (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora