Capítulo 47 Monstros

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Caída no chão observei enquanto vomitava sangue. O tiro acertou minha barriga que queimava, a dor me consumia de dentro para fora.
No entanto o que doía mais era a traição.

- NÃO! - o traidor empurrou Fury - IDIOTA! - deu um soco no rosto de Fury que quase caiu para trás.

- Senhor... - vi que Fury se segurava para não revidar.

- Traidor! - falei com dificuldade, engasgando no próprio sangue - Traidor!

- Robert se controle! - Joseph mandou - Eles morreriam de qualquer forma, não são seus amigos, não são nossos amigos. Sempre se acharam melhor do que nós e essa arrogância os levaram a morte.

- Mentiroso! - gemi - Seu medo o levou a trair a todos. Inclusive o próprio filho que agora manipula!

A dor comecei a ignorar para me concentrar em falar. Já que seriam minhas últimas palavras.

- Talvez outro tiro a cale senhor. - Fury falou a Joseph, mas levou um olhar desafiador do Robert.

- Filho, ela vai morrer a qualquer momento por perder sangue, um tiro na cabeça resolveria tudo! - pôs a mão sobre o ombro do Robert.

- Tem razão pai. Agora que estou do seu lado preciso colocar isso na minha cabeça, não fazem mais parte da minha vida, não são meus amigos. Se alguém for a matar, quero que seja eu!

Joseph entregou a própria arma ao filho sorrindo orgulhoso.

Nojento.

- Vá em frente meu filho!

Robert caminhou em minha direção.

- Covarde! - xinguei tendo dificuldade em manter meu corpo suspenso pelos antebraços.

Apesar da sua cabeça está virada para mim, ele não olhava em meus olhos mais uma vez.

- Se for me matar, quero que olhe em meus olhos, quero que esse momento o assombre pelo resto de sua vida! Quero que grite enquanto é desapertado por seus pesadelos. Que seus monstros o engulam para a sua ruína que será em breve.

- Não é isso... - falou sem olhar para mim ainda, olhava de relance para seu pai e Fury armado - E não diga essas coisas, não vou te matar...

Arqueei as sobrancelhas.

Seu corpo virou atirando a munição na cabeça do Fury que caiu para trás.

Joseph jogou as mãos para cima.

- Eu sou seu pai! Não pode me matar!Seus monstros vão os perseguir! - vi um desespero profundo em cada parte de seu corpo.

O jogo virou.

- Que feio, Joseph. - falei querendo rir da situação - Plagiando o que eu disse? Mas ele tem razão Robert.

Tentei me levantar, não conseguindo Robert percebeu e veio me ajudar.

- Não pode se esforçar tanto! - falou vendo o sangue esguichando do meu estômago.

- Você não pode o matar. Ele é seu pai. - pedi com a mão a pistola ele me entregou, vi o rato do Joseph agachar com velocidade para pegar a arma caída do Fury - Mas ele não é nada meu!

Ele estava perto. Um tiro no peito foi fácil, ele caiu no chão esparramado.

Andei em sua direção. Ele ainda respirava.

- Vazo ruim não quebra mesmo. No entanto, não vou cometer o mesmo erro! - mais um disparo.

Agora tive certeza que estava morto.

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