Capítulo 33 O Lobo

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Fale, anjo, outra vez, pois você brilha
Na glória desta noite, sobre minha cabeça,
Como um celeste mensageiro alado
Sobre os olhos mortais que, deslumbrados,
Se voltam para o alto, para olhá-lo,
Quando ele chega, cavalgando nas nuvens,
E vaga sobre o seio desse espaço.

(William Shakespeare)

   - Ele não falava sério. - disse Matt.

   Já estávamos no palácio, no grande hall de entrada.

   - Você acha? - indagou Aspen.

   - Tenho certeza, ele não pode fazer nada lá de dentro, estamos vigiando bem. - confirmou com uma certeza absoluta.

   - Matt, você só se esqueceu de uma coisa, não é só ele. - falei - Tem mais deles aqui dentro. E se ele falou que "será tarde demais", então eles tem um plano grande, ele sabe qual é e isso mostra também que ele não é só um peixinho. Precisamos saber mais sobre ele e arrancar dele informações sobre esse plano para a gente não deixar acontecer.

   - O mais rápido possível. - falou ele fazendo uma breve reverência e dando as costas para sair em direção a delegacia mais uma vez.

   E mais uma vez a tenção e o medo estava lá entre nós.

   Olhei para Aspen e ele parecia esconder isso muito bem, diferente de mim. Mas eu conseguia sentir sua tenção.

   - Não se preocupe. Vai ficar tudo bem, Ana. Sinto que isso já está acabando. - falou me envolvendo em seus braços.

   - Eu sei. Só não sei se todos sobreviverão até o final.

    Jonathan já nos esperava na enfermaria quando chegamos lá.

   - Notícias? - indagou ele ao Aspen assim que chegamos - Não. Não me conte, porque isso pode destabilizar Diana e preciso dela bem para poder fazer os exames.

   Nos encaminhamos até uma sala em que me sentei no leito e ele mediu minha pressão.

   - Vou precisar que se acalme Diana. - pediu Jonathan - Todo esse nervosismo pode e está fazendo mal ao bebê.

   - Eu queria mesmo ficar calma, mas você sabe que na situação em que estamos vivendo é impossível. Hoje eu falei pessoalmente com um dos criminosos, e o que ouvi dele foram coisas terríveis... Eles tem planos desumanos.

   Ele foi até uma mesa de canto e pegou um copo de água de uma bandeja e um comprimido.

   - Então tome isso, vai te ajudar a se acalmar. - pediu me dando o comprimido junto com a água - Eu sinto muito por tudo isso, se eu pudesse fazer alguma coisa para isso parar de uma vez por todas eu com certeza faria sem nem pensar. Eu também me preocupo muito com a segurança de vocês.

   - Nós também nos preocupamos com a segurança de todos vocês. O outra eu nem sei quando o mal entrou aqui dentro. Como pude deixar isso acontecer? - falou Aspen.

   Então algo me passou pela cabeça.

   - Você tem razão amor, eles entraram. Não sabemos como. Mas os registros sabem. Quando estava trabalhando no seu lugar vi que tudo que acontece no palácio de entrada e saída é registrado, dias, horários e pessoas.

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