Capítulo 62 Quer casar comigo?

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Dois dias depois Aspen estava muito melhor, então pôde voltar para o palácio e se recuperar aqui, Dr. Lark aceitou trabalhar conosco e cuidava muito bem do Aspen.

Hoje deixei minha mãe preparar a despedida da Celeste e do Edward, sentiria falta deles.

Estava muito cansada depois de dois dias indo de bairro e cidade em cidade com o Matt e outros soldados levar nossas condolências e o auxílio às famílias daqueles que se foram, e as mesmas coisas se repetiam, uns me culpavam, outros me abraçavam procurando algum tipo de consolo, tiramos deles seus filhos, maridos, irmãos.

Isso me pesava e muito, me lembrava do meu irmão todas essas vezes. Meu irmão me culpava pela morte da Pem, e eu também. Acho que vai ser uma ferida que nunca vai cicatrizar. E isso fazia me sentir culpada pela morte de todos os outros. Porque foi por causa daquele dia miserável que perdemos tanto, eu aumentei o número das perdas, eu podia ter esperado, esperado até termos certeza que o palácio estava limpo de terroristas. E pensar que não dava para voltar atrás, pensar que nunca veríamos quem perdemos novamente, essa dor, era inexplicável. Eu que poder me esconder em um guarda roupa e nunca mais sair de lá, ou simplesmente nunca ter existido. Sentia vergonha, o pesar me sufocava e sentia medo de que esse peso nunca mais saísse de cima de mim... o mesmo medo e pesar que me fazia acordar todos os dias no meio da noite, agradecia pelo Aspen não estar podendo dormir em nosso quarto ainda, não queria que ele visse como tudo me destruía... mas sei que cedo ou tarde ele veria, era algo que não podia fugir ou esconder. Era um dos motivos de ficar mais tempo fora do palácio do que dentro, eu sentia que devia muito ao povo, a minha família, e vou me esforçar para merecer o perdão. Essa palavrinha, a única palavrinha que talvez me salvaria.

Depois de alimentar Ellara pela manhã, como o de costume fui ver Aspen na enfermaria, ele ainda não a viu, ele quer andar até ela, mas se ele esperar demais ela quem vai ir atrás dele. Sorri com o pensamento, claro que isso não aconteceria, falta muito para ela começar a engatinhar. Deixei ela com Nana e fui até a enfermaria.

Chegando lá cumprimentei Dr. Lark que sorriu para mim de forma diferente, franzi o cenho e descobri porque ele sorriu assim que entrei no quarto do Aspen e não o vi lá, a cama bem arrumada.

— Primeira vez que vejo um príncipe arrumando a própria cama. - falou Dr. Lark logo atrás de mim — A propósito ele está esperando você no estábulo real.

— Ele... - se Aspen podia cavalgar ele podia andar — Isso é ótimo!

Corri com um sorriso largo pelo palácio em direção ao estábulo. Bloqueei o pensamento de que a não tanto tempo aqueles corredores estavam cobertos de corpos e sangue. Bloqueei, bloqueei e me concentrei no rosto do Aspen.

Meus pulmões ardiam quando cheguei ao estábulo e o vi sentado no feno. Bermuda caqui, camisa, terno e mocassin.

— Você está maluco Aspen! Aqui fora está congelando! — falei esfregando as mãos para me aquecer do vendo gelado da manhã — E porque está usando essas roupas? – indaguei, as vezes que ele usou roupas assim foi quando viajamos para a lua de mel ou na Argentina quando nos conhecemos, no palácio nunca o vi assim.

— Legais, não são? O Dr. Lark me emprestou para vir aqui, apenas o paletó que é meu!

— Você deve estar morrendo de frio!

— Nada mais me mata! – as piadas dele eram horríveis e só piorava com o passar dos anos — Tenho uma surpresa para você!

— Tem haver em cavalgar, acredito.

— Sim, mas o Dr. Lark ainda não me deu permissão para cavalgar, você não viu quanto tempo demorei para chegar aqui, quase pedi um guarda de sentinela para me  carregar! — Ri disso — Então você que vai cavalgar e nos levar até a minha surpresa!

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