Capítulo 17 Evitando

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   Assim como pensei não adiantava, Aspen nunca me diria do porquê não confiar no Mat.

   Voltando ao trabalho vi por uma janela meus amigos jogando voleibol no jardim oeste onde era mais aberto e espaçoso, sorri com a cena e senti inveja por eles estarem aproveitando o lindo sol que fazia lá fora e eu presa aqui dentro. Franzi o cenho ao sentir falta da Pem no jogo.

   - Ana! - coincidêntemente ouvi sua voz logo atrás de mim, me virei para vê-la - fui ao seu quarto te procurar quando soube que estava na sua hora de almoço, então Aspen me disse que estava voltando ao trabalho.

   - Oi - cumprimentei logo depois com um abraço quando ela finalmente chegou até mim.

   - O pessoal e eu percebemos que anda muito ocupada ultimamente - falou ela depois do abraço, confirmei com um aceno e um sorriso amarelo - e que além das suas aulas e trabalho ainda tem aquela festa tradicional de boas vindas para preparar... - já havia me esquecido desse detalhe - então o pessoal e eu queremos pedir permissão para ajudá-la, pelo menos com os preparativos da festa. - falou me dando logo um sorriso de apoio.

   - Isso... isso seria maravilhoso! - falei - mas acho que posso tirar algumas horas de trabalho para participar, vai me fazer bem participar de algo com vocês!

   - Ótima idéia! - falou animadamente quase pulando de alegria - vou falar com outros, o que acha de irmos hoje ao centro da cidade comprar a decoração?

   - Corre para avisar os outros enquanto peço uma folga do trabalho.

   - Pedir? Você deve exigir, é a princesa! - sorrimos com isso e ela se foi correndo.

   Também me apressei até o escritório. Com folga concedida corri até meu quarto.

   Chegando lá corri até a cama e pulei nela deitada ao lado do Aspen.

   - Uou! Que animação é essa? - indagou sorrindo com seu livro na mão.

   - Consegui folga para sair com meus amigos! - cantarolei. - iremos comprar coisas para a festa de boas vindas.

   - Isso é muito bom meu amor! Vai te fazer bem, te destrair um pouco.

   - É... meus dias ultimamente andam muito cheios. - falei pegando alguma roupa no closet.

   - Eu não me referia apenas a isso. - comprimiu os lábios em um sorriso triste - venha cá. - pediu, fui até ele em passos lentos, ele pegou minhas mãos e continuou - posso te pedir uma coisa? - acenei com a cabeça - tente apenas por hoje esquecer tudo... e apenas se divirta com suas amigas.

   - Tudo bem. - falei - folga por um dia dessa loucura de terroristas. Pelo menos vou tentar.

   - Mas leve alguns soldados, para ter certeza que irão ficar seguras. - ele estalou um beijo na minha testa - Te amo.

   - Te amo. - lhe dei um longo beijo. - já vou indo para não me atrasar. Tchau!

   - Tchau.

   Saí do quarto com um sorriso gigante no rosto. Chegando lá em baixo na entrada meu sorriso logo morreu pelo soldado em vigilância caminhando em minha direção.

   - Oi. - falou Mat.

   - Oi. - o cumprimentei.

   Ele ficou um tempo em silêncio ainda na minha frente.

   - Se eu estiver errado por favor me corrija, mas eu acho que você anda me evitando.

   - O-o quê? - gaguejei, ele então notou que ando evitando ele - Não. Não estou te evitando, só ando sem tempo e com a cabeça lotada de coisas.

Vida Real (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora