Capítulo 6 Segredo?

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   Depois de banho tomado Aspen e eu saímos do banheiro para irmos jantar, hoje jantaríamos no quarto o que achei estranho porque tínhamos visitas no palácio e é bem a cara do Aspen querer fazer companhia a eles que são amigos íntimos.

   Nos sentamos a mesa um de frente ao outro com o jantar já a mesa.

   - Tenho algo muito sério para falar com você - começou ele, alguma coisa tinha acontecido então - você não pode falar nada para ninguém.

   - Consigo guardar segredo - falei parando de comer e o olhando com muita atenção suas feições para deixar nada passar - é sobre o estado do seu pai?

   - Sim. Com os exames que os médicos fizeram disseram que acharam substâncias em seu sangue que o fez mal - ele olhou para os lados apesar de não ter nem uma mosca no quarto - uma quantidade grande de remédio para pressão, abaixa a pressão arterial.

   - Então seu pai tomou o remédio de forma errada?

   - Meu pai não tem problema de pressão ou qualquer outra coisa do tipo. Ele não usa esses remédios.

   - Mas então como acharam as substâncias? Com certeza ele ingeriu o remédio.

   - Os médicos acham que meu pai confundiu com algum remédio para dor de cabeça é a única explicação lógica para eles...

   - Mas você discorda - falei já percebendo isso.

   - Como disse ele não sofre com problemas de pressão arterial, então porque ele teria esses comprimidos? Meu pai é novo ele não seria irresponsável de tomar o remédio errado, principalmente em doses tão altas.

   - Aspen acho que já sei onde quer chegar, mas...isso é maluquice!

   - Mas é o que eu acho.

   - Você já disse para sua mãe?

   - Não, você é a única pessoa que confiei esse segredo. Acho que ela não acreditaria e não quero a preocupar.

   - Aspen mas isso é muito sério! - sussurrei para que os guardas do outro lado das portas não ouvissem apesar das portas serem grossas o suficiente para não se escutar os mais altos ruídos - porque se for isso mesmo, pode ser um atentado à coroa!

   - Eu tenho que investigar tudo isso antes de dizer a alguém porque é algo muito sério.

   - Mas seu pai está seguro no hospital?

   - Ele está em outro lugar. O coloquei numa casa em uma fazenda dizendo que seria melhor ele se recuperar lá longe das preocupações do castelo e minha mãe não sairá do lado dele então ela também está segura.

   - Mas seu pai está bem?

   - Está se recuperando e fora de perigo, disse também a ele para tirar uma folga do trabalho quando se recuperar, ele vai gostar de ficar na fazenda, quanto mais tempo que conseguir fazer ele ficar longe será melhor.

   - Com certeza! - falei já carregando as preocupações do Aspen que agora também eram minhas - e o que falo se me perguntarem?

   - Fala que o Rei se recupera bem e está animado com as férias que eu dei a ele e a minha mãe para relaxarem.

   - Ok! - respirei fundo - Aspen pode ser qualquer pessoa aqui dentro que fez isso, pode ser qualquer um.

    - Eu sei, amanhã verei meu pai para ele me contar exatamente o ocorrido e teremos que ficar atentos a qualquer suspeita no castelo. Estamos sozinhos agora, não podemos nem contar com os soldados que nos "protegem".

   - Você tem razão, estamos por conta própria agora.

   Tínhamos problemas, grandes problemas. Estávamos sozinhos, bem sozinhos, apenas confiando um no outro. Isso já aconteceu muito quando éramos ameaçados pelo Taylor e conseguimos superar e resolver aquilo juntos, mas o que acontecia agora era pior, era maior.
   Agora a ameaça poderia ser qualquer um. Poderia ser a serviçal que me entregou as roupas de calvagar, poderia ser os soldados que vigiavam nossas portas enquanto dormíamos, poderia ser as cozinheiras que preparavam as refeições, poderia ser qualquer um. Agora me sentia dentro de uma toca de lobos vorazes.

   - Aspen, se atacaram seu pai o Rei, eles também podem querer nos prejudicar.

   - Já pensei nisso e irei tomar as providências necessárias - ele se levantou - terei que resolver isso agora, o quão antes melhor.

   Ele saiu do quarto me deixando só e com um pouco de medo de ficar sozinha, porque tinha alguém andando pelo palácio que queria matar a família real e eu entro na lista de a mais nova integrante da realeza britânica.

   A comida parecia não descer de jeito nenhum. Empurrei o prato para longe e me levantei, não conseguiria comer mesmo, fui atrás do Aspen.

   Fui para o escritório principal a sua procura e lá estava ele com...Mat!

   Seus rostos viraram em minha direção assim que entrei, Mat sorriu.

   - Alteza - reverenciou - como é bom vê-la.

   Achei graça de vê-lo tão formal, quando nos conhecemos não foi muito bem assim.

   - Mat a quanto tempo - Mat era um dos seguranças pessoal do Aspen e o mesmo que me vigiava na Argentina quando Aspen e eu estávamos brigados - Também é bom ver você.

   - Diana Mat será seu segurança de agora em diante, pode confiar nele, já contei o que está acontecendo e ele nos ajudará.

   - Tenho amigos que treinaram comigo e eles podem também vir para o palácio para ficar de olho e os proteger, eles são bem confiáveis também - Mat explicou.

   - Obrigado Mat, é o que precisamos, não podemos mais confiar em ninguém que está aqui dentro - foi a vez de Aspen - pedem para virem o quanto antes, Fred um de meus secretários tratará do contrato e  pagamento.

   - Aspen mas seu pai já contratou muitos funcionários em sua ausência - Mat avisou - será suspeito a entrada de novos guardas.

   - Novos soldados para a segurança da família real nunca é demais.

   - Esse é um bom argumento - Mat concordou.

   - E o duque e sua família estão aqui, todos irão entender a proteção a mais - falei.

   - Exato - Aspen concordou - e preciso que vocês disfarcem bem para que não suspeitem, principalmente você Ana que ainda não aprendeu a controlar suas expressões e emoções.

   Assenti.

   - Amanhã você começa suas aulas para se tornar uma verdadeira princesa real, sei que se sairá bem porque para mim você já é uma princesa - falou Aspen acariciando meu rosto me fazendo sorrir, Mat se sentiu meio constrangido com a cena íntima minha e do Aspen - Mat irá sempre te acompanhar em todas as suas aulas e em todos os lugares no palácio, não será necessário quando Robert estiver por perto para te fazer companhia.

   Aspen falou tanta coisa do que eu faria em meu dia amanhã, só esqueceu da parte mais importante para mim, onde está ele e eu nesse planejamento?

   Me deitei na cama me sentindo estar em um ninho de cobras que a qualquer momento poderia dar o bote, achava que essa vida de Reis e Rainhas fosse mais fácil quase perfeita mas vejo que estava enganada eles também tem seus problemas, grandes problemas, problemas mortais, e eu temia por todos, pelos pais do Aspen e por Aspen e a mim.
   Conhecendo Aspen sei que ele nem conseguirá dormir, ele ainda não foi se deitar, estava no escritório, ficou lá o resto da tarde e ficará assim até o problema estiver resolvido, ele não ficará tranquilo até tudo estar bem e seguro.
   Queria poder ser mais útil, tirar ou dividir seus fardos, suas preocupações. Não gostava de ver o Aspen dessa maneira. O pior é não poder fazer nada.
   Tomara que isso não passe de um pesadelo e que quando amanhecer tudo volte ao normal, ou que Aspen esteja enganado sobre essas acusações. No que adiantava ser otimista ou fantasiar falsidades? O fato era que estávamos em perigo e ponto.




Vish! Quem será esse terrorista?
O que estão achando desses primeiros capítulos de Vida Real?

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