Aspen sentado apoiado com as costas na árvore e eu deitada em seu colo, observávamos o céu limpo e azul, o sol da manhã clarinho e brilhante, a grama alta sendo soprada pelo vendo como algodão enquanto o Caramelo pastava.
Aspen me abraçava e passava uma segurança que a dias não sentia e que só ele podia me proporcionar isso.
O pesadelo passou. Eu entendi isso. Entendi que agora era aquele hora de chorar e abraçar a nossa família. Passar por tudo isso juntos. Não foi fácil para ninguém.
Suspirei e o Aspen depositou um beijo na minha cabeça. Sorri.
— Estou pronto. — falou ele.
Levantei a cabeça o olhando.
— Para o quê?
Sorriu e suas bochechas ficaram levemente rosadas.
— Estou pronto para ver a minha filha!
Meu sorriso aumentou!
Pegamos o Caramelo, Aspen se esforçou para subir no Caramelo e conseguiu sozinho.
Subi ficando atrás dele dessa vez e abracei seu corpo. Ele pegou as rédeas e nos guiou, não o impedi porque eu deixei ele cumprir quando disse no hospital que ele iria até a Ellara.
Apesar do êxtase por esse momento tão esperando ele foi devagar, como se saboreasse a melhor sobremesa do mundo!
Quando chegamos no estábulo deixamos o Caramelo e fomos andando para dentro do palácio.
E então no corredor dos nossos aposentos Aspen encarou uma porta, a única branca com desenhos de nuvens e girafinhas. Ele ficou imóvel, subiu as mãos para o rosto e o vi chorar, chorar muito.
Também passou por sua cabeça que a poucos dias ele viu a morte, tantas vezes. E ele, e eu, éramos gratos por esse momento. O momento tão esperado em que ele abriria aquela porta branca com nuvens e girafinhas.
Passei as mãos massageando seus braços, ele olhou para mim e eu sorri confiante.
Ele agarrou a maçaneta dourada e a girou, quando a porta abriu sentimos cheirinho de perfume de bebê no ar.
Nana estava em um poltrona branca lendo um livro para Ellara acordada no berço. Nana quando viu o Aspen sorriu feliz.
Ele se aproximou a passos lentos. Nana se levantou fechando o livro e dando espaço para o Aspen sorrindo para ele e fazendo uma pequena reverência, ele sorriu para ela de volta, eu estava logo atrás.
O sol penetrava leve para dentro do berço fazendo os cabelos ruivos da pequena Ellara brilharem.
E então o Aspen viu. E curvou para a frente chorando e então dobrou os joelhos e ficou no chão chorando agarrando as grades do berço enquanto observava Ellara no berço.
Nana nos deixou a sós.
Me agachei até o Aspen.
— Ela é linda, não é? — indaguei a ele.
Ele não conseguiu dizer nada, apenas balançou a cabeça concordando.
— Pega ela no colo. — palpitei pegando seus braços e o levantando devagar.
Ele secou as lágrimas com as costas das mãos. E se abaixou no berço para a pegar. Pela primeira vez.
E então vi seu rosto refletindo esperança que a tanto tempo não via. Seu rosto ganhou cor. E com ela em seus braços mais lágrimas alcançaram seus olhos que brilhavam muito, um brilho diferente, quando notou que sua vida ganhou um novo sentido.
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Vida Real (concluído)
RomanceAspen Cambryel de Winther já encontrou a quem sonhava encontrar! Diana Evans e o Príncipe da Inglaterra viveu uma história de amor e como qualquer história passaram por momentos difíceis e perigosos que colocaram suas vidas e futuro em risco. E como...