Funeral

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LILI REINHART P.O.V

Estava encolhida no canto do box enorme, agarrava minhas pernas com os braços e tremia de frio. A água quente caia, mas não em cima de mim, estava no único lugar do chuveiro que os jatos não me atingiam.

— Lili? — Camila abriu a porta, chamando minha atenção, me olhou ali, fizemos contato visual por míseros segundos — Madelaine, me ajuda aqui! — chamou pela ruiva dentro do quarto.

Não havia dormido nem um segundo a noite, e ainda não consigo compreender completamente o que está acontecendo. Minha mente estava muito confusa.

— Lili, você tem que tomar banho, temos que ir no funeral — era voz de Madelaine.

Elas me ajudaram a tomar banho, não conseguia me mexer demais, estava muito cansada e completamente mole.

Funeral? Vamos a um funeral? Minha cabeça dói muito, meus pensamentos. Enquanto elas me ajudavam a me vestir eu coloquei a mão na cabeça e comecei a chorar. Estava muito confusa.

— Meu anjo, você precisa conversar com a gente — Madeleine diz.

— Eu não consigo — a voz em minha cabeça diz.

— Ela consegue, Mads — Camila diz.

— Vem, vamos arrumar seu cabelo — Madeleine me ajuda a chegar na penteadeira.

Elas começam a fazer alguma coisa no meu cabelo, mas eu estava concentrada em roer e arrancar o esmalte azul marinho em minhas unhas.

Minha perna tremia sem parar, estava me sentindo ansiosa e nervosa. Meu estômago pulava.

— Vamos comer alguma coisa? — Camila pergunta e eu nego com a cabeça — Você já não comeu ontem, precisa comer!

— Vem, vamos — Madeleine me ajuda a levantar e elas me carregam — praticamente — pelas escadas.

— Eu fiz waffles — Charles diz enquanto chegávamos na cozinha.

Eu queria waffles do Cole.

Eu queria o Cole.

— Hum... que delícia — Camila corta para mim e coloca o garfo perto da minha boca, mas eu não a abro — Abre, Lili — ela manda e eu obedeço.

— Eu acho que ela precisa de um abraço — Charles diz.

— Eu acho que ela precisa comer! — Camila briga virando para mim.

— Não briga com ela! — Charles exclama.

— Ela não pode deixar de comer, Charles.

— Porra, ela tá triste. Não grita com ela desse jeito — ele diz e vem até mim — Te amo, desculpa por ela — ele me abraça — Você não merece isso.

É, talvez eu precisasse mesmo de um abraço, me fez sentir um pouco melhor sobre toda a situação.

— Mamãe? — Eric aparece com a cabeça baixa — Me dá colo? — seus olhos estavam vermelhos.

Pego meu filho no colo, deixando-o se aninhar a mim, ele parecia assustado e bem chateado.

— Eu sinto falta do papai — ele se aperta mais a mim — Você vai embora também? — ele pergunta e eu nego com a cabeça.

— A sua mãe ainda não consegue falar, ainda está meio aérea. Mas ela não vai a lugar nenhum, só que ela precisa comer, fala isso para ela — Camila diz.

— Mamãe saco vazio não para em pé, come — ele diz e beija minha bochecha.

Camila consegue me fazer comer o resto do waffle, eu tomo um suco de laranja e uma maçã. A porta do elevador abre, me fazendo olhar esperançosa.

APENAS SUA - sprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora