Pós-créditos

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8 ANOS APÓS SUA MORTE:
COLE SPROUSE P.O.V

— Está feliz? Animado? Nervoso? Quer fugir? — Charles perguntou para o meu irmão, me fazendo rir levemente.

— Estou só um pouco nervoso — Dylan se ajeita enquanto coloca as abotoadeiras.

— Vai dar tudo certo — Henry garante.

Eu conheço meu irmão o suficiente para saber que ele está prestes a vomitar por todo o lugar e arruinar o terno de seu casamento. Me aproximo dele, batendo em suas costas mesmo sabendo que não pode me sentir ali.

— Eu te perdoo — digo, mesmo sabendo que era tarde demais.

Essas vão para sempre ser as palavras que vou me arrepender de nunca ter o dito antes de ir.

Palavras tão curtas em uma frase tão rápida de ser dita, mas com um significado tão pesado e especial.

Consigo ver nos olhos dele, ele está se sentindo culpado por estar feliz. Não queria que ele se sentisse desse jeito, queria que tivesse um jeito de eu dar minha benção para eles.

— Ele estaria feliz por você, Dyl — Charles diz, apoiando a mão no braço do meu gêmeo.

Obrigado, Charles. Isso o deixou mais calmo.

Me machuca ver que eu os deixei sem me resolver com uma das pessoas mais próximas de mim. Dylan pode ter feito muito para me machucar enquanto eu estava vivo, mas ele não merece se sentir culpado por eu estar morto.

Durante toda a manhã eu estou doido para ir até o cômodo em que Lili está se arrumando e dar uma espiada no vestido, ou em seu cabelo, ou em sua maquiagem, mas queira vê-lá apenas na igreja.

Desde que Dylan a pediu em casamento eu me prometi isso. Que só veria o vestido quando ela estivesse caminhando até o altar.

Como deve ser.

Ou melhor,

Como deveria ser.

Se ela fosse minha.

Em alguns minutos, Dylan já estava posicionado no altar.

Os padrinhos haviam deixado um espaço sem ninguém ao lado do meu irmão, onde eu deveria estar. O que eu achei muito doce, considerando que ele está casando com a minha noiva e eu nunca estaria aqui para ver isso se estivesse vivo.

Ciúmes a parte, estou feliz pelo meu irmão. Ele merece ser feliz, mesmo que seja com a minha felicidade.

E então, a música começou, fazendo a porta se abrir e as madrinhas serem reveladas. Madeleine, Camila e Tess.

Me lembro até hoje quando Bárbara rigorosamente rejeitou a oferta de Lili para ser a madrinha. Afinal, a loira estava casando com seu ex-marido. Mas a morena de olhos azuis estava bem na primeira fileira, nos braços de seu cardiologista, Evan.

Eu gosto dele, ele a faz feliz. Portanto, me faz feliz também.

Assim que a clássica música começou, Lili adentrou a capela.

— Muito mais linda do que eu poderia imaginar — sussurrei, vendo meu irmão suspirar com a beleza da loira também.

A — minha — loira sorriu, genuinamente, o primeiro sorriso real que a vi dar desde que me fui. O que me faz sorrir também.

Ela foi "me ver" ontem, foi até meu túmulo, chorou por algumas horas e pediu desculpas por estar casando com meu irmão. Eu só queria abraça-lá e dizer que estava tudo bem e que ela não precisa de desculpar por estar tentando ser feliz novamente.

Meu único desejo era que fosse eu que a estivesse esperando no altar.

E enquanto eles diziam seus votos um para o outro o único pensamento que corria por minha cabeça era:

Quando ela se tornar uma sombra como eu, para quem ela correrá primeiro? Eu ou meu irmão?


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Só um capítulo extra...
Obrigada por tudo mesmo, escrever essa fanfic foi muito divertido. E se ela já te alegrou algum dia já me faz ficar muito feliz.
Amo todos vocês, (msm que vocês me odeiem kkkkkkk) amo essa fanfic e eu detesto finais, mas tudo tem que acabar.
Um beijo! Até a próxima <3

APENAS SUA - sprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora