APENAS SUA - sprousehart

Hospitais, emocional fudido e crianças tristes

Batia meu pé freneticamente contra o chão, estava extremamente nervosa, meu coração estava quase saindo por minha boca naquela sala de espera. Camila estava de cabeça baixa e segurava minha mão com força. Os minutos passavam como horas, as lágrimas caíam por meus olhos sem parar, estava sem ar, completamente tomada por medo e tristeza.

— Ele vai ficar bem — minha melhor amiga sussurrava entre lágrimas.

— Bom, independentemente do que aconteça lá dentro ele vai ficar bem — exclamo — O que diabos acontece depois daqui, ele vai ficar bem! — aumento meu tom de voz.

— Lili — Camila tenta me acalmar.

— Não! — grito — Se ele morrer.... se ele morrer.... — me perdia nas lágrimas — Eu não sei o que eu vou fazer... eu nunca mais vou ser feliz... — começo a soluçar desesperadamente.

— Amiga... — Camila olha para baixo com a voz arrastada.

— Eu nunca mais vou ser feliz! — afirmo mais alto — Porque quando eu conheci ele eu dei um fim em todos os outros caras, eu estava farta de todos os ex, de todos os babacas em baladas, de todos os idiotas. Já tinha acabado com tudo! Só queria ele! — tento limpar meus olhos, mas é em vão — E como eu deveria entregar meu coração para outro estranho depois de tudo isso? Depois de tudo que vivemos ele não pode só morrer! — enterrei minha cabeça nas mãos novamente, completamente perdida.

— Lili, ele não vai morrer. Cole é forte — Camila tenta ajudar.

— Você não sabe disso! — choro.

Ficamos ali por algumas horas, ou minutos? Não tenho certeza, mas pareceram dias e dias de angústia. Minha barriga pulava e meu coração batia rápido enquanto o médico vinha em nossa direção, seu semblante era ilegível. Levantamos rapidamente, ele suspirou profundamente antes de começar a falar.

— Como vocês sabem, Sr.Sprouse tem síndrome de eisenmenger, o que pode causar diversas complicações, dentre elas, embolia pulmonar que ocorre quando um coágulo, ou trombo, entope um vaso do pulmão, impedindo a passagem de sangue e causando a morte progressiva da parte afetada, resultando em sintomas como dor ao respirar e intensa falta de ar. Quando pacientes dão entrada com esse tipo de problemas, devemos aplicar anticoagulantes e trombolíticos, geralmente diminui os sintomas. Porém, quando isso não ocorre, devemos fazer uma cirurgia. Isso ocorreu com o Sr. Sprouse, sendo assim, levamos ele para a sala cirúrgica, mas antes mesmo de conseguirmos começar o procedimento, ele teve uma parada cardíaca e não resistiu — a voz do homem parece distante e minha visão fica turva — Eu sinto muito pela sua perda.

Abro e fecho os olhos devagar, tentando absorver a informação devagar, mas é completamente inútil. Parece que meus órgãos e meu corpo foram separados um do outro. Não sentia, ouvia ou via nada direito ao meu redor. Estava completamente chocada, sem nenhuma reação, não era capaz de fazer nenhum movimento.

Vi Barbara tocar meu braço e me envolver em um abraço, porém não senti uma coisa. A única parte do meu corpo que conseguia mexer eram minhas pálpebras, Cole passou por toda minha mente em flashes, sua voz ecoava.

— Bom dia, nunca tinha te visto por aqui, você é nova?-pergunta.

— Oi! Loira— ele fala e aperta o andar-Você quer sair algum dia?-pergunta.

Peguei na mão e vi o cartão das rosas:

"Espero que use isso amanhã no nosso encontro"

— Não, moro com meu gato-falo e ele ri — Qual é a graça? — pergunto.

— Você é a tia dos gatos — ele fala entre risos me fazendo rir também.