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Pesadelos perseguiram-me desde o momento em que fechei os olhos.

Começou como um cobertor de escuridão que me enublava a visão, as minhas pernas a arder com dor à medida que eu tentava avançar através do que parecia lama espessa que eu não conseguia ver.

Estranhamente, a lama era quente e tinha um cheiro tão horrível que eu só lutava para sair dali mais rápido, mas o líquido viscoso cobria-me as pernas, prendendo-as ao solo.

Luz explodiu à minha volta e eu vi-me parada no meio de um rio.
Não era lama. Era sangue escuro e espesso.

Abri e fechei a boca com um grito preso na garganta.

Assustei-me ainda mais quando vi o Jeon Jungkook ao meu lado, também a afundar no rio de sangue que nos puxava para baixo para nos consumir.

Encarei-o e abri a boca, mas novamente nenhum som saiu.

Ao contrário de mim, ele não se debatia, tinha os olhos fixos num ponto e quando eu segui o seu olhar vi uma multidão de corpos.

Era o sangue deles que escorria para o rio, trazendo sangue pegajoso que subia cada vez mais, passava os meus joelhos, as minhas coxas, a minha cintura...

De repente todos eles incendiaram numa explosão de fogo.

Gritei, e estava acordada.
Sentei-me na cama, esfregando os olhos freneticamente, tentando apagar a imagem do sangue e do fogo, daquele vermelho cor da morte.

Estava no meu quarto, estava segura...

Afastei os cobertores para trás e levantei-me, não suportando aquele calor. Suor cobria as minhas costas, escorregava em gotas pelo meu pescoço e empapava os meus cabelos.

Na casa de banho, lavei o rosto e os braços com água fria. Acalmou-me, mas não o suficiente para me fazer voltar a dormir.

Estava agitada, frenética...como se precisasse de correr uma maratona para fazer aquela pilha de nervos ir embora.

Vesti o robe sobre a camisa de dormir e avancei em bicos de pé para a sala, tentando não acordar nem o Jeon Jungkook, nem o Vincenzo, que não pararia de ladrar se ouvisse ruído.

O meu coração caiu-me aos pés quando reparei na sombra que estava no sofá.

Um...f-fantasma?!

A luz acendeu-se e protegi os olhos que queimaram com a mudança. Parecia o sol nascente ali dentro.

Apesar de todas as recentes descobertas sobrenaturais, fantasmas ainda estavam fora desse espetro.

— Ora ora...o que é que temos aqui?

O Jeon Jungkook levantou-se do sofá e virou-se para mim.

De imediato, largou a atitude, provavelmente assimilando o meu rosto cansado e a minha camisa de dormir, prova de que eu não estava a tentar fugir a meio da noite. Pelo menos não naquela noite.

Já se tinham passado alguns dias desde o nosso acordo.

Ele estava a cumprir a parte dele. Não me tinha contado o que tinha feito, mas a verdade é que ninguém me tinha questionado sobre o sucedido no museu. Como se eu nunca tivesse lá estado.

Eu estava a cumprir a minha, ele podia viver ali por um mês. Mas isso não significava que eu tinha de lhe fazer companhia.

Tinha acordado sempre antes dele e só voltado a casa bem depois da meia noite, quando ele já estivesse a dormir. Basicamente, estava a evitá-lo a todos os custos. E ele parecia ter esgotado a sua paciência, tendo em conta que tinha estado toda a noite no sofá para me apanhar.

𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃↪𝘫𝘫𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora