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Descalça na terra gelada, e com o vento a penetrar na minha fina camisa de dormir, comecei a tremer no topo da pequena colina numa questão de segundos.
Também ali era de noite. Ao fundo pequenas casas ardiam, devoradas pelo fogo que iluminava a noite.
Não me tentei mover em nenhuma direção, não tentei fugir. Para onde iria naquele mundo de pesadelos e morte?
Queria acordar.
Eles apareceram do nada, como pensamentos, à minha volta, despontando das sombras.
Assombrações cobertas de sangue, tanto sangue que formava poças as seus pés e escorria pela coluna abaixo. Seguindo o rastro vi o rio de sangue em que estava de pé tantas noites.
Vermelho. Era tudo vermelho.
O sonho piorou. Reconheci no meio daquelas pessoas a menina fantasma que estava na casa de banho, no seu vestido branco sangrento. O meu pavor tornou-se tão grosso que tinha que ser real.
O grupo começou a repetir as palavras malditas que me perseguiam até durante o dia.
Sangue por sangue.Então avançaram sobre mim, a roda encolhendo ao meu redor. Mas não havia mais chão atrás de mim e eu estava a cair da colina.
A cair, a cair, a cair.
Não cheguei a bater contra ao chão. Os fantasmas agarraram-me e abanaram-me com força.
Debati-me como se a minha vida dependesse disso, lutando contra os braços que me seguravam.
— Emilie, acorda!
Jeon Jungkook. A sua voz puxou-me de volta à realidade.
Demorei a reconhecer o meu próprio quarto, sob a iluminação ténue da lua e das estrelas, que passava pelas cortinas de renda. Tomei um minuto para inspirar o cheiro dos lençóis lavados, para sentir o colchão fofo sob mim. Foi apenas um pesadelo, apenas um pesadelo idiota.
A força saiu de mim num ápice e o meu corpo amoleceu. Só as mãos do Jungkook me impediam de cair de volta nas almofadas.
— Emilie. — a sua voz era como uma carícia, incentivando-me a levantar a cabeça e olhar para ele.
— Estou tão cansada.
Naquele momento estava tão perto, tão estupidamente perto de desatar a chorar no colo dele como um bebé.
As mãos nos meus ombros fizeram pressão para baixo, empurrando-me para o colchão.
— Tenta voltar a dormir.
Não era esse tipo de cansaço. Mas não tive coragem de o dizer em voz alta.
Pisquei para acostumar a visão mais rápido ao escuro, até conseguir identificar as linhas sombrias do seu rosto.
— Distrai-me, conta-me alguma coisa.
A minha voz soava partida, como se já tivesse sido tomada pelo choro. Amaldiçoei-me por isso.
Ele olhou para mim então, para a dor nas minhas palavras. A sua garganta oscilou. Os seus olhos brilharam com compreensão...e medo.
Ele inclinou a cabeça e forçou o sorrisinho mais irritante na boca.
— Há formas mais eficazes de te distrair.
As suas sobrancelhas levantadas eram uma distração por si só. Uma boa tentativa.
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𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃↪𝘫𝘫𝘬
FanfictionHá uma estátua misteriosa de um príncipe no museu histórico e os rumores dizem que se tocar na sua alma gémea se tornará novamente humano.