✧─── ・ 。゚★: *.✦ .* :★. ───✧Entrei na casa de banho com o Jungkook e fechei a porta atrás de nós, deixando o Vincenzo a choramingar do lado de fora.
— Senta-te.
O Jungkook ergueu as sobrancelhas, olhando à volta e eu suspirei antes de empurrar os seus ombros para baixo até que estivesse sentado no tampo fechado da sanita.
Abri e fechei gavetas à procura do kit de primeiros socorros que tinha comprado há anos, quando tinha começado a viver longe dos meus pais, nessa altura tinha medo de tudo e queria prevenir todas as situações. Eventualmente, aprendi que não era possível. O kit já tinha metade dos fármacos a passar a validade, mas tinha material o suficiente para fazer o curativo.
Aproximei-me dele e posicionei-me entre as suas pernas, que se afastaram inconscientemente para me deixar numa posição confortável.
Depois, antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ajoelhei-me à frente dele no chão. Segurei-lhe no pulso para examinar o golpe que atravessava a palma da mão, e fingi não perceber como os seus batimentos estavam acelerados.
— Vais cuidar de mim?
Não olhei para ele enquanto abria a garrafinha do álcool, mesmo perante o seu tom afiado e provocador. Era costume dele, tinha percebido, ele flertava quando estava nervoso.
O primeiro contacto do álcool ardia como os infernos, por isso segurei o pulso dele com mais força antecipadamente.
— Deixar-te sangrar até à morte parece um pouco extremo, por isso sim.
Derramei o álcool ao longo de toda a extensão da ferida e o Jungkook saltou para trás, gemendo e então praguejando palavras imundas que eu nunca tinha ouvido da sua boca.
Não consegui conter uma risada e o Jungkook lançou-me um olhar furioso em resposta.
— Bom saber que a minha dor te dá prazer. — ele disse ainda meio sem fôlego, passado alguns momentos. — Talvez devêssemos tentar algumas experiências sádicas quando dormirmos juntos outra vez.
Aquelas conversas reprovadoras eram o que o mantinha distraído, então deixei que continuassem. Aliás, não só deixei... incentivei... o que talvez não tenha sido a minha melhor decisão.
— Lembro-me de mencionares que gostarias de usar as cordas de uma maneira alternativa quando nos conhecemos. Tens a certeza que não és tu que gostarias dessas experiências?
— Se gostarmos os dois, não é ainda melhor? — ele ronronou, inclinando-se para baixo, mas voltei a deitar mais álcool na ferida e ele voltou a cair para trás, gemendo entredentes.
O sangue já tinha coagulado, tornando-se numa pasta seca e escura, e depois de limpá-lo, o corte já não parecia tão mau como tinha parecido inicialmente.
Abri uma pomada antibacteriana, a única que ainda não estava estragada, e comecei a colocar com cuidado à volta do corte com uma cotonete.
Após alguns minutos em silêncio, a respirar profundamente, o Jungkook voltou a falar:
— Como é que dormiste?
— Sem pesadelos. — respondi, mesmo que ele já soubesse, ele sabia sempre que eu tinha pesadelos, mesmo quando dormíamos em quartos separados. — E tu?
— Até monstros têm pesadelo, querida. — o meu estômago revirou e lutei para manter o rosto neutro, principalmente porque eu nunca tinha pensado que ele também dormia mal, que era por isso que estava acordado comigo a maioria das madrugadas. — Mas não esta noite, dormi o melhor desde que me consigo lembrar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃↪𝘫𝘫𝘬
FanfictionHá uma estátua misteriosa de um príncipe no museu histórico e os rumores dizem que se tocar na sua alma gémea se tornará novamente humano.