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Por onde passava nos corredores as pessoas olhavam e sussurravam.

— Acham que sou louca. — murmurei, escondendo a cabeça no ombro do Jungkook.

— Não é divertido pois não?

O seu tom não era acusatório, mas como se estivesse simplesmente a apontar um ponto que tínhamos em comum. Como se pudéssemos agora ser confidentes por causa disso.

Não. Não era divertido.

Ele manteve o braço sobre os meus ombros e deixei-o continuar a guiar-me. Não confiava que as minhas pernas trémulas não iam ceder assim que ele me largasse.

Apesar de estarmos com os torsos encostados, não conseguia olhar para a cara dele. A vergonha era demasiada.

O meu estômago dava voltas apenas de relembrar o que lhe tinha dito, momentos antes de ele me ter ajudado e eu ter engolido todas as palavras ao chorar no colo dele como um bebé.

Ele empurrou a porta para o exterior com uma mão e finalmente vi-me rodeada do céu azul. Acho que depois disto me tinha tornado claustrofóbica. O ar fresco na minha garganta nunca tinha sabido tão bem.

— Estás bem, certo? Não estás ferida?

— Não, não. Estou bem. A sério, não estou ferida, estou bem.

— Tens a certeza? Porque estás a repetir as mesmas palavras e parece que vais desmaiar.

Garanti que sim com a cabeça enquanto avançava para o banquinho de pedra a poucos metros dali, sob uma árvore com pequenos rebentos que protegia a área do sol.

O Jungkook ficou de pé a observar os meus movimentos atentamente, pronto para avançar no caso de eu vacilar. Ele pareceu satisfeito quando me sentei sem qualquer problema.

— Espera um minuto, já volto.

Antes que pudesse perguntar onde ia, ele já tinha corrido para o interior outra vez.

Pensei que teria que esperar uma eternidade mas ele cumpriu a sua palavra, nem um minuto depois ele estava a irromper novamente pelas portas.

Ligeiramente ofegante sentou-se ao meu lado no banco de pedra, distante o suficiente até para a pessoa mais reservada não ficar desconfortável.

Levou a mão ao bolso e sacou de lá um pacotinho de chocolates, sem dúvida das máquinas de venda rápida da universidade. Não fiquei surpresa por ele saber usar a máquina. Ele já tinha mais que provado a sua capacidade de assimilar rápido as coisas.

— Precisas de açúcar no sangue. Vais sentir-te melhor depois de comer. — disse enquanto abria o pacote e mo entregava.

— Obrigada.

Ele ser tão bom para mim só dificultava as coisas.

Encarei as minhas mãos enquanto comia os chocolates. A pensar nas minhas próximas palavras, como começar...

O Jungkook não disse nada, deixando-me apenas focada numa tarefa de cada vez.

Até que os chocolates, a minha desculpa para evitar conversar, acabaram.

Abri a boca para falar, mas o Jeon superou-me.

— Queres que te leve para casa?

Abanei a cabeça.

— Queres...que me vá embora?

A minha cabeça disparou para cima.

— Não. — saiu tão alto e brusco, que repeti uma segunda vez, forçando a minha voz a soar calma, indiferente até. — Não.

𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃↪𝘫𝘫𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora