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Um sino tilintou acima de nós quando o Jungkook abriu a porta, deixando-me entrar primeiro. Era o mesmo som que os grandes sinos das igrejas, aqueles que anunciavam funerais.

Tinha preparado o Jungkook para aquilo, contado tudo, mesmo que ele não tenha ficado nada feliz ao descobrir que tinha ido visitar o castelo em segredo.

Tinha feito o mesmo com as gémeas, posto todas as cartas na mesa antes do encontro.

Cada vez mais apreciava a escolha de nos encontrarmos num café, diminuía as chances de aquilo correr muito mal. Mesmo assim, senti-me enjoada ao entrar e até o cheiro forte a café acabado de fazer aumentava as náuseas.

— Sê bonzinho. — avisei com a voz séria.

— Sou sempre.

O seu sorriso matreiro dizia o contrário.

Era tarde demais para cancelar e voltar para casa?

Num canto distante do café, longe de ouvidos curiosos, estavam as duas irmãs gémeas, iguais até na roupa, sentadas lado a lado, em frente a uma mesa baixa.

O Jungkook seguiu o meu olhar e avançou com passadas largas, passando-me à frente.

Abafando um grunhido, segui rapidamente atrás dele.

Elas já o tinham visto antes, apenas uma vez, mas fora por pouco tempo e à distância.

Horror preenchia as suas expressões à medida que nos aproximávamos, espanto impossível, mesmo depois de lhes ter repetido a história tantas vezes.

— O Jeon Jungkook. — apontei para ele com a mão, e então para a Jisoo e para a Jennie, à minha frente e do Jungkook, respetivamente, indicando também os seus nomes.

O Jungkook apenas inclinou levemente a cabeça em cumprimento e aguentou aquela atenção escrutinante.

Podia cortar-se a tensão no ar com uma faca. Elas fitavam-no como se fosse um fantasma, mas depois de verem o seu retrato no castelo não havia nada a refutar.

Sentei-me e puxei o Jungkook para baixo comigo, já que ele parecia determinado a não se mexer sob o olhar delas. Mal se tinham conhecido e já pareciam estar numa batalha muda.

— É mesmo verdade...

— Eu disse que era. — respondi com um pequeno sorriso perante o assombro da Jisoo.

— É diferente, ouvir uma história ou ver à nossa frente um tipo que devia estar morto à trezentos anos.

Fiz uma careta para a frieza no seu rosto e virei-me para o Jungkook, mas a sua expressão continuava indecifrável.

O charme tinha passado. Depois do que tinha acontecido com a Jennie, nenhuma delas parecia receptiva ao Jungkook.

Primeiro, ele é muitíssimo atraente. Segundo, ele é tão atraente que conta duas vezes. Foram as palavras da Jennie quando o tinha visto pela primeira vez. Essa Jennie estava bem longe, ou bem enterrada.

A Jennie cruzou os braços e inclinou-se para a frente.

Oh não... Se soubesse que seria assim nunca teria concordado que se encontrassem.

— Já se conheceram, então é melhor irmos andan—

— A Emi disse-nos que eras muito privado.
— os dois sequer olharam para mim, apenas a Jisoo tinha o bom senso de parecer tão assustada quanto eu.

Conhecendo o Jungkook e a Jennie, só poderia terminar mal. Nunca tinha visto a Jennie evitar uma luta, aliás, na maioria das vezes, ela procurava-as. E o Jungkook...ele tinha um talento especial para tirar as pessoas do sério.

𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃↪𝘫𝘫𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora