Capítulo 6- Problemática

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*Salto no tempo

POV Marcel

Já fazem alguns meses que Rebekah voltou ao nosso convívio. Nesse tempo a casa está mais alegre que de costume. Carolina, Rebekah e Anne vivem por aí, passeando, comprando roupas, andando pela cidade e essas coisas.

Recentemente Elijah levantou a dúvida com relação ao surgimento dos poderes de minha filha, uma vez que, segundo ele, por ela ser descendente dos Durkheim, que são prodígios dos bruxos, todos, sem exceção, ela provavelmente já deveria ter desenvolvido algum traço de magia. Klaus e eu dissemos a ele que já que nós não temos certeza da origem dela, não podemos afirmar que se ela está demorando ou não para mostrar ter poderes.

Eu corria daquela discussão sempre que eu podia. Só queria ignorar o fato de que ela é uma bruxa.

Já era a tardezinha, Rebekah estava com Carolina e Anne. Elijah estava na biblioteca. Klaus estava tagarelando sobre como todos os inimigos sempre tramaram contra ele desde o começo, eu fingia escutar e concordava periodicamente. As garotas chegaram e Anne correu em minha direção. Abracei ela, tirando-a do chão e a girando. Quando a coloquei no chão ela disse:

- Papai, quer ir conosco colher maçãs?

- Conosco, é? As três vão colher maçãs? Até você, Rebekah?

- Ué, claro que sim. Por que eu não iria?

- É que a senhorita, Rebekah Mikaelson, não é o tipo de lady que frequenta lugares como o pomar de maçãs, destinado a nós, pobres mortais. – Disse, forçando a voz para que ela parecesse a de um vassalo puxa saco e irritante.

- Me poupe das suas palhaçadas, Marcel. – Ela disse isso e me arremessou uma almofada, que não me atingiu. Não que a almofada tenha desviado. Ela foi parada no meio da trajetória. Anne a parou usando magia. A almofada estava literalmente flutuando na minha frente.

- Meu Deus. – Carolina foi a primeira a esboçar reação.

- Anne, querida, o que está fazendo? – Perguntei escondendo o quanto eu estava abismado com aquela cena.

- Eu não sei, papai, eu só não queria que você se machucasse. – Ela disse.

- Está tudo bem, querida, apenas deixe a almofada. – Nesse momento a almofada caiu no chão, e Anne demostrou que o cansaço por aquela façanha havia consumido sua energia. Suas pernas vacilaram, alguém chamou da entrada da mansão, o que me distraiu, quando voltei minha atenção para minha filha ela ameaçou cair. Eu não reagi rápido o suficiente, quem a impediu de atingir o chão foi Rebekah.

De repente, Rebekah soltou um gemido de dor. Sua pele se tornou cinza, como se ela tivesse sigo golpeada no coração com uma daquelas adagas do Klaus. Aquela cena me apavorou mais ainda quando eu percebi que aquela reação havia sido causada pelo contato com Anne. Era como se a energia vital de Rebekah estivesse sendo sugada. Mesmo não sabendo o que estava havendo, pedi calmamente para minha filha, que estava paralisada pelo medo e ainda segurando Rebekah para que ela a soltasse e se dirigisse ao quarto com Carolina.

- Por favor, minha querida, apenas vá. Depois nós conversaremos sobre isso. Sua tia ficará bem, não se preocupe. – Eu afirmei, sem saber se era ou não verdade.

Enquanto Anne e Carolina iam em direção ao quarto, Klaus e eu tratamos de tentar socorrer Rebekah.

- Elijah! – Klaus chamou.

Ao contrário do que eu pensei, Elijah não havia ignorado o que estava acontecendo. Percebi isso quando notei que ele tinha ido atender ao visitante que não havia sido convidado, ou melhor, a visitante.

Elijah adentrou o recinto na companhia de Beatrix Durkheim.

- Esse não é um bom momento para visitas, Elijah. – Eu disse.

- Segundo Beatrix, logo essa situação passará. Não se preocupem.

- TIRE ESSA MALDITA BRUXA DAQUI, IRMÃO! PARA MIM POUCO IMPORTA O QUE ELA TEM A DIZER. – Klaus disse, gritando, porém antes mesmo que ele terminasse com aquela gritaria toda, Rebekah acordou.

Ela parecia bem. Menos um problema. Agora é hora de lidar com o próximo.

- Vim alertá-los dos riscos que estão correndo ao manter essa criança aqui, com vocês.

- Essa criança, como você diz, é minha filha e diferentemente dela, você, senhorita Durkheim, não é bem vinda aqui.

- Essa menina será a ruína dessa família. Erro meu não tê-la matado quando tive a chance.

Nesse momento Rebekah avançou em direção a mulher e agarrou-a pelo pescoço, tirando-a do chão.

- Marcel te convidou educadamente a se retirar e Klaus te mandou embora sem nenhuma doçura. Mesmo assim você presumiu que estava tudo bem continuar aqui. Além desse erro grotesco de etiqueta, você cometeu uma outra gafe de boas maneiras, ameaçar a vida da minha sobrinha. – Dito isso, Rebekah soltou Beatrix, que caiu no chão violentamente. – Já que não quer ir embora, nos conte, por favor, que maus ventos a trazem a mansão dos Originais?

- Digamos que eu não tive muita escolha. – Ela respondeu. – Seu irmão me compeliu para vir aqui hoje. – Beatrix disse, olhando para Elijah. Ótimo, então ela foi convidada. Maravilha.

- Explique isso, Elijah. – Klaus disse.

- Não tem muito o que explicar. Anne é uma bruxa, e como eu suspeitava, não é uma bruxa comum. Sabendo que Beatrix é a mãe, eu a procurei a fim de conseguir algumas respostas.

- E você assumiu que ela é a mãe de Anne, por quê? – Dessa vez quem perguntou fui eu.

- Eu confirmei que Anne é filha biológica de Beatrix na mesma semana que decidimos adotá-la, uma vez que eu não podia e certamente não queria viver com aquela dúvida.

- E não nos contou? – Eu indaguei.

- Não me venha com essa agora, Marcellus. Você ignora as origens da sua filha desde o dia em que ela chegou aqui.

Minha cabeça já estava doendo por conta de tudo aquilo, eu estava claramente abalado e irritado. Rebekah também não parecia muito contente. Klaus andava de um lado para o outro, feito um lunático. Beatrix parecia bem desconfortável. O único que parecia bem era o Elijah.

Infelizmente aquele conversa ainda não estava nem na metade.

A filha de MarcelOnde histórias criam vida. Descubra agora