O relógio bate às uma e um antigo conhecido sai da tumba.

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POV Marcel

Já se passaram alguns dias desde a visita de Beatrix, e o clima por aqui ainda está tenso. Com exceção da minha filha, todos estamos preocupados.

É noite. Anne está dormindo. Estou no meu quarto. Deitado na cama, com Rebekah debruçada no meu peito. Estamos juntos de novo já faz um tempo, mas estar com ela sempre me traz a mesma sensação da primeira vez. Klaus parece estar lidando bem com o fato de estarmos juntos dessa forma. O que diminui um problema na minha lista. Pelo menos não tenho de lidar com a desaprovação dele em relação a Rebekah e eu.

- Você não vai dormir? – Ela perguntou.

- Não estou com sono. Me desculpe por te acordar.

- Está tudo bem. No que está pensando? – Ela indagou.

- Eu não tenho certeza. Já passaram muitas coisas pela minha cabeça hoje. Mas a pouco tempo eu estava pensando nos problemas. No sofrimento pelo qual a minha filha vai passar, sem que eu possa ajudá-la. Acho que eu vou ter que me especializar em bruxas. – Eu forcei uma risada.

- Marcel, é por isso que eu sou fascinada em você. – Ela disse, beijou meu rosto, se levantou e se vestiu. – Levante-se e venha. Vamos logo falar com meus irmãos.

O que eu disse? Estou perdido. Ela tirou uma conclusão a partir de algo que eu falei e eu nem sei o que foi. Mesmo assim, me vesti e a acompanhei.

Descemos até o pátio e ela chamou baixo, para não acordar Anne, mas alto o suficiente para Klaus e Elijah ouvirem.

- Elijah, Klaus! Desçam aqui, rápido.

Logo os irmãos chegaram, não parecia que eles estavam dormindo. Vindos de direção diferentes, eles pararam um ao lado do outro, na nossa frente.

- Marcel teve uma ideia para que nós consigamos ajudar Anne com relação a magia. – Rebekah afirmou. – Ele fez uma piadinha sobre se especializar em magia para ajudar a nossa pequena criança. – Ela explicou.

Então eu entendi finalmente.

- Eu não tenho que me especializar no assunto, porque na família Mikaelson já existe um vampiro que tem muita afinidade com as bruxas. – Eu disse, explicando o ponto defendido por Rebekah.

- Kol. – Elijah disse.

- Talvez vocês tenham esquecido, mas o Kol está indisponível. – Klaus falou com o tom irônico que ele nunca abandona.

- Não acho que seja tão fora de cogitação trazê-lo de volta, Niklaus. Ele é nosso irmão, e pode verdadeiramente ajudar Anne, muito mais que nós. – Elijah falou, defendendo a ideia de trazer Kol de volta.

- Claro, claro. Ele é nosso irmão. Esther é nossa mãe e Mikael é nosso pai. Vamos invocar o espírito da velha bruxa e mandar uma carta ao nosso querido pai assassino, depois acordaremos Finn e Kol, e poderemos finalmente fazer uma linda reunião de família. – Klaus disse, debochando da situação. – Ele é nosso irmão, mas é instável e não é grande admirador de Marcellus. Se ele ajudasse, realmente seria de muita valia. Mas vocês três podem me garantir que ele não vai usar Anne para se vingar de mim, por tê-lo deixado morto por anos? Vocês vão assumir esse risco? Ele pode transformar sua filha em um monstro de verdade, Marcellus.

- Precisa confiar nele e em nós, e abandonar esse medo de ser traído e essa sua paranoia, por favor, Klaus.

- Não se esqueçam que essa escolha foi de vocês. – Ele virou as costas, indo em direção ao lugar onde estava Kol. – Depois eu não quero saber de reclamação. – Ele murmurou se afastando. – Estão esperando convite?

Fomos, os três, atrás dele.

Quando chegamos, Klaus não fez cerimônia e logo retirou a adaga do irmão.

- WOW!! Que dor nas costas infernal. Acho que eu dormi demais, né Niklaus?

- Aconselho que não me irrite, Kol. Todos aqui sabem muito bem que se você estava nessas condições por conta dos problemas que me causou. Não me chateie a essa hora da madrugada. – Klaus respondeu, já parecendo impaciente.

- Credo Klaus, eu acabei de acordar, seja mais amigável irmão.- Kol quase pareceu magoado. – Mas, mudando de assunto, o que tem para comer? Estou faminto.

- Você come depois. Nós precisamos conversar. – Dessa vez quem falou Elijah.

- Ah, oi, Elijah, não tinha te visto aí. O ego de Klaus estava te escondendo. – Ele riu. Mas nós nos contemos, por conta da seriedade do assunto a ser tratado. – Nossa, como vocês são difíceis. Fala logo o que tem para falar então, Elijah.

- Precisamos da sua ajuda com uma bruxa. – Elijah falou, direto.

- Quem vocês vão matar?

- Não vamos matá-la. Vamos ajudá-la. Ela é muito jovem e foi amaldiçoada.

- Parece mais complicado do que isso, mas tudo bem. Eu ajudo.

- Antes de dizer isso, - eu falei -, precisa saber que ela é minha filha.

- Isso não é importante agora. Por que eu me importaria com tal fato?

- Eu sei bem que você não gosta de mim, Kol. Eu só quis avisar antes para que depois você não dissesse que não foi comunicado.

- Deixa eu te explicar algumas coisas, Marcellus. Eu particularmente não gostava de você, porque o Klaus, e não só ele, tinha uma fixação doentia por você, mas levando em conta que estão os três aqui para amorosamente me verem acordar de um sono de...??

- Mais de 55 anos. – Eu disse a ele.

- Uau. Continuando. Me acordaram de um sono de mais de 55 anos, a fim de que eu ajude essa bruxa, quer dizer que agora ela é a favorita e a mais nova da família, eliminando assim grande parte da minha antipatia por você. E eu também quero dizer que, independente de quem ela seja, eu não deixaria de ajudar uma bruxa só por conta do seu parentesco.

- Obrigado, Kol, isso me faz gostar um pouco mais de você.

- Não há de quê. Agora,- ele disse, saindo do caixão, finalmente -, eu vou comer, como eu já disse, tô faminto.

Ficamos os três onde estávamos, enquanto Kol saía do cômodo.

- Sem chacinas dessa vez. – Klaus disse, como quem adverte outra pessoa.

- Tá bom. Hoje não.





A filha de MarcelOnde histórias criam vida. Descubra agora