Talvez na próxima década?

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POV Marcel

Klaus está discutindo com Kol, porque ele passou toda a madrugada fora e só voltou agora de manhã.

- Como você pode ser assim tão irresponsável hein, Kol? – Está evidente no rosto de Klaus que ele está tão tenso e preocupado com Anne quanto todos nós.

- Ao invés de ficar me dando bronca desnecessária, me apresente a filha de Marcellus, Klaus.

- É só o que faltava mesmo, ter que aturar você achando que pode me dar ordens. Vai acabar voltando para o caixão antes do que imagina, irmão. – Klaus disse, em tom ameaçador.

- É brincadeirinha, irmão. – Kol deu uma risadinha.

- Logo Anne estará aqui, seja gentil. – Elijah falou.

- Ei, Marcellus! – Kol me chamou.

- O que? - Eu respondi informalmente.

- Como é sua filha? – Ele pareceu curioso.

- Linda.- Eu respondi automaticamente.

- Será que tenho chance?

Rebekah e eu rimos, enquanto Klaus e Elijah fingiram seriedade. Eu respirei fundo depois de rir um pouco mais das intenções de Kol, e disse:

- Ela é realmente muito linda e cheia dos próprios gostos, além de ser de uma forte linhagem bruxa, só que você não é o tipo ideal dela.

- Saiba você, Marcel, que eu sou o tipo de todas as mulheres. Quem seria a escolha dela senão eu?

- Eu não sei. O que você acha, meu amor? – Me virei um pouco para olhar Rebekah.

- O Elijah, com certeza. – Ela respondeu, convicta e rindo.

- É, eu concordo. Mas ela também gosta bastante do Klaus. – Eu disse, também achando graça da confusão que Kol fez.

Kol estava claramente perdido, sem entender nada.

- Kol! – Eu chamei e ele me olhou. – Minha filha tem menos de dez anos.

Sua feição mudou, parecendo perceber que estávamos brincando com ele.

Antes que qualquer um de nós pudesse dizer mais alguma coisa, Anne e Carolina surgiram no topo da escada. Carolina vestiu em Anne um lindo vestido e soltou os belos cabelos da menina. Ela está deslumbrante e brilha como o próprio sol.

- Por que estão todos olhando para mim? – Ela sussurrou para Carolina, mas todos escutamos, claro.

Rebekah saiu do meu lado e se colocou ao pé da escada, dizendo:

- Venha aqui, querida. Tem alguém que a titia quer que você conheça.

Anne desceu as escadas, apressadamente, mas sem correr. Quando ela se aproximou, Rebekah pegou em sua mão e a levou até Kol, que se ajoelhou para poder olhar nos olhos de minha filha.

- Uau, o senhor é muito bonito. – Anne disse, inflando o ego de Kol, que se virou e olhou para nós, como quem se gaba.

Quando voltou-se novamente para Anne, ele falou:

- Muito obrigado. Você é lindíssima, parece um anjinho.

Anne corou e sorriu, contente com o elogio de Kol.

- Qual seu nome? O meu é Anne Marie, mas pode me chamar só de Anne.

- Eu sou Kol Mikaelson. Me chama de Kol, ou de tio Kol, como você preferir, tá bem? Eu sou irmão dos seus tios.

- Que legal. Então você também é meu tio. – Ela se virou e olhando para mim disse: - Olha papai, esse é o meu tio Kol. Ele não é muito bonito?

- Eu sei lá hein, meu amor. Não acho ele tudo isso não. Ele nem é assim tão bonito.

- É sim papai, ele até se parece com o tio Klaus e a tia Rebekah.

Depois de Anne comparar Rebekah e Kol, não pude mais argumentar. Enquanto os dois, Anne e Kol, sorriam um para o outro, me aproximei deles e a peguei no colo, de costas para ele.

- Você disse dez anos? Eu não acho que uma década esperando seja má ideia, ela é um amor. – Kol falou, abusado.

- Cuidado, Kol. – Eu adverti. – Corto sua língua e quebro suas pernas. – Sussurrei a ultima parte. Todos riram e Elijah chamou Carolina, para que ela levasse minha filha até o campo ou algum outro bom lugar, a fim de que ela brincasse, para que possamos explicar a situação dela.

- Esperar uma década para que, tio Kol? – Anne perguntou de forma fofa e inocente.

- Nada não, Anne. Não se preocupe com isso, está bem? – Ele disse e a reconfortou acariciando as costas dela. – Eu só estou brincando com seu pai.

Carolina e Anne foram se divertir em algum lugar do quartel enquanto os Mikaelson e eu contávamos para Kol o que se passou e passa com minha filha. Após saber, ele nos perguntou que tipo de atitude tomamos para retardar a maldição e nós contamos tudo, tanto sobre a pequena seção de intimidação de Beatrix, quanto a história contada por ela, sobre a suposta origem do problema.

- Então deixa eu ver se entendi. Vocês, ao invés de procurarem uma solução mais imediata para o problema, decidiram torturar a mãe dela para saber da história? A incompetência de vocês é assustadora, sério mesmo. – Ele pareceu irritado. – Deixe-me revelar um fato importante: em uma situação dessas, o que importa não é necessariamente a origem de problema e sim a forma mais rápida de solucioná-lo. Repitam comigo: primeiro resolver, depois procurar entender o porquê.

- Não sabíamos o que fazer, Kol. Não é nossa culpa. A última coisa que quero é vê-la sofrer daquela forma novamente. – Eu disse.

- Isso é o ponto principal no momento. Eu vou sair, para tentar encontrar um jeito de solucionar essa deficiência de magia por um tempo. Vocês precisam ir ao encontro dela e trazê-la de volta. Prestem atenção: ela não pode ficar se esforçando, porque o cansaço vai fazer com que ela gaste energia mágica sem nem perceber. Entenderam? Tragam Anne para casa e mantenham ela em repouso até que eu volte. Não sei quanto tempo vou demorar. Cuidado.

Kol nada mais disse, somente virou as costas e se retirou, saindo da mansão.

Fomos o mais depressa possível atrás de Anne, que estava passeando pela cidade com Carolina, e a trouxemos de volta para casa.

- Estou preocupada. – Rebekah falou, quando estávamos sós. – Qual será a solução que Kol foi buscar?

- Não faço ideia, mas espero que ele volte com ela logo. – Eu respondi, com a voz embargada pela exaustiva preocupação. – Eu a amo tanto, Rebekah. Não quero nunca mais que ela sofra daquele jeito.

- Ela sempre nos terá para a proteger e ajudar.

- Obrigado.

- Não precisa agradecer por isso. – Ela afirmou carinhosamente e me beijou.

A filha de MarcelOnde histórias criam vida. Descubra agora