Capítulo 2

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Voltei com o segundo capítulo amores.

Boa leitura.

GABRIEL:

Angustiado e nervoso caminho pela sala repentinamente, me sinto culpado e um pouco machucado pelas palavras de Julia, ok, talvez ela só tenha dito aquilo porque estava com raiva de mim e com medo de perder o amigo.

Mas mesmo assim, meu coração continua magoado, sei que quando ela está magoada ela quer magoar do mesmo jeito, a conheço a tempo suficiente para notar esse detalhe em sua personalidade, mas sei que não posso colocar toda a culpa em cima dela, eu que errei primeiro, ela apenas reagiu ao meu erro de uma forma que me magoou.

Agora aqui, sem ela, tenho conciencia da grandeza de meu erro e enquanto caminho pela sala rezo a Deus para que seu amigo fique bem, pois sei que se ele morrer e ela não conseguir se despedir a tempo ela vai me odiar.

Há algumas horas depois que Julia saiu, Eve veio até mim e me perguntou porque ela foi embora sem se despedir e lhe falei que ela precisava resolver um assunto importante, triste e sentindo falta de Julia, minha pequena apenas concordou e foi assistir tv.

Pelo seu semblante sei que minha filha já está com saudades de Julia, e confesso que também estou sentindo falta de minha garota, mas fui idiota demais com ela, e tenho esperanças que tudo entre nós voltará a ser como antes, antes de lhe esconder o fato de que seu amigo foi baleado e estava em estado crítico.

Sim, confesso que senti um pouco de ciúmes quando atendi a ligação da mãe de Julia, pois sabia que ela correria para ele e me deixaria de lado, eu sei é ridículo, mas estávamos felizes e não queria que aquilo terminasse tão rápido, mas é uma vida, uma vida de uma pessoa importante para ela, e se pudesse voltaria no tempo para consertar tudo.

Quando ela mencionou o nome de Maya e o que aconteceu com ela me senti mais culpado, pois suas palavras me machucaram de tal maneira que logo lembrei das cenas horríveis de meu passado, e que se pudesse apagaria de minha memória permanentemente.

Desde algumas horas eu tenho uma vontade imensa de ligar para ela, de ouvir sua voz, de saber como ela está e se seu amigo está bem, mas tenho quase certeza que sou a última pessoa que ela quer ouvir, ela tem assuntos mais importantes para se preocupar e não quero atrapalha-la mais do que já atrapalhei hoje.

Mas mesmo assim lhe mandei uma curta mensagem perguntando se ela chegou na cidade bem, estava preocupado em deixa-la dirigir naquele horário, mas suspirei aliviado quando ela me respondeu, dizendo que já tinha chegado, foi uma resposta curta e me senti mais culpado mas ela me respondeu, ela se lembrou de mim.

Também estava com vontade de ir até lá, de voltar para a cidade, para lhe dar assistência e lhe consolar caso ela precise de mim, mas já está tarde e estou com minha filha, e logo lembro que estou sem carro no meio do mato.

Então resolvi que amanhã pela manhã voltaríamos para a cidade, fui para o meu quarto e organizei minha mochila e logo perto da cama vi sua bolsa e seus pertences, ela estava tão angustiada que não levou nem os documentos, peguei suas coisas e também as guardei para levar comigo amanhã, precisava lhe devolver os documentos, ela não poderia andar por ai sem a identidade.

Desci para a sala e encontrei Eve dormindo no sofá com a televisão ligada, minha pequena está tão cansada de brincar que dormiu ali mesmo, desligo a TV e a pego nos meus braços tomando cuidado para não acorda-la, a levo até o quarto que ela está dormindo desde quando viemos para cá, a coloco na cama e antes de sair do quarto minha filha abre os olhos e puxa meu braço.

-Papai, posso dormir com você hoje ? - pergunta num tom sonolento e logo sorrio.

-Claro, meu amor. - digo e me deito na cama de casal ao seu lado e logo seus pequenos braços contornam meu pescoço.

Desde mais nova Eve só me pede para dormir com ela somente quando acorda depois de um pesadelo ou quando está triste com algo, e concluo que nesse momento ela está neste estado e logo penso que pode ser por Julia.

Beijo sua testa e acaricio os fios claros de seus cabelos e cantarolo uma canção que sempre cantei desde que ela era mais nova, uma música que sempre a ajudava a dormir rápido e logo constato que esse método ainda funciona até hoje com ela pois logo ela dorme abraçada a mim.

Apago a luz do abajur ao lado da cama e me ajeito ao seu lado, fechando os olhos e tentando dormir, acreditando que tudo logo se resolverá....

Quando acordo no dia seguinte termino de ajeitar tudo para nossa volta, preparo um café da manhã rápido e logo acordo Eve pois o caminho até a cidade é longo, pedi um táxi para nos levar de volta, enquanto Eve termina de se vestir levo nossas mochilas para o carro que nos espera no portão, e alguns minutos depois estamos na estrada a caminho do centro da cidade.

Chegamos de volta a cidade após quatro horas de viagem e está quase no começo da tarde, minha intenção era deixar Eve na casa de minha mãe e partir para o hospital entregar os documentos de Julia, mas minha pequena insistiu em vir comigo, passamos no meu apartamento para comer e pegar um dos meus outros carros e partimos para o hospital onde a mãe de Julia me avisou que Fernando estava internado.

Só espero que encontremos Julia lá, e agradeço a Deus quando entramos no hospital e vemos Julia na lanchonete do hospital com sua mãe ao lado, eufórica Eve se solta de minha mão e chama Julia que se vira e nos olha.

Sua expressão está cansada e logo constato que ela passou a noite aqui, mas seu rosto se enche de alegria quando abraça e beija Eve, vejo Julia apresentar a pequena para sua mãe antes de levantar os olhos para me encarar.

Com cautela vou me aproximando atento a cada expressão de seu rosto, e quando chego até elas logo digo:

-Você esqueceu os seus documentos ontem....- lhe entrego sua carteira e ela logo diz pegando o objeto de minhas mãos.

-Obrigada por me trazer, não me deixarem entrar para ver Fernando sem identidade. - e quando seus olhos escuros em encaram fico sem palavras e reação.

-Ele está bem ? - pergunto imaginando seu rosto se contorcer de raiva e me xingar mas isso não acontece, apenas vejo sua expressão triste e com os olhos marejados.

-Ele passou por uma cirurgia ontem, a bala atingiu seu tórax e pode ser que ele piore....

Dane-se ! Ela pode me xingar ou até me bater quantas vezes quiser em outro momento, mas agora ela precisa de alguém ao seu lado, precisa de mim, ignoro meus pensamentos e a puxo para um abraço com medo que ela rejeite meu ato de afeto mas ela aceita e contorna os braços ao redor de meu peito e chora em meu ombro.

Continue assim Gabriel, você está no caminho certo....

Comentem muito, votem e sigam meu perfil por favor amores.

Até o terceiro capítulo....

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora