Capítulo 1

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Voltei com o primeiro capítulo da sequência de Me Domine.

Espero que vocês gostem....

Comentem muito que eu volto com o próximo...

JULIA:

Nunca senti tanto medo em perder alguma pessoa que amo, uma pessoa importante para mim, no caminho de volta para a cidade fico com receio, tenho medo de chegar ao hospital e ser tarde demais.

De não encontrar meu amigo vivo, de não ter a oportunidade de me despedir, mesmo com medo e ansiosa para chegar ao meu destino o mais rápido dirijo com o máximo de cuidado, tenho vontade de chorar mais, mas sei que se isso acontecer posso perder o controle.

Me sinto culpada pelas palavras que falei para Gabriel, sei que peguei pesado nas palavras, mencionei um assunto sério e delicado para ele, toquei no assunto que mais o machuca e estou me odiando agora.

Tenho vontade de dar meia volta e encontrar Gabriel, pedir perdão por magoa-lo daquela forma mas minha conciência grita para continuar dirigindo, meu amigo precisa de mim, ele pode  morrer ou piorar a qualquer momento e eu não estou lá.

Posso conversar com Gabriel em outro momento e pedir explicações para ele me esconder um assunto tão sério assim, ver Gabriel daquela forma me machuca tanto, a culpa está pesando em cima de mim.

Fernando e eu nos conhecemos desde nossa infância, eu o considerava o irmão que nunca tive, ele sempre estava ali, me apoiando e tentando me proteger de qualquer coisa que poderia me machucar, e alguns anos depois, quando crescemos, começamos a namorar, Fernando era um bom namorado, ele era o namorado perfeito, mas faltava alguma coisa em nossa relação, sempre achei que nosso namoro tinha amor envolvido, mas depois que Gabriel me disse que talvez eu não o amava comecei a pensar a respeito, talvez ele tenha razão, talvez eu não o amava daquela forma, o amava apenas como meu melhor amigo.

E em pensamentos peço a Deus para que cure meu amigo, para que o deixe viver, nunca fui religiosa, mas dizem que em momentos como esse precisamos ter fé, ter esperança e acreditar que tudo vai dar certo.

Está quase no fim da tarde, o céute qud já escureceu, por um momento me preocupo com Eve, estou com o carro de Gabriel e não pensei na possibilidade dele precisar do carro, me preocupo em deixar minha pequena sem explicações, mas se algo acontecer creio que ele possa pedir um Uber caso precise levar Eve para casa.

No caminho da cidade ligo novamente para minha mãe para saber sobre o caso de Fernando, ela me disse que ele passou por uma cirurgia complicada e que ainda está incociente pela anestesia e que só vão saber mais sobre seu estado somente quando ele acordar.

Suspiro aliviada, mas ainda com receio, mas vou ter esperanças, vou acreditar que quando eu chegar ao hospital Fernando já estará acordado e vai me chamar de 'princesa', um apelido ridículo que ele colocou em mim desde o nosso baile de formatura na escola, eu estava usando um vestido rosa longo e ele foi meu par na festa.

Sinto uma fina lagrima escapar quando lembro de momentos e lembranças como essa, lembranças felizes, de quando a vida parecia mais fácil.

Após duas horas dirigindo sem descanso, finalmente chego no centro da cidade, sigo rumo ao hospital onde Fernando está internado segundo as informações passadas por minha mãe.

Quando chego estaciono o carro na primeira vaga e corro para dentro tentando encontrar a recepção do hospital, quando a encontro pergunto sobre Fernando, mas me falam que ele ainda não acordou, e que as visitas ainda não foram liberadas.

-Julia ! - ouço a voz de minha mãe e logo me viro encontrando a mãe de Fernando junto a ela.

-Veio dirigindo filha ? Onde está Gabriel ? - minha mãe pergunta mas lhe dou uma resposta rápida dizendo que ele ficou com Eve.

Não querendo prolongar esse assunto, abraço a mãe de Fernando que está com os olhos vermelhos devido ao choro.

-Eu sinto muito, dona Fatima. - ela retribui o abraço e logo a ouço soluçar antes de me dizer com a voz embargada:

-Obrigada por estar aqui, Fernando ficaria feliz com sua presença querida.

-Ele vai ficar bem, calma. - tento a acalmar, mas nem eu estou calma.

Nos sentamos em umas cadeiras disponíveis na ala de internação, não quero chorar, preciso ser forte e não pensar no pior, mas numa situação dessas é considerável impossível.

-O que aconteceu ? - pergunto para a mãe de Fernando que respira fundo antes de contar:

-Alguns assaltantes estavam tentando roubar um banco na cidade, a policia chegou mas os bandidos estavam armados e conseguiram acertar Fernando e outro agente, mas somente o estado de Fernando é crítico.

-Em qual parte do corpo dele a bala acertou ? - pergunto novamente.

-Foi perto do tórax, acertaram ele no tórax....- ela volta a chorar e minha mãe a abraça.

Deus, cuide dele por favor, sei que levar um tiro na região do peito pode ser perigoso, pois alguns órgãos vitais e importantes estão presentes ali.

Não sei quanto tempo ficamos esperando sentadas ali, mas já é de noite, e logo começo a sentir frio, o clima parece ter mudado completamente, sinto frio e logo percebo que esqueci minha mochila com meus pertences na chácara, estou somente com meu celular.

Ainda não tive coragem de ligar a tela de meu celular para ver se tem alguma ligação ou mensagem de Gabriel, e quando finalmente ligo o aparelho vejo que há nenhuma ligação dele, há somente uma mensagem curta....

"Me avise se chegou bem".

Pela frase curta que ele me enviou percebo que ou ele pode está magoado ou bravo comigo, e logo lhe digito uma resposta, avisando já cheguei na cidade, espero alguns minutos para ver se ele me responde mas não, ele apenas visualiza a mensagem.

Desligo o aparelho começando  a sentir o mesmo mal estar que senti no dia anterior, franzo o cenho e faço uma careta sentindo o enjoo ficar mais forte, minha mãe percebendo meu estado pergunta se estou bem, mas não consigo responder, apenas coloco as mãos na boca e me levanto correndo para o banheiro mais próximo, quando termino de vomitar tudo o que ingeri durante o dia, lavo a boca e o rosto e volto.

-Tudo bem querida ?

-É só um mal estar mãe.... - sorrio fraco quando ela retira um chiclete da bolsa e me entrega, rapidamente o coloco na boca tentando retirar o gosto horrível de minha boca.

-Comeu alguma coisa ?

-Comi ao meio dia.

-Precisa se alimentar, vou na lanchonete buscar algo para você filha. - ela se levanta mas protesto.

-Não precisa, deixe que eu vou.

-Você não está bem, fique, Fernando pode acordar a qualquer momento ! - assinto e a vejo se distanciar.

Após alguns minutos um médico aparece e pergunta:

-Familiares de Fernando Souza ?

Gostaram ?

Votem, comentem muito e me sigam por favor amores.

Até o segundo capítulo.....

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora