Capítulo 55

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Voltei com o segundo capítulo amores.

Meta de 100 comentários que eu volto com o próximo capítulo.

JULIA

Suspiro longamente antes de entrar no quarto na UTI do hospital onde meu pai está internado, com passos curtos me aproximo da cama aos poucos até chegar totalmente ao seu lado.

A emoção e tristeza é tanto que não aguento segurar mais, desabo chorando em silêncio quando levanto a cabeça para olhar o estado do meu pai.

Meu pai está ali, sedado, imóvel, e cheio de tubos, observo seu peito subir e descer acompanhado de curativos e fios, toco sua mão vendo os vários hematomas no rosto claro.

— Quanto tempo ele ficará nesse estado? — pergunto ao Médico que também me acompanha na visita.

— Ele está sedado, o outro hospital conseguiu finalizar o procedimento cirúrgico, retiraram o projétil e esperamos que não tenhamos nenhuma outra sequela causada pelo ferimento, ele está em coma induzido, optamos por mantê-lo assim pelos próximos momentos para que se recupere dos traumas causados na cabeça, e depois vamos acompanhando a evolução do quadro. — Explica e concordo com a cabeça.

— Mas ele vai acordar, certo? — pergunto com vacilo na voz temendo ouvir uma negação.

— As próximas quarenta e oito horas serão as mais críticas, mas estaremos preparados para o que for, mas faremos o possível para que nada disso aconteça. — Ele promete, mas não respondo, apenas puxo a poltrona para perto da cama tornando possível tocá-lo.

— Vou deixá-la a vontade, qualquer dúvida me procure, por favor!

— Obrigada...— agradeço num sussurro e ele apenas acena com a cabeça com um sorriso de conforto.

— Você precisa acordar logo, precisa voltar para a gente, não sei se consegue me ouvir e sei que pode estar sofrendo, mas você precisa acordar pai...— comento com a voz embargada.

— Nós precisamos de você, não pode nos deixar, por favor, acorde e volte pra gente. — Soluço secando o rosto com a costas da mão.

— Eu te amo tanto pai, você agora é vovô, Benjamin é o nome dele, você precisa conhecê-lo, não quero que meu filho não conheça a pessoa maravilhosa que você é, me tornei mãe e sei que dói deixar os filhos, então não me deixe conhecer essa dor...

— Ele é perfeito, e quero que cresça sobre a influência de um homem bom como você, quero que ensine tudo o me ensinou, obrigada por me criar cercada de amor e carinho, você é o melhor pai que um filho desejaria ter.

Deito a cabeça sobre a cama perto da sua mão e fecho os olhos implorando para que nada de ruim o aconteça nas próximas quarenta e oito horas e nos dias que ele permanecer neste hospital, peço para que não nos tire uma pessoa tão boa no mundo.

E isso me faz questionar por que pessoas boas, gentil e que nunca contribuíram com o mal na humanidade sofrem e acabam deixando pessoas importantes, por que pessoa que nunca praticaram a maldade sofrem mais do que deveria? Não sei a resposta correta, mas daria tudo para saber tal motivo.

Fiquei um bom tempo dentro daquele quarto fazendo companhia ao meu pai, mas precisei voltar para o meu já que Benjamin requeria minha atenção, e quase no inicio da noite, Gabriel e eu começamos a organizar as minhas coisas e de Bem, já que no dia seguinte teríamos alta do hospital, tentei ficar animada ao máximo em finalmente sair daquele hospital e levando nosso filho para casa, mas senti apenas uma parcela dessa animação já que meu pai ainda continuará internado e em coma até apresentar alguma melhora em seu quadro clinico.

Naquela noite não consegui dormir muito já que Benjamin insistiu em ficar chorando por horas e acordar várias vezes no meio da madrugada, achava que o pequeno seria um bebê totalmente tranquilo, mas depois de horas acordada e o balançando no colo cansada e sonolenta comprovei que estava errada.

Estava visível que Gabriel também estava exausto já que passou a maior parte dos dias cuidando de Benjamin enquanto eu sofria no meu casulo, ele precisava de um descanso, mas negou e me ajudou a acalmar o pequeno que só voltou a dormir no início da manhã seguinte.

— Meu deus, agora entendo quando as pessoas nos avisaram que ficaríamos horas acordados...— bocejo saindo do banheiro do quarto de hospital onde troquei a camisola horrenda por um vestido soltinho.

— Acredito que hoje aconteça o mesmo, mas talvez seja apenas uma fase que logo passará. — Gabriel esfrega os olhos colocando Benjamin adormecido com cuidado no bebê conforto.

— Sim, ou talvez ele tenha puxado seu temperamento! — comento ouvindo sua risada.

— Vamos para casa? — pergunta segurando a cadeirinha e a bolsa de Benjamin antes de beijar minha testa.

— Sim, mas vou me despedir do meu pai antes de ir. — Aviso saindo do quarto e caminhando para a ala da UTI.

— Tem certeza de que ficará bem sozinha, mãe? — pergunto observando sua mão entrelaçada com a do meu pai.

— Sim filha, vou ficar bem, vão para casa e descansem, aviso quando tiver novas notícias sobre o estado dele.

— Ok, mas acho que será impossível descansar quando um recém-nascido fica acordado a madrugada toda e troca o dia pela noite. — Sorrio cansada beijando sua bochecha.

— É assim mesmo, eles costumam fazer isso nos primeiros meses, mas é só uma fase e vai passar, lembro bem que você também era assim e deixava seu pai com o braço dormente de tanto niná-la na tentativa de fazê-la dormir... — ela funga ao se referir ao meu pai e logo a abraço.
— Ele vai ficar bem, mãe! Qualquer coisa me ligue que eu volto pra cá rapidinho, ok? — pergunto beijando seu rosto antes de deixar o quarto.

Respiro fundo quando finalmente chegamos de volta ao apartamento, saio do carro pegando a manta e a bolsa enquanto Gabriel carrega Benjamin ainda dormindo até a cobertura.

— Espero que ele continue assim para podermos dormir mais um pouco...— comento alisando o rostinho de Benjamin enquanto o elevador nos leva até o último andar.

Quando as portas de matais se abrem encontramos Olívia nos esperando com um largo sorriso.

— Sejam bem-vindos de volta! Me deixem conhecer o pequeno...— ela pede e Gabriel coloca o bebê conforto em cima do sofá para Olivia conseguir o visualizar com mais clareza.

— Mais que menino mais lindinho, é a cara do Senhor Simon! — ela comenta me arrancando uma risada.

— Pois é, parece que fui apenas a incubadora dele por longo noves meses! — reclamo com humor.

— Ah querida, mas o próximo pode se parecer com você! — diz e Gabriel rir.
— Próximo? Deus me livre! Não passo por aquilo nunca mais!

— Ocorreu tudo bem quando ficamos fora, Olivia? — Gabriel pergunta e ela assente com a cabeça.

— Sim, apenas chegaram algumas correspondências e essa caixa para o Senhor! — ela avisa e caminha até o canto trazendo alguns papéis nas mãos e uma grande caixa de aparência pesada.

Confuso vejo Gabriel pegar a caixa e a colocar sobre o sofá a encarando confuso, me aproximo dele e pergunto curiosa:

— Quem enviou isso? — Gabriel fixa os olhos numa etiqueta escrito algo que não consigo visualizar, após ler silêncio, ele suspira fechado os olhos antes de me encarar e abrir a caixa.

— Stella! — exclama grunhindo.

Franzo o cenho ao ouvir o nome da irmã gêmea de Maya, os dedos de Gabriel puxam uma capa dura, como se fosse um livro de aparência semelhante ao caderno que Stella o entregou naquele encontro no parque, mas percebo que dentro da caixa existem vários cadernos iguais etiquetados com datas de alguns anos.

Ele alisa a capa de um e levanta a cabeça antes de dizer com a voz baixa:

— São os outros diários de Maya... — arregalo os olhos percebendo uma espécie de bilhete dentro da caixa, Gabriel também percebe a folha de papel e a segura antes de ler...

Tem mais alguma coisa dentro dessa caixa?

O que tem nos outros diários e nesse bilhete?

Gostaram?

Meta de 100 comentários que eu volto com o próximo capítulo.

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora